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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

'A Vila Cruzeiro hoje pertence ao estado', diz subchefe da Polícia Civil

"A Vila Cruzeiro hoje pertence ao estado." A frase foi dita pelo subchefe operacional da Polícia Civil do Rio, delegado Rodrigo Oliveira, quando descia da favela cerca de uma hora depois que policiais chegaram ao topo do morro, no início da noite desta quinta-feira (25). A ação de ocupação do local durou quatro horas.
"Existe uma rota de fuga para o Complexo do Alemão de difícil acesso, mas hoje a favela está dominada. Essa é a resposta que a sociedade precisava", disse o subchefe, que indicou que a ação não terminará nesta quinta.
A operação da polícia é liderada pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) e usa ao menos 350 homens (200 da Polícia Civil e 150 do Bope), com o apoio da Marinha, que cedeu nove blindados.
Desde domingo, o Rio vive uma onda de violência, com arrastões, veículos queimados e ataques a forças de segurança. Segundo o governo, é uma reação à política de Unidades de Polícia Pacificadora, as UPPs, na qual a polícia ocupa áreas antes dominadas por criminosos. Em toda a região metropolitana, foram 30 os veículos incendiados somente nesta quinta. Pouco antes das 16h, a PM informou que prendeu durante o dia 11 suspeitos e apreendeu 3 galões de gasolina, 6 dinamites e 6 espoletas. Oito pessoas morreram.
ÚLTIMAS INFORMAÇÕES:PF VAI AJUDAR - O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, anunciou nesta noite que a Polícia Federal pode dar apoio às ações de combate a criminosos na Região Metropolitana do Rio nesta sexta. Há 300 agentes à disposição do governo do estado.
AÇÃO NOTURNA - A operação na Vila Cruzeiro vai continuar durante a noite desta quinta, informou a Polícia Militar. De acordo com a PM, agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e 16º BPM (Olaria) terão que redobrar a atenção por causa da falta de luz solar.
ARTEFATOS - Uma explosão causou correria entre moradores do Largo da Penha, que dá acesso à Vila Cruzeiro. Segundo a polícia, o ojbeto estava numa das subidas da comunidade e estava ligado a um fio que corria ao longo de um quarteirão. Depois de retirado, ele foi detonado por homens do Esquadrão Antibombas. Durante a megaoperação, os policiais encontraram na Favela Vila Cruzeiro duas granadas, duas bombas, sacos de pólvora, pregos e pavios.MAIS FERIDOS - Duas pessoas feridas nos confrontos na Vila Cruzeiro chegaram no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, no subúrbio do Rio. Segundo a Secretaria estadual de Saúde, as vítimas são um adolescente, de 16 anos, e um jovem de 21. Oito pessoas ficaram feridas na Vila Cruzeiro nesta quinta.
MORADORES ASSUSTADOS - O cerco a criminosos na Vila Cruzeiro, na Penha, faz com que moradores e trabalhadores das proximidades do conjunto de favelas escolham não voltar para casa. Um grêmio recreativo virou abrigo. O servente José Pereira, de 33 anos, atingido no tornozelo, também está com medo: “Fico muito triste com essa situação. Meus filhos já não vão à escola há dois dias”. Alguns criminosos chegaram a colocar fogo em pneus.
LENÇÓIS BRANCOS - Os moradores do conjunto de favelas do Alemão estenderam lençóis e toalhas brancas, como um pedido de paz na comunidade, que é alvo de traficantes e facções criminosas. Muitos criminosos que estavam na Vila Cruzeiro fugiram para o Alemão.
CAVEIRÃO E BLINDADOS DANIFICADOS - A megaoperação na Vila Cruzeiro teve um caveirão com pneu furado e dois blindados da Marinha avariados, sendo que um já retornou à favela. O primeiro, atingido por tiros, saiu de combate mais cedo.ÔNIBUS SEM CIRCULAR - Pelo menos 115 ônibus estão sem circular na região da comunidade Vila Cruzeiro, na Penha, por conta da megaoperação. Segundo a Federação de Empresas de Ônibus do RioFetranspor, a viação Nossa Senhora de Lourdes está com quase todos seus coletivos dentro da garagem, que fica próxima à favela.
