Ex-presidente retoma as articulações com as centrais dos trabalhadores, dá o tom das reivindicações e consegue que os sindicatos amenizem os protestos que preparavam contra Dilma
Alan RodriguesCOMPANHEIROS
O ex-metalúrgico Lula cumprimenta líderes sindicais durante evento da CUT na quarta 27
Na quarta-feira 27, durante o aniversário
de 30 anos da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva voltou a incorporar seu lado sindicalista,
adormecido desde que fora alçado ao Planalto em 2002. Foi como se ele
tivesse vestido de novo o macacão de metalúrgico: diante de uma plateia
de 120 militantes da CUT, além de bater forte na oposição e reclamar de
perseguição política, Lula deu o tom a ser seguido pelas centrais
sindicais a partir de agora. “Se eu fosse vocês, não esperaria uma
medida provisória para lutar por conquistas. Eu sairia pelo Brasil para
politizar esse debate nas portas de fábricas e no Congresso Nacional. No
final, os ganhos são muito maiores do que ficar dependendo do governo”,
alertou.
A presença de Lula no evento não serviu apenas para que ele, conhecedor como poucos do chão de fábrica, os orientasse sobre o melhor caminho a seguir na busca por suas reivindicações. Teve um significado político muito maior. Lula, na verdade, tornou-se nos últimos dias uma espécie de mediador entre os sindicatos e o governo federal. As principais centrais sindicais estavam iradas com o tratamento dispensado pelo governo desde a posse da presidenta Dilma Rousseff. A relação ficou ainda mais estremecida depois que Dilma enviou ao Congresso a Medida Provisória dos Portos. Segundo os sindicalistas, a medida implicaria perdas significativas aos trabalhadores, o que a presidenta nega. O texto da MP gera insatisfação entre portuários principalmente porque desobriga os terminais privados a contratar trabalhadores por meio dos orgãos gestores de mão de obra, e permite a contratação direta pelas empresas. “A Dilma tem sido muito dura”, reclamaram sindicalistas ao ex-presidente durante a festa da CUT. “O problema é que a pauta dos trabalhadores não está sendo colocada na ordem do dia”, criticou Wagner Freitas, presidente nacional da CUT.
A presença de Lula no evento não serviu apenas para que ele, conhecedor como poucos do chão de fábrica, os orientasse sobre o melhor caminho a seguir na busca por suas reivindicações. Teve um significado político muito maior. Lula, na verdade, tornou-se nos últimos dias uma espécie de mediador entre os sindicatos e o governo federal. As principais centrais sindicais estavam iradas com o tratamento dispensado pelo governo desde a posse da presidenta Dilma Rousseff. A relação ficou ainda mais estremecida depois que Dilma enviou ao Congresso a Medida Provisória dos Portos. Segundo os sindicalistas, a medida implicaria perdas significativas aos trabalhadores, o que a presidenta nega. O texto da MP gera insatisfação entre portuários principalmente porque desobriga os terminais privados a contratar trabalhadores por meio dos orgãos gestores de mão de obra, e permite a contratação direta pelas empresas. “A Dilma tem sido muito dura”, reclamaram sindicalistas ao ex-presidente durante a festa da CUT. “O problema é que a pauta dos trabalhadores não está sendo colocada na ordem do dia”, criticou Wagner Freitas, presidente nacional da CUT.
Foto: Marco Ankosqui
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