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sábado, 29 de dezembro de 2012

Ouro, renda fixa e dólar, com ganhos acima de 7%, lideram aplicações em 2012

TONI SCIARRETTA
MARIA PAULA AUTRAN
DE SÃO PAULO
Um ano que prometeu, mas que não entregou. Pelo terceiro ano seguido, o ouro esteve entre as aplicações que mais renderam com a frustração das previsões de melhora nos mercados feitas por economistas e profissionais de investimento.
O metal subiu 15,32%, e o dólar, 9,42%. Já a Bolsa teve alta de 7,4%, a maior desde 2009, mas abaixo da inflação de 7,8% pelo IGP-M.
A surpresa ficou com os fundos de renda fixa, com ganho médio bruto de 11,34% --de 8,79% a 9,63% após o desconto do IR.
Esses fundos aplicam em títulos antigos de dívida pública e privada que pagam taxas elevadas que não existem mais no país.
Neste ano, os juros da dívida do governo (Selic) recuaram de 11% para 7,25% --boa notícia para a economia, mas que desafia o investidor conservador, acostumado a ganhar sem correr riscos.
"As pessoas vão se dar conta, em algum momento, de que o dinheiro que está no banco não vai dar para se aposentar como elas gostariam", diz o administrador de investimentos Fabio Colombo.
O otimismo inicial com a possibilidade de recuperação da Bolsa de Valores não se confirmou, apesar de uma série de "janelas de oportunidade" que duravam poucas semanas até se dissolverem no próximo obstáculo.
A crise europeia não chegou a piorar, nenhum país saiu da zona do euro, mas também não houve um alívio significativo e nada indica que isso ocorrerá em 2013.
Mais resiliente, a economia americana ainda não decolou e corre o risco de afundar em nova crise devido à falta de acordo no Congresso sobre aumento de impostos e cortes de gastos.
O país está agora na contagem regressiva para mergulhar em um abismo fiscal que compromete a gestão da dívida e pode levar à recessão.
Mesmo o mercado doméstico, que se mostrava imune à crise global, não resistiu ao desaquecimento e deve crescer menos de 1% neste ano.
No Brasil, o dólar saltou de R$ 1,869 para R$ 2,045, resultado da instabilidade nos mercados, do fraco desempenho do comércio exterior, da desaceleração econômica e das perspectivas reduzidas de ganho com juros e na Bolsa.
"Os investimentos andaram de lado e isso vai continuar em 2013", diz William Eid, professor da FGV.

Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress

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