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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Novais deixa Turismo após denúncias e outro aliado de Sarney assume vaga

Pela quinta vez em oito meses de governo, a presidente Dilma Rousseff demitiu um de seus ministros. O titular do Turismo, deputado federal Pedro Novais (MA), que fora levado até a Esplanada abençoado pelo PMDB e por seu padrinho José Sarney, entregou sua carta de demissão por volta das 18h. No final da noite, o partido indicou, depois de uma disputa acirrada entre as facções da legenda, o deputado Gastão Vieira, também maranhense e apadrinhado do presidente do Senado, que deve tomar posse amanhã cedo.
Desgastado dentro do governo desde que o Estado mostrou, ainda antes de sua posse, que ele havia usado a verba indenizatória da Câmara para cobrir despesas pessoais em um motel, Novais não resistiu à revelação de que usara também a verba para bancar uma empregada particular e o motorista de sua mulher, como mostrou reportagem do jornal Folha de S.Paulo.
Entre uma revelação e outra, a Operação Voucher, deflagrada pela Polícia Federal, prendeu em agosto o então secretário executivo do ministério, Frederico Costa, e ampliou o desgaste. Nos últimos dias, Novais perdeu apoio também dentro do PMDB e se tornou vítima da "faxina" promovida pelo Planalto, que tem como alvo funcionários suspeitos de irregularidades.
Pouca experiência. Vieira, o substituto está no quinto mandato como deputado e, conforme seu currículo, possui pouca experiência na área do turismo. Sua principal credencial é a relação com o presidente do Senado e a indicação só ocorreu após a cúpula do PMDB ter tentado emplacar outros nomes, todos vetados previamente.
No meio da tarde de ontem, a quinta baixa na equipe ministerial abriu uma disputa na cúpula do PMDB, com o vice-presidente Michel Temer e o líder na Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (RN), protagonizando uma queda de braço para fazer o sucessor de Novais.
Depois de um dia nervoso de negociações entre o Palácio do Planalto, a cúpula do PMDB e a bancada do partido na Câmara, os peemedebistas ainda tentaram passar a bola à presidente. Por volta das 20h, Temer levou a Dilma a decisão da bancada de não sugerir ninguém, deixando para ela o eventual desgaste da escolha entre os 80 deputados.
Dilma não aceitou a proposta que "imunizaria" o escolhido e fez seu vice voltar ao PMDB para lhe trazer um nome. O escolhido foi secretário de Educação do governo Roseana Sarney no Maranhão, que sempre focou sua atuação parlamentar no setor educacional.
Alves fez duas investidas para emplacar um nome de sua preferência no ministério, mas não foi bem sucedido em nenhuma delas. Primeiro, trabalhou para impor ao governo o nome do deputado Marcelo de Castro (PMDB-CE), que acabara de perder a liderança do governo no Congresso para o senador petista José Pimentel (CE), mas, diante das resistências do Palácio do Planalto, foi desaconselhado por Temer a fazê-lo.
Depois, tentou fazer o deputado Manoel Júnior (PMDB-PB) ministro. Um experiente líder do partido explicou que a tática nesse caso era a de tornar forte um nome fraco, para que a presidente Dilma acabasse refém da bancada do PMDB na pasta.
Foram nove horas de idas e vindas em que o PMDB e governo tentaram chegar a uma solução de consenso, sem contudo encontrar um nome que fosse, ao mesmo tempo, "palatável" ao Palácio do Planalto, ao líder, ao vice e ao conjunto da bancada. Dilma exigia que a escolha fosse "segura", livrando o governo de novas denúncias de corrupção e irregularidades. Deixou claro que queria "um ministro que fique no cargo".
Lista extensa. No final do dia, pelo menos oito nomes haviam desfilado pela lista de ministeriáveis do PMDB, que incluiu até o ministro de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco. Entre os mais cotados ontem à noite estavam, além de Gastão Vieira, Manoel Júnior (PB), e Lelo Coimbra (ES). Mas também foram cogitados e descartados os nomes de Leonardo Quintão (MG) e Leandro Vilela (GO). Até agora, três peemedebistas foram demitidos da Esplanada.

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