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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

PF decide investigar se houve crime no banco PanAmericano

A Polícia Federal informou que instaurou, nesta sexta-feira, inquérito policial para apurar a eventual prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional após a crise no banco PanAmericano.
Segundo a PF, serão investigados crimes como gestão fraudulenta, prestação falsa de informações aos órgãos competentes e inserção de elementos falsos em demonstrativos contábeis. A investigação ficará a cargo da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros, da Superintendência Regional no Estado de São Paulo. Segundo a nota, o inquérito "foi instaurado com base no fato relevante divulgado pelo banco e na nota do Banco Central do Brasil".
Ainda hoje o Ministério Público Federal informou que também vai investigar as transações do banco.
Segundo o MPF, os procuradores da República Rodrigo Fraga Leandro de Figueiredo e Anamara Osório Silva são os responsáveis pela condução do procedimento investigatório criminal.
Na quarta-feira (10), o BC havia comunicado ao Ministério Público Federal que havia indícios de crime no caso da instituição.
O diretor de Fiscalização da autoridade monetária, Alvir Hoffman, havia afirmado que "tudo indica que a investigação vai redundar em algo para o Ministério Público", em referência à Lei do Colarinho Branco. Até então, as investigações estavam na esfera administrativa.
FRAUDE CONTÁBIL
O Grupo Silvio Santos, o acionista principal do PanAmericano, anunciou que deve colocar R$ 2,5 bilhões no banco para cobrir um prejuízo causado por uma fraude contábil. Em seu comunicado oficial, a diretoria do banco menciona "inconsistências contábeis".
O BC descobriu que o PanAmericano vendeu carteiras de crédito para outras instituições financeiras, mas continuou contabilizando esses recursos como parte do seu patrimônio. O problema foi detectado há poucos meses e houve uma negociação para evitar a quebra da instituição, já que o rombo era bilionário.
A quebra só foi evitada após o Grupo Silvio Santos assumir integralmente a responsabilidade pelo problema e oferecer os seus bens para conseguir um empréstimo nesse valor junto ao Fundo Garantidor de Créditos. Como o fundo é uma entidade privada, não houve utilização de recursos públicos. Além disso, a Caixa Econômica Federal, que também faz parte do bloco de controle, não terá de arcar com a perda.
INVESTIGAÇÕES
O Banco Central caiu em cima de pelo menos seis bancos pequenos para averiguar como eles contabilizam as carteiras vendidas a outras instituições, após descobrir fraude no PanAmericano.
O objetivo é detectar uma eventual disseminação de prática contábil fraudulenta nesses bancos na hora de registrar carteiras cedidas.
O "pente fino" se iniciou no último dia 29, antes do feriado de Finados, quando o BC se preparava para falar sobre o assunto.
A fiscalização do BC enviou comunicado a instituições que também adquiriram carteiras de crédito, pedindo explicações detalhadas sobre as operações. O pedido exigiu trabalho dobrado das áreas técnicas para enviar as informações com urgência.
Segundo a Folha apurou, os questionamentos ocorreram quase dois meses após o BC ter detectado as irregularidades no PanAmericano.

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