SELVA

SELVA

PÁTRIA

PÁTRIA

segunda-feira, 18 de abril de 2011

ONU e Líbia chegam a acordo sobre ajuda humanitária a Misrata

O regime do ditador líbio, Muammar Gaddafi, prometeu à ONU (Organização das Nações Unidas) acesso à Misrata, cidade que tem sido alvo nas últimas semanas de intensos bombardeios das forças governistas. Estimativas de fontes locais indicam que até mil pessoas morreram e 3.000 ficaram feridas nos confrontos em Misrata, desde o fim de fevereiro. O acordo, confirmado por fontes da ONU e pelo porta-voz do regime líbio, foi alcançado no domingo e permite que a organização entregue ajuda humanitária à Misrata e outras cidades do leste líbio sob controle de Gaddafi. A ONU já havia organizado uma operação de ajuda na parte leste do país sob controle dos rebeldes. O porta-voz líbio, Moussa Ibrahim, confirmou que o acordo inclui a instalação de um corredor humanitário até Misrata, cidade de 300 mil habitantes e único reduto rebelde no oeste líbio. "O acordo é para providenciar passagem segura para as pessoas deixarem Misrata, para dar ajuda, comida e medicamentos", disse Ibrahim. O governo líbio nega ter usado armas pesadas contra Misrata, onde rebeldes mantêm a grande custo controle sobre o porto, único contato com o exterior. Residentes e fontes dos hospitais da cidade descrevem, contudo, fortes bombardeios no fim de semana. Somente no domingo, 17 pessoas morreram e outras 70 ficaram feridas. CESSAR-FOGO Em Budapeste, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu nesta segunda-feira um cessar-fogo na Líbia e anunciou que pretende ampliar a ajuda humanitária a Trípoli. "Temos três objetivos: primeiro um cessar-fogo imediato e efetivo, segundo estender nossa ajuda humanitária aos que necessitam, terceiro continuar o diálogo político e a busca de uma solução política", declarou Ban a um grupo de jornalistas durante uma visita oficial de três dias a Hungria. "Vista a magnitude da crise, se os confrontos prosseguirem, é absolutamente necessário que as autoridades líbias parem os combates e de matar as pessoas", insistiu. Apesar das negociações para obter uma solução política prosseguirem, o secretário-geral da ONU pediu uma ação internacional "combinada e em coordenação com o povo líbio". "Uma vez obtido o cessar-fogo, a Líbia necessitará de amplos esforços para estabelecer e manter a paz, assim como para a reconstrução", completou Ban. A situação humanitária é particularmente grave nas cidades onde acontecem os confrontos, destacou o secretário-geral. "Há dezenas de milhares de pessoas cujas necessidades básicas não são satisfeitas, portanto temos um grave problema", explicou. Ban afirmou que a ONU pretende ampliar, em colaboração com a Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho, a ajuda humanitária a Trípoli. As Nações Unidas já estabeleceram em Benghazi uma base humanitária para as 500 mil pessoas que fugiram dos combates. VÍTIMAS A direção do hospital da cidade de Misrata afirmou que os combates deixaram mil mortos e 3.000 feridos. "No total, 80% dos mortos são civis", declarou o administrador do hospital, o médico Khaled Abu Falgha. O número não pode ser confirmado de maneira independente. De acordo com Falgha, apenas no domingo morreram 17 pessoas e outras 70 ficaram feridas na cidade, que fica 200 km ao leste de Trípoli. O médico afirmou que desde a semana passada foram internados pacientes com ferimentos graves provocados por bombas de fragmentação, armas que estão proibidas. Os rebeldes acusam as tropas leais a Gaddafi de utilizar tais bombas, o que Trípoli nega.

Nenhum comentário:

Postar um comentário