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domingo, 14 de abril de 2013

SC tem trecho mais crítico de acidentes entre rodovias federais

G1 lista 100 trechos com maior índice de gravidade de acidentes do país.
Segundo PRF, pontos estão concentrados nas regiões metropolitanas.

Rosanne D'Agostino* Do G1, em São Paulo
Passarela da BR-101 na região de Palhoça, Grande Florianópolis; em 2012, houve 1.582 acidentes entre os quilômetros 200 e 210 da BR (Foto: Joana Caldas/G1SC)Passarela da BR-101 na região de Palhoça, Grande Florianópolis; em 2012, houve 1.582 acidentes entre os Kms 200 e 210, considerado o trecho mais perigoso das rodovias federais (Foto: Joana Caldas/G1SC)
A BR-101 em Santa Catarina possui o trecho mais crítico de acidentes das rodovias federais brasileiras, segundo levantamento obtido pelo G1 realizado pela Polícia Rodoviária Federal. No total dos trechos mais perigosos, Rio, São Paulo e Paraná são os estados que concentram o maior número de pontos com problemas. (Veja lista com 100 trechos mais perigosos aqui)
colisão BR críticos estradas rodovias (Foto: Editoria de Arte/G1)
De acordo com a PRF, o levantamento leva em consideração o custo social dos acidentes, que é obtido com o cruzamento de uma série de critérios que abordam o impacto social e familiar (como, por exemplo, o número de acidentes no trecho e o número de vítimas).
Esses fatores formam um índice de gravidade por trecho, utilizado pela instituição para focar as fiscalizações e tentar diminuir a gravidade dos acidentes nesses pontos.
O índice é baseado em estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da PRF, que definem pesos para os acidentes: sem vítima, 1 ponto; com vítima, 5 pontos, e com óbito, 25 pontos. O número de acidentes é multiplicado pela pontuação de cada tipo, gerando a gravidade da área.
Os trechos considerados críticos estão nas estradas federais de 18 estados e do Distrito Federal. Rio de Janeiro e São Paulo possuem 13, e Paraná tem 12 ao todo. Em seguida aparecem Rio Grande do Sul, Pernambuco e Minas Gerais, cada estado com seis trechos mais críticos das BRs.
A BR-116 e a BR-101 são as rodovias que mais concentram esse tipo de trecho, a primeira com 24 pontos perigosos, e a segunda com 22, seguidas pela BR-040, com nove pontos.
“Esses trechos críticos estão centralizados em regiões metropolitanas, bastante urbanizadas e com grande quantidade de carros”, explica o inspetor da PRF Stênio Pires. O acidente mais comum nesses locais é o atropelamento. “Hoje a rodovias federais viraram avenidas, a exemplo da Via Dutra, em São Paulo. Imagine o pedestre atravessando a Dutra.”
Segundo Pires, das 1.366 pessoas que morreram em atropelamentos no ano passado, 800 foram em trechos urbanos. “Se contarmos que a maior parte da malha é via rural, proporcionalmente, representa muito mais.”
Já nos dez trechos mais perigosos segundo o ranking, a maior causa de acidentes é a colisão traseira. “A maioria está em áreas urbanas, e no congestionamento, essa ocorrência é recorrente”, diz Pires.
Ademir Abílio, 56, diz já ter presenciado vários acidentes: 'Já vi morrerem uns oito'. (Foto: Joana Caldas/G1RS)Ademir Abílio, 56, diz já ter presenciado vários
acidentes: 'Já vi morrerem uns oito'.
(Foto: Joana Caldas/G1SC)
'Já vi morrerem uns oito'
Morador desde que nasceu da região próxima ao km 200 da BR-101, na região de Biguaçu e Palhoça, na Grande Florianópolis --o mais crítico do país, segundo a PRF--, o aposentado Ademir Abílio, 56, diz já ter presenciado vários acidentes. “Já vi morrerem uns oito", afirma ele.
Em 2012, foram 1.582 acidentes entre os quilômetros 200 e 210, com 702 vítimas, entre lesões leves e mortes, segundo a PRF-SC. “Tem uma peculiaridade nesse trecho. Temos trânsito urbano durante a manhã e a tarde”, afirma a policial rodoviária Maitá Berti, da comunicação da instituição.
Segundo ela, no horário de rush, com motoristas se deslocando de casa para o trabalho e vice-versa, ocorrem muitos acidentes de colisão traseira e lateral. Mas, durante a noite, o trecho tem características típicas de rodovias, como alta velocidade.
Rita de Cássia, que mora há cinco anos na região, também diz que já presenciou muitas cenas de horror na rodovia. A mais marcante foi “uma senhora que morreu atropelada embaixo da passarela”, conta.
Falta de atenção
Outro entre os piores trechos fica entre os kms 220 e 230 da rodovia Presidente Dutra, na altura da cidade de Guarulhos (SP), onde a colisão traseira é recorrente. No início de março, dois engavetamentos graves ocorreram a apenas alguns quilômetros de distância um do outro (Veja vídeo ao lado).
"Aqui vive tendo acidente. E uma vez o caminhão bateu na passarela. Sorte que ninguém morreu", afirma Simone Barbosa, 26, que trabalha no shopping Internacional de Guarulhos, à beira da rodovia. "Todo dia uso essa passarela, podia ter sido eu."

Ela se refere a um acidente ocorrido em 2006, quando um caminhão desgovernado que ia de São Paulo a Taubaté derrapou na altura do km 225, subiu na ilha central e bateu na pilastra central de sustentação. A pista ficou 42 horas interditada.
"Os motoristas têm que tomar mais cuidado aqui. Além de ter muito pedestre, esse rodízio de caminhão piorou muito o trânsito. Às vezes você está vindo a 90 km/h, aparece do nada um caminhão parado na sua frente. Aí não tem mais o que fazer", completa Ivan Ferreira Mendonça, 34, auxiliar administrativo.
Trânsito na Via Dutra era intenso na tarde desta quarta-feira (Foto: Luis Moura/AE/Estadão Conteúdo )Trânsito na Via Dutra facilita acidentes como colisão traseira (Foto: Luis Moura/AE/Estadão Conteúdo )
A PRF afirma que, na Páscoa, concentrou a fiscalização nesses pontos, conseguindo reduzir o número de acidentes em relação ao ano anterior em 9%. Foram 2.429 acidentes contra 2.674 em 2012; e um total de 1.371 feridos, o que representou uma redução de 20% na comparação com o ano passado, com 1.721 feridos.
No feriado, os estados em que mais aconteceram acidentes foram Minas Gerais (348), Paraná (281), Santa Catarina (270), Rio de Janeiro (193) e Rio Grande do Sul (193).
Segundo a PRF, a redução de óbitos e feridos é ainda maior se os números forem comparados com o tamanho da frota de automóveis – que aumentou no último ano. Pelo cálculo levando em conta a frota, a queda seria de 15% para o número de óbitos e 25% para a quantidade de feridos.
*Colaborou Joana Caldas, do G1SC

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