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terça-feira, 15 de março de 2011

Exército vai emprestar helicóptero e ponte metálica para ajudar o litoral

O Exército vai emprestar um helicóptero e uma ponte metálica para ajudar os municípios do litoral do Paraná atingidos pela chuva. A estrutura de ferro, segundo o governo, deve ser utilizada na BR-277 e substituirá uma das pontes danificadas. O equipamento será retirado de Porto União, cidade catarinense na divisa com o Paraná.
O helicóptero militar deve transportar equipamentos para reconstruir a estação de tratamento de água de Paranaguá. A aeronave tem capacidade para levar cargas de até 4 toneladas e atualmente está no interior de São Paulo, de acordo com a Agência Estadual de Notícias, órgão oficial de comunicação do governo do Paraná.
Prefeitos de Antonina, Morretes e Paranaguá estão em Brasília e também tentam conseguir recursos para a reconstrução das cidades.
Conforme a Gazeta do Povo antecipou, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), assinou na manhã desta terça-feira o decreto que declara os municípios de Morretes e Antonina em estado de calamidade pública.
Acesso
O acesso à região afetada pelas chuvas continua complicado. A BR-277, onde mesmo com a liberação é difícil o tráfego, foi interditada por alguns minutos na manhã de terça-feira (15) por caminhoneiros - que desde às 20 horas de segunda-feira foram liberados para seguir viagem para o Porto de Paranaguá. O protesto durou pouco tempo e o acesso ao litoral pela rodovia continua liberado, ainda que precário.
Na BR-376, que liga Curitiba ao litoral de Santa Catarina, o trânsito está totalmente bloqueado nos dois sentidos desde a manhã de segunda-feira.
Ajuda federal
O Exército vai emprestar um helicóptero e uma ponte metálica para ajudar os municípios do litoral do Paraná atingidos pela chuva. A estrutura de ferro será utilizada na BR-277 e substituirá uma das pontes danificadas. O equipamento será retirado de Porto União, cidade catarinense na divisa com o Paraná.
A concessionária Ecovia informou que ainda não havia a definição de onde será instalada a ponte. Técnicos do Exército estavam na BR-277 nesta terça-feira, por volta do meio-dia, e avaliavam a situação. Algumas opções são os quilômetros 18, 24 ou 26 da estrada. Segundo a concessionária, a PR-408 é outra possibilidade. A decisão do Exército será conhecida até o fim desta semana.
O helicóptero militar deve transportar equipamentos para reconstruir a estação de tratamento de água do Paranaguá. A aeronave tem capacidade para levar cargas de até 4 toneladas e atualmente está no interior de São Paulo, de acordo com a Agência Estadual de Notícias, órgão oficial de comunicação do governo do Paraná.
O governo federal atendeu aos pedidos de Beto Richa. Ele telefonou para a presidente da República, Dilma Rousseff, na manhã desta terça-feira. Os dois conversaram por cerca de cinco minutos e houve o comprometimento de Dilma em enviar ajuda para o litoral do Paraná.
Na expectativa de obter recursos, prefeitos de três municípios do litoral do Paraná estão em Brasília nesta terça para uma reunião no Ministério das Cidades. Os chefes do Executivo municipal de Antonina - Carlos Augusto Machado -, de Morretes - Amilton Paulo de Paula -, e de Paranaguá - José Baka Filho – tentam verba para a reconstrução das cidades do litoral e para atender à população afetada. Eles terão audiência com o ministro responsável pela pasta Mario Negromonte, segundo a Agência Estadual de Notícias.
A comitiva paranaense é composta ainda pelo secretário da Infraestrutura e Logística, José Richa Filho (irmão do governador Beto Richa) e pelo presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Mounir Chaowiche.
Richa Filho terá outra audiência em Brasília na quarta-feira (16). O secretário deve se reunir com representantes do Ministério do Transportes e pretende conseguir verba para o conserto das estradas do litoral. Ele almeja discutir projetos sobre o transporte aéreo e ferroviário no Paraná.
Calamidade pública
Conforme a Gazeta do Povo já havia antecipado, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), assinou na manhã desta terça-feira o decreto que declara os municípios de Morretes e Antonina em estado de calamidade pública.
A Coordenadoria Estadual da Defesa Civil recebeu documentos dos municípios, como os decretos e a Avaliação de Danos (Avadan), e encaminhou à Procuradoria-Geral do Estado.
