Mobilidade
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Como andar por aí
Informar-se sobre os sistemas de transportes ajuda o turista a economizar e conhecer o que há de melhor nos destinos mais famosos do mundo
Em cidades como Londres, Paris, Moscou, Nova York, Vancouver, Amsterdã, Estocolmo e Copenhague, os sistemas de transporte são mais do que meios de locomoção. Eficientes, seguros e bonitos, eles próprios, uma atração turística. Em Moscou e Buenos Aires, por exemplo, as estações de metrô, entre as mais antigas do mundo, já valem a viagem.
A escolha do meio de transporte mais adequado ao destino deve fazer parte do planejamento de uma viagem. O modal vai interferir no tempo de deslocamento e no custo do passeio. Em cidades menores, como Amsterdã, por exemplo, a bicicleta é a melhor maneira de conhecer o lugar. O mesmo acontece em Copenhague. Em Buenos Aires, La Paz e Nova Délhi, uma corrida de táxi dificilmente vai custar mais de R$ 20. Por outro lado, em Zurique, na Suíça, o taxímetro nem é ligado pelo mesmo valor.
Dica de viajante
Durante dez dias, o site da editoria de Turismo da Gazeta do Povo pediu aos leitores que enviassem relatos sobre as experiências com transporte ao redor do mundo. Veja as dicas de alguns internautas.
“Na capital dos Estados Unidos, todos os pontos turísticos (de museus a prédios do governo) estão aglomerados no mesmo lugar. A dica é pegar um hotel próximo e andar a pé. Em Las Vegas, fique hospedado em um hotel na The Strip (principal avenida da cidade) e ande somente a pé.”
Heitor Korndorfer, sobre transporte nos Estados Unidos
“Estive na França e conheci alguns sistemas de transporte por lá. Um dos que mais me chamaram a atenção foi o Tramway de Lille, também conhecido como Transpole. O sistema é uma mistura de bonde elétrico com metrô, e faz conexão com os ônibus.”
Rodrigo Valdez, sobre o transporte francês.
“No Panamá, o táxi é muito barato. O único problema é que o motorista pode parar e pegar mais pessoas pelo caminho. Mas vale muito a pena. Em Cancun, há ônibus espalhados por toda a região hoteleira por menos de R$ 1, que passam a cada dois ou três minutos. Na Cidade do México, o metrô custa cerca de R$ 0,40, e passa em intervalos de três minutos.”
Fabiano K., sobre os modais da América Central
“Em Istambul, o sistema de transporte público é espetacular. Saindo do aeroporto de Ataturk, um metrô conecta o terminal à rede de bondes elétricos, que percorre boa parte da região turística da cidade. Por o equivalente a R$ 4 é possível chegar à região de Sulthanament (parte antiga da cidade) e a Thaksin (parte nova), em menos de 1 hora, sem estresse.”
Rafael Kalinowski, sobre o transporte na Turquia
“Em Santorini, ilha do litoral grego localizada no pico de um morro, a dica é usar as mulas. A subida no lombo do animal é muito mais divertida e tradicional do que o teleférico. Lá no topo, a sugestão é usar quadrículos, que são pequenos, confortáveis e indicados para as várias curvas das estradas estreitas da ilha.”
Tatiane Tyski, sobre o deslocamento na Grécia.
Planejamento
Saber que tipo de transporte é o mais adequado ao destino ajuda o viajante a economizar tempo, em deslocamentos, e dinheiro, com alternativas que podem sair caro pela qualidade.
Roteiro
Estudar o roteiro também é uma dica antes de embarcar na primeira estação de metrô: muitas vezes há belas atrações no caminho e uma caminhada rende bons momentos de exploração do destino.
Pesquisa
De acordo com a professora Jasmine Cardozo Moreira, do curso de Turismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa, uma boa pesquisa vai ajudar a descobrir o meio de transporte mais adequado, popular e econômico. “Em Oslo, grande parte das atrações estão perto uma das outras. Só vale a pena pegar o metrô se for para se deslocar até pontos mais distantes do centro da cidade. Melhor caminhar do que gastar quase R$ 10 no tíquete”, afirma.
O relevo, o urbanismo e o tamanho da cidade são fatores que determinam qual meio de transporte usar. No caso dos centros turísticos mais populares e estruturados, a escolha entre bicicleta, andar a pé ou tomar o metrô deve ser feita com base na distância até o destino desejado, com o tempo disponível para o deslocamento e a quantia de dinheiro que se pretende gastar.
Se por um lado existem destinos com excelentes meios de transporte, em outros, principalmente em alguns países da África, Ásia e América Central, ônibus velhos, trânsito caótico e mal sinalizado, além de taxistas pouco confiáveis, podem estragar uma viagem. Nesses casos, as informações de quem já esteve no local, ou de um agente de viagens, serão fundamentais antes de desembarcar em Bangladesh, Quênia ou Serra Leoa, por exemplo.
Economia
Nas grandes capitais da Europa e América do Norte, dificilmente é necessário alugar um carro. O transporte coletivo é eficiente. Trens, bondes, metrôs e ônibus, em geral, são pontuais e integrados. No entanto, os diferentes sistemas não são tão baratos, e muitas vezes, confusos. O metrô de Londres, por exemplo, tem 275 estações, e a passagem custa R$ 5,60. É fácil perder e o ponto certo de desembarque. “Todas as grandes cidades têm sites que ajudam o visitante a planejar os itinerários. Para evitar que o turista se perca na hora de visitar os atrativos, algumas cidades estão utilizando aplicativos para smartphone com todas as informações”, explica Jasmine Moreira.
Para pagar menos e usar todos os modais – trem, VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos), metrô e ônibus – a dica é comprar passes específicos para deslocamento. Cada país tem o seu. Na capital londrina, o Oyster Card garante descontos de até 50% nas passagens, dependendo do horário da viagem. O usuário compra o cartão por 3 libras e recarrega pelo valor que quiser. No site do Transport for London, há uma ferramenta que ajuda a fazer esse planejamento a partir dos endereços de partida e destino.
Em Paris é a mesma coisa. O tíquete avulso, comprado nas estações, custa 1,70 euros. Mas é possível adquirir pacotes de passagens com diversas opções de deslocamento. O cartão Navigo Découverte, por exemplo, custa 18,35 euros por semana e permite o uso ilimitado do transporte público entre áreas urbanas pré-definidas. A maior parte das atrações parisienses está nas zonas 1 e 2. Para fazer o Navigo é necessário apenas uma foto. As carteiras são emitidas na hora, em qualquer estação de metrô. Há ainda alternativas que combinam tíquetes e descontos em entradas de museu, como o Visit Paris, a 25 euros, válido por cinco dias.
Nos Estados Unidos e Europa, não é preciso apresentar a passagem para entrar nos ônibus e metrôs. No entanto, todos os usuários podem ser abordados por um fiscal e a falta do bilhete pode render multa e até prisão.
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