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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Pneus traseiros invertidos podem ter desequilibrado carro de Sondermann

Um pneu traseiro montado de forma invertida aos demais no carro de Gustavo Sondermann pode ter contribuído para o acidente que resultou na morte do piloto, durante etapa da Copa Montana, em Interlagos. O composto traseiro direito tinha as ranhuras em sentido contrário às dos outros e, como chovia durante a prova no domingo, a mudança pode ter influenciado no volume de escoamento de água dos pneus. Piloto da Stock Car e comentarista da TV Globo, Luciano Burti afirma que o erro é “primário e inaceitável”, embora diga que não há, por enquanto, como provar que tenha sido o causador do acidente.- Tecnicamente falando, pneus de chuva ou os de pista seca têm um sentido para rodar. Não é somente pneu de chuva. A construção de pneu tem que atender força de rotação. Obviamente, foi montado errado, não estava trabalhando da maneira correta. Assim, a aderência não estava funcionando da maneira correta. Se for falar somente do acidente, não conseguiria dizer se foi o causador, até porque houve o toque. Mas é uma coisa errada, não deveria ser desta forma. É um erro primário e inaceitável. Thiago Meneghel, engenheiro chefe da equipe A. Mattheis, na Stock Car, afirma que a mudança pode ter influenciado no equilíbrio do carro. Não é possível dizer, no entanto, que isso tenha resultado no acidente de Sondermann. - Eu acredito que esse pneu pode ter influenciado no desempenho do carro. Mas, pelo que eu vi, parece que o ponto de partida foi mesmo o primeiro toque que ele levou. A visibilidade naquele ponto é ruim. Mas é muito difícil falar agora que, se o pneu tivesse em outra posição, não teria acontecido o acidente. Eu acredito que isso pode ter desequilibrado no carro, o acidente é uma união de diversos fatores. Mas pode ter alterado o volume de escoamento de água dos pneus – afirmou.De acordo com Meneghel, o funcionamento do carro pode ter ficado desequilibrado com a mudança. - Como eu estava ajudando o (piloto) Pedro Boesel durante a prova, vi muitas equipes trocando pneus no grid, na correria. Normalmente, a Goodyear (fabricante dos pneus) observa o sentido de rodagem dos pneus. Como esses pneus não são lacrados, no outro carro da equipe, eles podem ter colocado invertidos também - disse o engenheiro, explicando que pode ter sido uma decisão consciente da equipe . O GLOBOESPORTE.COM entrou em contato com a fabricante dos pneus para saber como a posição do pneu pode ter influenciado no acidente, mas não conseguiu falar com os responsáveis até a publicação desta reportagem. Gustavo Sondermann teve sua morte cerebral anunciada pelo corpo médico do Hospital São Luiz, onde foi atendido. Segundo o boletim médico oficial, o paulista, que chegou ao local com quadro estável, teve complicações por conta do acidente. A Confederação Brasileira de Automobilismo decretou luto oficial de sete dias. O piloto de 29 anos começou sua carreira no kart aos 16 anos. Em 2007, Sondermann viveu de perto uma das maiores tragédias do automobilismo brasileiro: o paulista corria na Stock Light pela equipe FTS Competições. Seu companheiro de equipe, Rafael Sperafico, acabou se envolvendo em um grave acidente também em Interlagos e morreu. Por coincidência, o acidente fatal de Gustavo aconteceu na mesma pista e curva de Sperafico: a curva do Café. A pick-up número 48 do piloto foi acertada por três veículos até ser totalmente destruída em colisão com o carro de Pedro Boesel. O local é conhecido por ser o mais perigoso do autódromo paulista. Na temporada 2009 e 2010, o paulista correu na Stock Car. No primero ano, ele competiu pela equipe Gramacho Costa e, na segunda temporada, se dividiu entre a AMG Motorsport e a própria Gramacho Costa. Ele foi companheiro de equipe de pilotos como Átila Abreu e Christian Fittipaldi.

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