A Procuradoria estudou os documentos e a melhor forma legal de declarar o estado de calamidade para esses municípios.
O decreto reforça a necessidade de contar com recursos do governo federal para a reconstrução das cidades. A avaliação da liberação das verbas do Ministério da Integração Nacio­nal é feita por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil.
Estradas
A BR-277 foi interditada por alguns minutos na manhã de terça-feira (15). Caminhoneiros fecharam a rodovia antes do pedágio, entre 11 horas e 11h30. A PRF solicitou que os caminhões descessem aos poucos e a passagem de automóveis estava liberada. A categoria não aprovou a atitude da PRF e bloqueou a rodovia.
Policiais rodoviários federais conversaram com os caminhoneiros e liberaram a BR-277. Com a fim da manifestação, a situação da rodovia voltou ao patamar anterior ao protesto: tráfego de veículos leves e pesados permitido, mas bastante lento.
Caminhões foram liberados para descer a Serra do Mar no fim da noite de segunda-feira, por volta das 21 horas. Os veículos seguem para o Porto de Paranaguá, onde é escoada a safra. No quilômetro 26, onde restou somente uma das duas pontes, é liberada a passagem de um caminhão de cada vez, segundo a concessionária.
Com os veículos pesados trafegando no sentido Curitiba-Paranaguá, o trânsito ficou mais lento na rodovia. Apesar disso, os automóveis e motos faziam o percurso em cerca de três horas, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal. O tempo normal é de 1h30 e levava até 8 horas na segunda-feira.
A BR-227 continua sendo uma das rotas possíveis para deixar o litoral do Paraná. A orientação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) é de que somente quem tem extrema necessidade pegue a estrada. Há risco de novos deslizamentos e a estrada poderá ser fechada novamente. A Estrada da Graciosa (PR-410) era outro caminho que pode ser utilizado para deixar o litoral. A Polícia Rodoviária Estadual alerta que a rodovia poderá ser fechada a qualquer momento e recomenda prudência na estrada. Também vale a recomendação para trafegar apenas em casos emergenciais.
A praça de pedágio estava operando nesta terça. A BR-277 está liberada para o trânsito de caminhões, veículos leves, ônibus de passageiros e veículos que transportam donativos. Do quilômetro 12 ao 29, o trânsito estava em meia-pista nesta manhã.
A PR-410 (Estrada da Graciosa) estava parcialmente liberada e também era utilizada para deixar o litoral. Os motoristas devem contonar a localidade de São João da Graciosa. A recomendação da PRE é evitar o trecho entre os quilômetros 20 e 30, onde ainda há obras do Departamento de Estradas de Rodagem (DER).
Deve-se contornar esse trecho pelo centro de Morretes e depois voltar para a PR-410. A seguir, os motoristas devem trafegar até a BR-116 e pegar as pistas de retorno para Curitiba.
As PRs 408 e 411, que fazem a ligação para Morretes e Antonina, foram liberadas para o tráfego na manhã de segunda-feira.
Outro caminho utilizado no domingo foi interditado nesta segunda e permanecia fechado na terça-feira. Uma queda de barreira na BR-376 impede que os motoristas deixassem o litoral passando por Garuva (SC) desde o início da manhã de segunda-feira.
Morretes
Para deixar o Litoral, o motorista deve entrar na Estrada da Graciosa (PR-410) e seguir até a ligação com a BR-116, onde deve pegar a pista de retorno para Curitiba. A PRE informa que o policiamento na Estrada da Graciosa foi reforçado, bem como a sinalização na rodovia.
Antonina
A rodovia PR-408 ainda está interditada. Em casos emergenciais, a orientação é para que a população procure a Polícia Rodoviária Estadual, a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e Defesa Civil. Esses órgãos estão auxiliando a população a sair de Antonina em situações de urgência.
Possíveis desvios
A recomendação da PRF e da Autopista continua sendo usar os caminhos alternativos. Os motoristas que precisam ir de Santa Catarina para o Paraná e estão na BR-101/SC podem sair da rodovia no km 113 (região de Itajaí), acessar o km 184 da BR-470/SC (passando por Blumenau, Ibirama e Rio do Sul) até a cidade de São Cristóvão do Sul (SC) e pegar a BR-116 até Curitiba.
