Temendo condenação, Paulo Vieira analisa contar o que sabe - e promete envolver "gente graúda" no esquema desarticulado pela PF, segundo jornal
Paulo Rodrigues Vieira, diretor de Hidrologia da Agência Nacional de Águas (ANA)
(Raylton Alves/Banco de imagens ANA)
A quadrilha infiltrada em órgãos federais tinha como braço político a ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha, a Rose, amiga íntima do ex-presidente Lula. Segundo a PF, Rose, como é conhecida, "fazia aquilo que Paulo Vieira pedia". A PF sustenta que Vieira era o líder da organização que teria se infiltrado nas repartições federais, inclusive três agências reguladoras, para atender interesses empresariais, como do ex-senador Gilberto Miranda, que também foi indiciado no inquérito da Porto Seguro. Um irmão de Paulo, Rubens Vieira, chegou a cargo estratégico – diretor de Infraestrutura Aeroportuária da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) – também pelas mãos de Rose, conclui a PF.
No despacho de indiciamento de Rose, a PF assinala vantagens que ela recebeu no exercício da função, como passagens para cruzeiros marítimos, obtenção de nomeações de familiares – inclusive a filha, Mirelle – em cargos públicos sem concurso. A PF diz ainda que Rose agia "como particular, e valendo-se de sua amizade e acesso com pessoas em diversos órgãos públicos, para atuar e influir em nomeações e indicações."
A interlocutores, segundo o jornal, Vieira tem dito que, ao empurrar o comando da quadrilha para outras pessoas, pretende obter um tratamento menos severo do Ministério Público – e, eventualmente, a redução de sua pena caso seja condenado. Ou seja, pretende obter um acordo de delação premiada. O ex-diretor da ANA já mudou até de advogado em busca de uma defesa mais agressiva. “Há muita coisa a ser levantada e eu pedi a meu cliente para ter paciência”, afirmou seu novo advogado, Michel Darre, ao Estado de S. Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário