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quarta-feira, 2 de março de 2011

Após confrontos, rebeldes controlam cidades no leste da Líbia

Opositores do ditador líbio, Muammar Gaddafi, conseguiram repelir a ofensiva das forças do governo que tentavam tomar conta das cidades de Brega -- importante centro petrolífero a 800 quiilômetros da capital Trípoli-- e Marsa, ambas no leste do país.

O ataque -- no qual as forças pró-regime usaram aviões, infantaria e artilharia pesada-- foi a maior ação armada do governo na região, controlada pelos rebeldes.

Na manhã de hoje, mercenários destacados por Gaddafi portando armas automáticas se deslocaram em direção a Ajdabiya, controlada pelos rebeldes, cercando o porto e as instalações petrolíferas onde trabalham cerca de 4.000 pessoas, enquanto aviões militares bombardearam um depósito de munições na região da cidade, de acordo com o relato de testemunhas.

No final da manhã, os opositores contra-atacaram e os apoiadores de Gaddadi deixaram então a área de Ajdabiya em picapes, seguindo em direção a Brega, a cerca de 70 quilômetros de distância. Segundo relatos, os rebeldes retomaram o controle das instalações petrolíferas.

À tarde, as forças pró-Gaddafi invadiram uma universidade próxima, onde ficaram cercados pelos rebeldes, de acordo com um repórter da Associated Press. No final do dia, os apoiadores de Gaddafi deixaram o campus e rebeldes foram visto transitando pelos prédios da universidade.

Ao menos seis rebeldes morreram e outros 18 ficaram feridos nos confrontos, de acordo com fontes médicas.

Na capital Trípoli, Gaddafi fez um discurso hoje e afirmou que irá lutar "até o fim". Ele rejeitou a pressão dos EUA e da Europa para que renuncie, e alertou que "milhares de líbios irão morrer" caso forças americanas e da Otan intervenham no conflito.

Ele também criticou as medidas internacionais contra seu regime, como o congelamento de bens líbios no exterior, que qualificou de "pirataria". "Não haverá estabilidade no Mediterrâneo enquanto não houver estabilidade na Líbia", acrescentou.

Em Benghazi, a segunda maior cidade do país e bastião rebelde no leste, opositores de Gaddafi anunciaram a criação de um governo interino. Eles nomearam o ex-ministro da Justiça, Mustafa Abdel-Jalil, como chefe de um conselho de transição.

AJUDA DA ONU

Mais cedo, os rebeldes de oposição pediram ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) que lance um ataque aéreo contra os mercenários de Gaddafi, dizendo que somente com ajuda internacional poderão tirar o ditador do poder.
"Nosso Exército não pode lançar ataques contra os mercenários, pois tem papel defensivo", afirmou o porta-voz rebelde Abdelhafiz Hoga em entrevista coletiva concedida em Benghazi, epicentro das forças de oposição.

Hoga ressaltou, contudo, que a ajuda viria como um ataque aéreo estratégico e não uma ampla intervenção militar, a qual os rebeldes rejeitam. O porta-voz diz ainda que em breve será nomeado um representante rebelde para colocar-se em contato com os organismos internacionais.

O pedido de ajuda foi confirmado por outro porta-voz dos grupos rebeldes, Mustafa Gheriani, da coalizão rebelde 17 de Fevereiro. "Nós provavelmente iremos pedir ajuda externa, possivelmente bombardeios aéreos em locais estratégicos, para colocar o prego no caixão dele [de Gaddafi]", disse.

NAVIOS DOS EUA

Dois navios de assalto dos Estados Unidos, o USS Kearsarge e o USS Ponce, atravessaram o mar Vermelho e chegaram ao Mediterrâneo na tarde desta quarta-feira. O Kearsarge pode transportar até 2.000 fuzileiros navais.

Os EUA anunciaram na segunda-feira (28) a mobilização de navios e aviões para mais perto do território da Líbia, onde Gaddafi reprime com violência a rebelião popular e militar.

Tal mobilização militar, no entanto, é amplamente vista como uma demonstração simbólica de força, uma vez que nem os EUA nem seus aliados da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) se mostram dispostos a uma intervenção militar direta.

Também na segunda-feira, o destróier USS Barry já havia passado por Suez, e agora está no sudoeste do Mediterrâneo.

A Casa Branca afirmou que os navios estão sendo reposicionados numa preparação para possíveis esforços humanitários, como retirada de refugiados ou entrega de suprimentos, mas destacou que "nenhuma opção foi retirada da mesa".

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