Os usuários que estão em Curitiba e precisam viajar a Santa Catarina podem fazer o caminho inverso: seguir pela BR-116 até o km 84 (São Cristóvão do Sul), acessar a BR-470/SC e chegar à BR-101/SC por Itajaí (km 113).
A queda de barreira causou interdição do quilômetro 630 da BR-376, em São José dos Pinhais, até o 27 da BR-101, em Piraberaba (SC), onde há o acesso para a Serra da Dona Francisca. Outra possibilidade para quem pretende seguir para Santa Catarina é pegar um desvio pela BR-116, para depois possa voltar à BR-101 (a partir do quilômetro 27), de acordo com a concessionária Autopista Litoral Sul.
Para seguir do Paraná para Santa Catarina é preciso trafegar pela BR-116 até o quilômetro 4, na região de Mafra. Nesse trecho deve-se acessar a BR-280, depois a Serra Dona Francisca e então voltar para a BR-101, em Pirabeiraba, região de Joinville.
Para sair de Santa Catarina e voltar ao Paraná deve-se fazer o caminho inverso, segundo a concessionária.
Ônibus
A Urbanização de Curitiba S.A (URBS) informou que a empresa Expresso Maringá suspendeu todas as viagens entre Curitiba e o litoral na tarde de segunda-feira (14). Pela manhã, apenas um ônibus fez o trajeto.
Com relação à empresa Graciosa, cinco veículos desceram para o litoral na tarde de segunda-feira. Habitualmente são, em média, 40 viagens no sentido Curitiba-litoral.
A Graciosa informou que não tinha uma estimativa do tempo que cada viagem levava. Em condições normais, o percurso entre Curitiba e o litoral é feito em 1h30. Ainda não foi feito o levantamento dos prejuízos por causa do cancelamento de viagens.
Trem
Não é possível deixar o litoral de trem, pois as viagens de passageiros foram suspensas até o próximo domingo (20), de acordo com a empresa Serra Verde Expressa. O percurso foi suspenso na última sexta-feira (11). A estimativa da empresa é de que 18 viagens (ida e volta) serão suspensas até 20 de março.
Reconstrução na BR-277 deve levar 6 meses
Na BR-277, a Ecovia estima que as obras de reconstrução das pontes e das pistas, que já começaram a ser feitas, sejam concluídas em até 180 dias, se as condições do tempo forem favoráveis. Provisoriamente, estão sendo construídas estruturas de metal e ferro que serão instaladas no lugar das pontes que caíram nos km 18 e 24. As informações atualizadas podem ser consultadas pelo twitter da Ecovia (@ecovia) ou da PRF (@PRF191PR)
Caminhões já são parados antes da praça de pedágio de SJP
Cerca de 500 caminhões estão parados antes da praça de pedágio da BR-277 , em São José dos Pinhas, nesta segunda-feira (14) por conta da queda de quatro pontes na rodovia, que impediram que os caminhões seguissem para o porto de Paranaguá desde sexta-feira (11), de acordo com a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, Appa.
Os caminhões que seguem para o porto estão sendo retidos na praça de pedágio pela Polícia Rodoviária Federal, PRF. Por volta das 19 horas, a fila começava no quilômetro 60 e continuava até o quilômetro 70, onde é interrompida novamente por conta do cruzamento da rodovia com a BR-116, e continua por mais quatro quilômetros, totalizando 14 quilômetros de extensão. A fila já estava na área do município de Curitiba.
Mesmo com o bloqueio parcial da rodovia, a movimentação de mercadorias pelo Porto de Paranaguá ainda não foi afetada. A coordenadoria de exportação da Appa prevê que com a interrupção prolongada da BR-277 pode faltar carga para exportar.
Não só o escoamento de grãos que vem por rodovia foi prejudicado, mas também a movimentação de mercadorias por ferrovia. Com as chuvas, a ferrovia que liga Curitiba a Paranaguá ficou interditada em seis pontos diferentes. A América Latina Logística (ALL) tem cerca de mil vagões prontos para descer a serra desde a tarde de domingo (13). A assessoria da ALL informou que a empresa deve liberar a linha férrea na noite desta terça-feira (15). Caso não seja possível a liberação da ferrovia na terça, 30% da produção que seguia para Paranaguá devem ser enviados para o Porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina.
Cidades afetadas
As chuvas que atingiram o Paraná desde a última quinta-feira (10) causaram estragos e muitos prejuízos em sete municípios. O último balanço da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil - divulgado na tarde desta segunda-feira (14) - informava que as cidades atingidas eram São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba; Honório Serpa e Mangueirinha, no Sudoeste do Paraná; Antonina, Morretes, Paranaguá e Guaratuba, no Litoral do estado.
Morretes decretou estado de calamidade pública na tarde domingo (13) e Paranaguá havia entrado em situação de emergência na sexta-feira (11) e Guaratuba, na tarde de segunda-feira.
Situação em Antonina e Morretes
Aumentou o número de pessoas desabrigadas em Morretes, segundo o último levantamento da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil, divulgado às 9 horas de terça-feira (15). Eram 1.180 pessoas instaladas em abrigos. O órgão havia informado no fim da tarde de segunda-feira que eram 680.
O número de pessoas desalojadas em Antonina dobrou entre domingo e segunda, de acordo com a Defesa Civil. Foram afetados 1.500 moradores, sendo que 600 estão desalojados e 150 desabrigados. As chuvas danificaram 300 residências e destruíram outras 20.
As três agências bancárias de Morretes não funcionaram na segunda-feira (14). Além de estarem fechadas, os caixas eletrônicos das agências da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Itaú foram danificados pelas fortes chuvas que atingiram o litoral e também não podiam ser utilizados pela população. Uma solução encontrada pelos moradores era pagar contas na única lotérica do município. Para quem é cliente da caixa econômica, o estabelecimento também era utilizado para saques. Havia longa fila nessa lotérica na tarde de segunda.
Água, gasolina e determinados alimentos começam a faltar no litoral do Paraná. A interdição na BR-277 entre sexta-feira (11) e domingo (13) fez com que fornecedores dos supermercados de Antonina não conseguissem chegar ao município. Com isso, a situação na cidade é de que determinados alimentos começavam a faltar. Em alguns comércios faltavam biscoitos, em outros carnes e ainda alimentos de preparo rápido. Apesar da situação, não se pode afirmar que faltam alimentos na cidade. Como foi dito, há dificuldade para encontrar produtos pontuais.
O grande problema de Antonina é de que não há água mineral para se comprar na cidade. Os moradores podem conseguir alimentos, água e leite na estrutura montada pela Defesa Civil, na Estação Ferroviária.
Outro ponto de distribuição de água é em um colégio na Ponta da Pita, segundo a Defesa Civil. No local funciona uma escola municipal e um colégio estadual. O endereço é Rua Engenheiro Luiz Augusto Leão Fonseca, 923.
Além disso, não há gasolina nos postos de combustível. Os motoristas encontram apenas álcool.
A região mais afetada em Antonina pela chuva foi a do bairro Laranjeiras. O que se pôde observar logo na chegada ao município é de que há muitas casas soterradas. As ruas próximas à rodoviária estão cheias de barro, porém, os veículos ainda conseguiam passar com dificuldades.
A Defesa Civil havia liberado a entrada dos moradores da região do Mirante das Pedras, no Centro, em suas casas, para que tentassem salvar alguns pertences. A autorização foi suspensa porque havia risco de deslizamentos de terra e de pedras do morro.
1,5 mil casas novas
Será necessário construir 1.500 casas para atender todas as pessoas atingidas pelas chuvas em Antonina, disse o prefeito da cidade, Carlos Augusto Machado, na tarde de segunda-feira (14). De acordo com o último boletim divulgado pela Defesa Civil, cerca de 750 pessoas tiveram que deixar suas casas. Mas este número deve subir, porque muitas famílias devem ser retiradas de áreas de risco.
O prefeito Carlos Augusto Machado foi a Brasília nesta terça, onde deve se reunir com senadores da bancada paranaense, para negociar a liberação de verba para a reconstrução da cidade. “Ainda não temos uma estimativa de quanto de dinheiro será necessário, mas há muita coisa para fazer. É praticamente construir uma cidade nova”, disse.
Além da destruição deixada pela enxurrada, a população enfrenta falta de água. A rede que liga a estação de captação à estação de tratamento foi destruída em um ponto cerca de quatro quilômetros antes de chegar à cidade. Depois que os técnicos fizeram os reparos, novos deslizamentos, na noite de domingo, voltaram a danificar a rede. Mais de 50% do município está sem abastecimento. Segundo o prefeito, a estimativa era que toda a cidade voltasse a ser abastecida até o final desta segunda-feira.