FUGA DE BANDIDOS - Pouco depois das 15h, a ação policial na Vila Cruzeiro provocou fuga em massa de criminosos da comunidade. Sob ataque da polícia, eles fugiam por uma estrada no alto da favela a pé, em motos e picapes. Imagens gravadas de um helicóptero mostraram mais de cem homens entrando fortemente armados na mata, numa via que seria um dos acessos para o Conjunto de favelas do Alemão.
REFORÇO - Mais de uma hora depois de a polícia entrar na Vila Cruzeiro, na Penha, no subúrbio do Rio, a megaoperação ganhou reforço para uma nova fase na ocupação. São mais de 200 policiais civis, três blindados da Marinha e quatro caveirões do Bope.
EXPLOSIVO - Mesmo com uma megaoperação do Bope no local, dois criminosos em uma bicicleta jogaram um artefato explosivo no Largo da Penha, região da Vila Cruzeiro.POLICIAL ATINGIDO - Um policial ficou ferido no confronto com traficantes na Vila Cruzeiro. Segundo a polícia, ele foi atingido no braço numa localidade conhecida como Pedra do Sapo.
JOVEM BALEADO - Um jovem, de 21 anos, foi atingido por uma bala perdida próximo à Vila Cruzeiro no início desta tarde. Segundo funcionários do hospital, ele foi alvejado na nádega.
INSTALAÇÃO DE UPP - Fontes ligadas ao Governo do Rio confirmaram a instalação de uma UPP na Vila Cruzeiro.
TIROTEIO - Por volta das 13h, havia tiroteio na Vila Cruzeiro. E parte do comércio da região, no subúrbio do Rio, fechou as portas. O clima é de tensão na área e poucos veículos passam pelo entorno da favela.
"VAMOS DOMINAR OS CRIMINOSOS" - "Essa operação não é de entrada ou saída. Vamos dominar e prender os criminosos", afirmou o coronel da PM, Álvaro Garcia. Segundo ele, serviços de inteligência da polícia indentificaram que muitos marginais estão na Vila Cruzeiro porque saíram de comunidade que foram pacificadas.BLINDADOS - Os veículos blindados da Marinha que reforçam as equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) vão servir apenas para o transporte de policiais na megaoperação que acontece nesta quinta. "É a primeira vez que ao Bope utiliza este tipo de força em uma operação no Rio", afirmou o comandante do Bope Paulo Henrique Moraes.
TENTATIVA DE BLOQUEIO - Mais cedo, quatro homens em duas motocicletas tentaram utilizar um caminhão de lixo para bloquear a passagem na Rua Tenente Luís Dorneles, na entrada do Grotão, na Vila Cruzeiro. Segundo a Comlurb, os bandidos teriam ordenado que o motorista permanecesse no local bloqueando o acesso à comunidade. Ainda de acordo com a empresa, depois de dar a ordem, eles teriam deixado o local e o motorista ligou o caminhão e fugiu.
ESCOLAS FECHADAS - Sete escolas e uma creche foram fechadas nesta manhã. Das unidades de educação, apenas uma é estadual. No entanto, segundo a Secretaria estadual de Educação, outras três escolas estaduais estão fechadas por conta da onda de violência, em Manguinhos, Madureira e Bonsucesso. Só no município, são mais de 12 mil alunos sem aulas.BOMBEIROS AJUDAM HOSPITAL - A Secretaria estadual de Saúde informou que reforçou o atendimento na emergência do Hospital Getúlio Vargas, na Penha. Médicos do Corpo de Bombeiros foram deslocados para a unidade para atender os possíveis feridos da operação policial na Vila Cruzeiro. Segundo a secretaria, desde a última quarta-feira (24), 21 pessoas que estariam na comunidade durante o confronto entre a polícia e os criminosos chegaram feridas ao hospital. Dessas, quatro morreram e três continuam internadas na unidade.

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