São Paulo - O lançamento de voos é outro artifício que vem sendo usado para atender a um crescimento de demanda. Além de frequências para cidades já exploradas, algumas empresas abriram rotas para lugares onde ainda não operavam.A TAM começou a voar para Cabo Frio, no Rio de Janeiro, e iniciará em dezembro suas operações em Bogotá, na Colômbia. O especialista em aviação Paulo Sampaio, da consultoria Multiplan, destaca que a oferta de assentos pelas companhias aéreas deve continuar crescendo, pois além de novas frequências, novos aviões ou serão incorporados às frotas ou substituirão aeronaves menores.A oferta de assentos por quilômetro voado (ASK, na sigla em inglês), cresceu 19,53% no primeiro semestre, comparativamente a igual intervalo de 2009. Com relação ao movimento nos aeroportos brasileiros, que foi de 27,58% no período, deve ficar na faixa de 20% no segundo semestre, na avaliação de Sampaio. Ele espera que nos próximos três anos este mercado cresça em torno de 18% anualmente. A melhora "significativa" do cenário, como lembrou Caio Dias, analista de transportes do banco Santander, também incentivou a retomada das captações pelas aéreas.A Gol anunciou neste mês uma oferta de notas seniores, no exterior, no valor aproximado de US$ 400 milhões. Os papéis vencem em 2020 e servirão ao propósito de melhorar o endividamento da empresa, já que cobrirá dívidas que vencerão nos próximos três anos. No final de 2009, a TAM havia colocado US$ 300 milhões em bônus de dez anos. Com a "casa arrumada" e diante das boas perspectivas de mercado, as empresas voltaram a contratar.Conforme o presidente do Centro Educacional de Aviação do Brasil (CEAB), Salmeron Cardoso Junior, a procura de companhias aéreas por profissionais especializados está em franca expansão. Em sua escola, que forma tripulantes para as aeronaves, houve um incremento de 30% na procura de alunos pelas empresas de aviação no primeiro semestre, comparativamente a igual intervalo de 2009. O executivo espera formar, neste ano, 1.800 comissários, contra 1 500 profissionais no ano anterior. "A NHT Linhas Aéreas (empresa de aviação regional sediada em Porto Alegre) é uma das empresas que está contratando. Com a maturidade do setor e melhora das perspectivas, amparadas pelo maior poder de compra das classes C e D, as empresas tendem a explorar mercados maiores", avalia.Entraves-Apesar do otimismo generalizado para a aviação, analistas alertam que o crescimento do setor aéreo tem um limite que não pode ser ignorado: a infraestrutura aeroportuária e o controle de tráfego aéreo."Quem determinará o limite não será a demanda, e sim a infraestrutura", destaca o analista de transportes do banco Santander, Caio Dias.Se a demanda continuar crescendo e os problemas estruturais não forem solucionados, no médio e longo prazos o preço das passagens terá de ser elevado, constata Dias. Por ora, ele acha que 2010 fechará com estabilidade nos preços ante 2009, de R$ 0,20, em média, pago por quilômetro voado.Na opinião de Respício do Espírito Santo Junior, do Instituto Cepta e UFRJ, não adianta as empresas ampliarem suas frotas e o governo abrir a possibilidade de mais capital estrangeiro nas aéreas (está para ser aprovada a ampliação de 20% para 49% destes investidores), se não há aeroportos e espaço aéreo. "Este é um problema que deve ser resolvido pelo governo. O crescimento do mercado poderia ser bem maior", afirma.Na avaliação do especialista em aviação Paulo Sampaio, da consultoria Multiplan, o governo precisa fazer valer as projeções "generosas" traçadas para o mercado de aviação.
Minha lista de blogs
PÁTRIA
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário