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quinta-feira, 17 de março de 2011

Japão tenta conter desastre nuclear; país corre risco de blecaute

O Japão luta nesta quinta-feira para tentar resfriar os reatores da central nuclear de Fukushima e conter um desastre nuclear, mas a crise desencadeada após o terremoto de magnitude 9 seguido de tsunami da última sexta-feira (11) causa preocupação cada vez maior em todo o mundo e que provoca uma fuga em massa de estrangeiros de Tóquio.A maior preocupação é a crise nuclear, considerada a mais grave desde a de Tchernobil, na Ucrânia, em 1986.

A Tepco espera restabelecer nas próximas horas a corrente de energia elétrica da central nuclear, o que permitiria ativar as bombas para resfriar os reatores e encher as piscinas. Os sistemas de resfriamento falharam na sexta-feira depois do terremoto --o mais forte da história do Japão-- seguido pelo tsunami que devastou a costa nordeste do país.

Nesta quinta-feira, quatro helicópteros do Exército japonês lançaram jatos d'água sobre os reatores nucleares do complexo de Fukushima, principalmente sobre o número 3. O objetivo era encher uma piscina de combustível usado que foi danificada após uma explosão e uma série de incêndios.

Com a ajuda de bombeiros e policiais, funcionários da Tepco (Tokyo Electric Power), que opera a central de Fukushima, pretendiam alcançar a piscina com a ajuda de um caminhão-tanque equipado com um canhão d'água. Mas, segundo a televisão pública NHK, isto não foi possível devido ao nível elevado de radiação.

Especialistas estrangeiros dizem acreditar que a piscina do reator 4 está praticamente seca, o que pode provocar níveis "extremamente elevados" de radiação, segundo o presidente da NRC (Autoridade Americana de Regulamentação Nuclear), Gregory Jaczko.

A fusão do combustível pode provocar a emanação de partículas radioativas, provocando assim uma catástrofe como a de Tchernobil.

O IRSN (nstituto Francês de Radioproteção e Segurança Nuclear) afirmou nesta quarta-feira que as 48 horas seguintes seriam "cruciais".

No entanto, a Tepco informou que não tinha condições de determinar a quantidade de água que entrou na piscina, já que os funcionários não conseguiam observar o local.

APAGÃO

Para piorar a crise, o governo japonês alertou sobre o risco de um possível grande blecaute nesta quinta-feira na região de Tóquio em decorrência dos problemas de provisão elétrica causados pelo terremoto seguido de tsunami. Por isso, foi pedido que as operadoras de trem da área de Tóquio suspendam o serviço na parte da tarde e que as empresas reduzam o consumo, segundo o ministro da Indústria japonês, Banri Kaieda, citado pela agência local Kyodo.

A situação se complicou ainda mais com o aumento do consumo de eletricidade devido à forte queda das temperaturas desde a noite de ontem, o que gerou o temor de que a demanda de energia supere a oferta.

Nesta quinta-feira, a quatro dias do início da primavera, prevê-se que a temperatura em Tóquio fique próxima a 0ºC à noite, como já ocorreu ontem.

O panorama fez com que duas operadoras de eletricidade japonesas passassem a fazer cortes no abastecimento, com duração entre três e seis horas, em parte do território, além de pedir que os japoneses reduzam o consumo, embora prejudique este esforço.

Há quatro dias, cortes de luz estão ocorrendo na região de Kanto, na qual se encontra Tóquio, para tentar impedir grandes blecautes. A área metropolitana de Tóquio é habitada por mais de 30 milhões de pessoas, que utilizam os trens para chegar a seus locais de trabalho, mas, desde a crise gerada pelo terremoto, muitas pessoas optaram por trabalhar de casa.

Cerca de dez milhões de lares serão afetados hoje pelos planos de cortes de energia da Tepco, segundo a agência local Kyodo.

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