Nataly Costa - O Estado de S.Paulo
As companhias aéreas estão mais rigorosas com a bagagem
de mão de passageiros. Nesta semana, a Gol começou a usar gabaritos de
metal - semelhantes aos usados por empresas europeias e americanas -
para medir o tamanho de malas na porta do avião. Aquelas cujas dimensões
(largura, altura e comprimento) somadas ultrapassam 115 centímetros são
etiquetadas e enviadas ao bagageiro da aeronave.
A maior fiscalização ocorre por causa da popularização do check-in online. É quando o passageiro imprime o cartão de embarque em casa ou no totem de autoatendimento. Em alguns casos, usa apenas o smartphone para entrar na sala de embarque.
Com isso, o passageiro ganha independência: não pega filas e não tem contato com nenhum funcionário da companhia aérea até a hora de entrar no avião. Mas acaba levando uma bagagem que não cabe nos compartimentos da cabine.
"Isso causa problemas operacionais que atrasam o embarque. E normalmente tem mais seis ou sete voos depois, então acaba prejudicando um monte de passageiros", explica o gerente corporativo de aeroportos da Gol, Alessandro Minucci.
Por enquanto, a fiscalização da Gol ocorre apenas em Congonhas - mas será expandida para todos os voos da companhia em Cumbica, Galeão, Santos Dumont, Confins e Salgado Filho nas próximas semanas.
Por causa do limite de peso (5 quilos), a TAM já chegou a colocar balanças na porta do avião para barrar malas muito pesadas. A empresa afirma que foi apenas um teste e não usa mais esse expediente. Em outras companhias, a medição funciona no "olhômetro": algum funcionário percebe uma mala muito acima do padrão e solicita que seja despachada.
Para que a própria verificação do tamanho de cada bagagem não se transforme em motivo de atraso do voo, funcionários da Gol estão fazendo a medição por amostragem - as malas que parecem maiores passam pelo teste do gabarito. Para isso, o embarque dos voos será adiantado.
"Vamos chamar para embarque cinco minutos antes do previsto. Com a fila formada, o agente do aeroporto circula e faz a avaliação", diz Minucci. No Brasil, o limite de bagagem é estabelecido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Nos Estados Unidos e na Europa, é determinado pelas empresas.
O desejo das companhias brasileiras é de que a Anac desregulamente o quesito bagagens. Com isso, o peso, o tamanho e o número de peças que cada um pode carregar poderá ser diferente dependendo de cada companhia. "Um laptop modelo antigo pode pesar 2 quilos e o limite de uma mala de mão hoje é de apenas 5 quilos", exemplifica Minucci.
Sem filas. A advogada Marluce Freitas de Souza, de 59 anos, não queria perder tempo despachando mala em um voo entre São Paulo e Porto Alegre e foi uma das que foram submetidas à nova regra nesta semana.
"Estava com uma bagagem média, pouca coisa acima do limite. Na ida, passou batido. Na volta, disseram que eu não poderia entrar no avião com aquela mala e mandaram para o bagageiro", conta.
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