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sexta-feira, 18 de março de 2011

Em meio a ação para resfriar reatores, Japão eleva gravidade de crise nuclear

A agência de segurança nuclear do Japão elevou nesta sexta-feira a gravidade da crise nuclear na usina de Fukushima Daiichi de quatro para cinco, na Escala Internacional de Eventos Radiológicos e Nucleares, que vai até sete. O reconhecimento da gravidade dos danos na usina, agora "um acidente com vazamento limitado", vem em meio aos esforços para lançar toneladas de água para resfriar os reatores e evitar um vazamento massivo de radiação.
A crise em Fukushima é agora comparável ao acidente na ilha Three Mile, nos Estados Unidos, que sofreu uma fusão parcial em 28 de Março de 1979, causando vazamento de radioatividade para a atmosfera. Mas ainda está abaixo da maior tragédia nuclear da história, a explosão em Tchernobil, na Ucrânia, considerada nível sete, o mais alto jamais alcançado, definido como "um acidente maior, com um efeito estendido à saúde ao meio ambiente".
Segundo a agência de notícias Kyodo, a avaliação se refere apenas aos reatores 1, 2 e 3 dos seis da usina de Fukushima Daiichi, que estavam em operação durante o terremoto de magnitude 9 que atingiu o leste do país há uma semana.
Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o núcleo dos reatores sofreu danos e teriam derretido parcialmente diante do aumento da temperatura, uma consequência da falha no sistema de refrigeração, causada pelo tremor.
Mesmo com o aumento, a avaliação japonesa continua abaixo da classificação feita pela Autoridade Francesa de Segurança Nuclear (ASN) --que havia classificado inicialmente o acidente como cinco, mas mudou nesta semana ao nível seis. O nível seis, ou "acidente grave", se refere a um "vazamento importante que pode exigir a aplicação integral de contramedidas previstas".
André Claude Lacoste, presidente da ASN, chegou a cogitar que o acidente em Fukushima chegue à gravidade de Tchernobil.
ÁGUA
Nesta sexta-feira, as autoridades japonesas retomaram as operações de resfriamento dos reatores e sete caminhões das Forças de Autodefesa (equivalente ao Exército) voltaram a lançar água no edifício que abriga o reator 3.
Os caminhões se aproximam do reator por turnos, em intervalos de cinco a dez minutos, e despejam água durante vários segundos, antes de se afastarem para dar passagem à leva seguinte.
A previsão é que 50 toneladas de água sejam lançadas durante a operação, segundo a emissora pública NHK, que mostrou imagens da unidade 3 em que eram vistas colunas de vapor e fumaça branca saindo da usina.
Na quinta-feira, foram jogadas 64 toneladas de água sobre o reator número 3 a partir de caminhões-pipa e helicópteros militares. Pouco depois, o governo anunciou que os níveis de radiação na usina nuclear registraram uma leve queda.
Segundo a agência de notícias Kyodo, os níveis caíram para 279,4 microsieverts por hora aproximadamente um km oeste do reator 2, às 5h desta sexta-feira (17h de quinta-feira em Brasília). Às 20h40 de quinta-feira (8h40 em Brasília), pouco depois do lançamento de água, o índice era de 292,2 microsieverts por hora.
De qualquer forma, o índice ainda está muito acima do nível de radiação normal de 0,035 microsievert por hora.

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