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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Missão resgata mais dois reféns

Depois de uma tentativa frustrada, seguida por trocas de acusações e muitas negociações, uma nova operação para a libertação de mais dois reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) foi realizada ontem. Um helicóptero do Exército Brasileiro, que dá apoio logístico à operação, partiu da cidade Cali no fim da manhã em direção a um ponto da selva no departamento (estado) de Cauca, no sul da Colômbia. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR) confirmou a libertação por volta das 16h (19h em Brasília). Esta é a última fase da missão humanitária que libertou outros quatro sequestrados desde a semana passada. A libertação do major da polícia Guillermo Solórzano, 34 anos, e do cabo do Exército Salín Sanmiguel, 25, estava marcada para domingo. O helicóptero brasileiro voou até o local combinado, mas retornou sem os reféns. Apenas o policial Carlos Ocampo foi libertado no dia marcado, porém em outro ponto da selva. O governo afirmou que as coordenadas divulgadas pela guerrilha estariam erradas. O episódio causou desconforto e o presidente Juan Manuel Santos chegou a suspender a operação. Em comunicado divulgado ontem, as Farc afirmaram que passaram as coordenadas corretas e que estavam investigando o motivo pelo qual a libertação não pôde ocorrer no dia marcado. O grupo criticou o governo e declarou que “desde o momento em que o anúncio da libertação foi feito, não pararam os combates diários com o Exército na região onde os reféns permanecem”.
Acusações-A operação de resgate, comandada pela ex-senadora Piedad Córdoba — destituída do cargo em 2010, por supostas ligações com as Farc —, foi vista com cautela pelo governo desde o início. Para começar, duas pessoas foram sequestradas pela guerrilha em 9 de fevereiro, o dia em que o primeiro refém foi entregue à missão humanitária. “É totalmente inaceitável que as Farc, por um lado, estejam libertando reféns como gesto de generosidade e, por outro, sequestrando compatriotas”, protestou o presidente. O cancelamento das operações militares nas áreas próximas ao local de resgate por 12 horas antes da ação foi uma das exigências da guerrilha para as libertações. As ações do Exército poderiam ser retomadas um dia depois da entrega dos reféns. A região do último resgate é por onde se movimenta o líder máximo das Farc, Alfonso Cano, caçado sem trégua pelos militares. O presidente colombiano afirmou na terça-feira, em entrevista à rede CNN, que Cano pode ter aproveitado a operação humanitária e a interrupção das ações militares para deslocar-se pela selva e aliviar a pressão.

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