Microsoft lança aparelho com capa que vira teclado e se junta a concorrentes para combater a supremacia da Apple e seu iPad
Juliana TiraboschiNO ESCURO
CEO da Microsoft, Steve Ballmer, apresenta o novo aparelho,
mas não revela os preços nem diz quando chegará ao mercado
Em 2006, a Microsoft deu um grande e arriscado passo ao lançar o Zune, um aparelho reprodutor de músicas e vídeos concebido para destronar o iPod da Apple. Só conseguiu provocar bocejos na concorrência, e o aparelho foi descontinuado em março de 2011. Golpe duro para uma empresa acostumada a liderar os mercados de sistemas operacionais para computadores e navegadores de internet. Quatro anos depois, a Microsoft fez as pazes com o sucesso ao lançar o Kinect, sensor de movimentos que dispensa controles para ser usado junto com o game Xbox. Agora, a empresa anuncia seu primeiro tablet, o Surface. Desta vez, armou-se para incomodar bem mais os executivos da Apple, produtora do iPad, no mercado desde janeiro de 2010.
Seus trunfos são se apresentar como um misto de tablet e PC, ser equipado com capa que vira teclado, ter porta USB e ser compatível com softwares já populares. Ele vai competir tanto com o iPad e similares (leia quadro) quanto com os ultrabooks, os primos mais leves, finos e baratos dos notebooks. Segundo Steven Sinofsky, presidente para a divisão de Windows da Microsoft, a versão mais simples do Surface deve se comparar em preço aos tablets com capacidade de processamento parecida, enquanto o modelo mais parrudo deve chegar com um valor próximo do dos ultrabooks. Especialistas apostam em algo entre US$ 400 e US$ 500 para o primeiro e de US$ 900 a US$ 1.000 para o segundo.
“Mais importante do que ser o primeiro é ter um produto de qualidade, e o Kinect é um exemplo do potencial da Microsoft”, compara Rafael Lamardo, professor de tecnologia da informação da pós-graduação da Faculdade Getulio Vargas. Outros analistas são menos otimistas quanto ao atraso da companhia. “Acho que a Microsoft demorou porque não entendia as nuances do mercado de tablets”, diz o canadense Zeus Kerravala, consultor de negócios em tecnologia da informação. Para ele, é um erro tentar unir conceitos diferentes em um só aparelho. “Tablets funcionam por toque e são ótimos para apresentações, enquanto laptops são baseados em teclados e mouses e usados para criar conteúdo. Esse tipo de híbrido nunca foi bem-sucedido”, afirma. Outro ponto negativo é que o Surface começará com uma base de aplicativos bem menor do que o tablet da Apple.
Apesar de o Surface abrir espaço para que a empresa ofereça soluções mais completas – com hardware e software – a seus clientes, o lançamento deixou claro que faz parte da estratégia da Microsoft provocar estragos na Apple, para purgar um pouco a derrota do Zune. Segundo Kerravala, há poucas chances de isso acontecer. “O Surface pode ameaçar os aparelhos baseados no sistema operacional Android. Para ajudar nisso, ele terá mais potência e uma bateria com duração maior do que a do tablet da Apple, e o teclado pode ser um atrativo para alguns”, diz. Os números de mercado servem de incentivo e esperança para a Microsoft. A fatia da Apple na venda de tablets caiu de 68,2% no quarto trimestre de 2010 para 57,6% no mesmo período de 2011, enquanto a dos aparelhos com Android (do Google) cresceram de 29% para 39,1%, segundo a Strategy Analytics. No mundo da tecnologia, sempre vence o melhor. Só falta descobrir quem será.
Seus trunfos são se apresentar como um misto de tablet e PC, ser equipado com capa que vira teclado, ter porta USB e ser compatível com softwares já populares. Ele vai competir tanto com o iPad e similares (leia quadro) quanto com os ultrabooks, os primos mais leves, finos e baratos dos notebooks. Segundo Steven Sinofsky, presidente para a divisão de Windows da Microsoft, a versão mais simples do Surface deve se comparar em preço aos tablets com capacidade de processamento parecida, enquanto o modelo mais parrudo deve chegar com um valor próximo do dos ultrabooks. Especialistas apostam em algo entre US$ 400 e US$ 500 para o primeiro e de US$ 900 a US$ 1.000 para o segundo.
“Mais importante do que ser o primeiro é ter um produto de qualidade, e o Kinect é um exemplo do potencial da Microsoft”, compara Rafael Lamardo, professor de tecnologia da informação da pós-graduação da Faculdade Getulio Vargas. Outros analistas são menos otimistas quanto ao atraso da companhia. “Acho que a Microsoft demorou porque não entendia as nuances do mercado de tablets”, diz o canadense Zeus Kerravala, consultor de negócios em tecnologia da informação. Para ele, é um erro tentar unir conceitos diferentes em um só aparelho. “Tablets funcionam por toque e são ótimos para apresentações, enquanto laptops são baseados em teclados e mouses e usados para criar conteúdo. Esse tipo de híbrido nunca foi bem-sucedido”, afirma. Outro ponto negativo é que o Surface começará com uma base de aplicativos bem menor do que o tablet da Apple.
Apesar de o Surface abrir espaço para que a empresa ofereça soluções mais completas – com hardware e software – a seus clientes, o lançamento deixou claro que faz parte da estratégia da Microsoft provocar estragos na Apple, para purgar um pouco a derrota do Zune. Segundo Kerravala, há poucas chances de isso acontecer. “O Surface pode ameaçar os aparelhos baseados no sistema operacional Android. Para ajudar nisso, ele terá mais potência e uma bateria com duração maior do que a do tablet da Apple, e o teclado pode ser um atrativo para alguns”, diz. Os números de mercado servem de incentivo e esperança para a Microsoft. A fatia da Apple na venda de tablets caiu de 68,2% no quarto trimestre de 2010 para 57,6% no mesmo período de 2011, enquanto a dos aparelhos com Android (do Google) cresceram de 29% para 39,1%, segundo a Strategy Analytics. No mundo da tecnologia, sempre vence o melhor. Só falta descobrir quem será.
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