Outro problema da cidade é a falta de alguns produtos, entre eles água mineral. Além disso, era difícil encontrar gasolina nos postos de combustível. A região mais afetada em Antonina pela chuva foi a do bairro Laranjeiras, onde muitas casas ficaram soterradas. As ruas próximas à rodoviária ficaram cobertas de barro.
Calamidade pública
Morretes decretou estado de calamidade pública na tarde de domingo, de acordo com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil. O chefe da seção operacional, capitão Eduardo Gomes Pinheiro, informou que a atitude foi tomada porque o município não estava conseguindo dar conta sozinho da situação. Além disso, trata-se de uma sinalização ao governo federal de que é preciso maior apoio e repasse de recursos.
Apesar da situação, o comércio de Morretes não estava com tantos problemas como o de Antonina. Ainda não havia registro de desabastecimento no município. A situação mais caótica estava na zona rural.
Situação em Paranaguá
As aulas da rede municipal, estadual e particular foram suspensas nesta segunda-feira (14) em Paranaguá em razão da falta de água tratada. O abastecimento continuava interrompido para 100% da cidade na manhã desta segunda-feira, segundo o diretor da empresa Água de Paranaguá, Mário Miller. Ele explica que a chuva levou lama e detritos para os mananciais, onde é feita a captação da água.
“Nossa estação não consegue tratar a água pois analises apontaram 100 vezes mais barros e detritos na água do que antes da chuva”, disse. A previsão inicial de que 25% do abastecimento seja retomado até a terça-feira (15) e pelo menos 50% seja normalizado até o fim de semana.
Enquanto isso, os moradores estão sendo atendidos por 10 caminhões-pipas que estão buscando água em uma área de captação em Praia de Leste, em Pontal do Paraná.
Foram instaladas caixas d’água em cinco pontos da cidade: Aeroparque, no bairro Nilson Neves (no Corpo de Bombeiros – Rua Bento Munhoz da Rocha Neto), na Praça da Vila Cruzeiro, na Praça da Paz (Rua Manoel Correia) e na Ilha dos Valadares (Praça da Matriz).
A falta d’água afetou também o atendimento no Hospital Regional do Litoral, em Paranaguá. As cirurgias eletivas foram suspensas e o hospital atende apenas os casos emergenciais. Caminhões-pipa estão levando água para o hospital a cada três ou quatro horas.
Alguns estabelecimentos comerciais estão cobrando até R$ 50 por galões de 20 litros de água mineral. A população também deve denunciar, por recomendação do Ministério Público, preços abusivos que estejam sendo praticados na venda de galões de água. As denúncias podem ser feitas para a Polícia Militar. O órgão ainda reitera que a água seja usada especialmente para consumo, alimentação e higiene pessoal, sendo evitadas outras atividades.
Appa informou na tarde desta segunda-feira (14) que disponibilizou todo seu estoque de água para doar à população de Paranaguá. Cerca de um milhão de metros cúbicos foram colocados à disposição da Defesa Civil na cidade para ajudar a população que sofre com a falta de abastecimento de água desde sexta-feira (11).
Desde sábado, a Appa interrompeu o abastecimento de água nos navios para poder destinar seu estoque à população da cidade.
A população também enfrenta o desabastecimento de combustível. Em alguns postos já não se encontra mais gasolina, e nos que ainda resta combustível é grande a fila para abastecer. Com isso, a empresa Viação Rocio reduziu o número de ônibus do transporte coletivo. Confira as linhas afetadas. A falta de energia elétrica atingia 439 domicílios até a manhã desta segunda, a maioria na zona rural do município e no Morro Inglês.
Fornecimento de luz e água
De acordo com a Companhia Paranaense de Energia (Copel), o número de residências sem energia no litoral era de 1.351 nesta segunda-feira. Só em Paranaguá eram 439 unidades na zona rural e no Morro Inglês. Em Morretes, Guaraqueçaba e Antonina eram 912 domicílios sem energia.
Equipes da Copel substituíram 23 postes em todo o Litoral nesta segunda(14) e outros 45 devem ser repostos nos próximos dias nas regiões mais afastadas das cidades.
A falta de água atingia 100% da cidade de Paranaguá e 50% de Antonina. Em Morretes a Sanepar retomou as atividades da estação de tratamento na noite de sábado (12), mas até esta segunda o abastecimento não havia sido restabelecido para todos os bairros.

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