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terça-feira, 5 de outubro de 2010

Celebridades tiveram 2,5 milhões de votos

Rio de Janeiro e São Paulo - Quatro ex-jogadores de futebol, um ator, uma atriz, uma cantora, um apresentador de tevê e um humorista que se tornou o candidato a deputado federal mais votado do Brasil. Se outros famosos, como o carnavalesco Joãosinho Trinta, a ex-integrante do Balão Mágico Simony e o boxeador Popó não conseguiram se eleger, as votações dadas a candidatos como o Palhaço Tiririca e os ex-jogadores Romário e Danrlei mostram que o eleitor ainda se deixa levar pelo apelo das celebridades. Voto de protesto ou não, o fato é que nove famosos venceram nas urnas neste ano. Juntos, eles tiveram cerca de 2,5 milhões de votos.
Romário, que se elegeu deputado federal, prometeu ontem “marcar um gol” em Brasília. “Ainda estou aprendendo a função. Não sou um político pronto ainda, mas podem ter certeza que vou me tornar um grande político”, disse. “Fui ‘top’ na minha profissão e convivi com cobranças. O povo pode ter certeza de que vou fazer muitos gols em Brasília. Só peço que Papai do Céu me dê sabedoria para realizar um grande trabalho.”
Romário fez tabelinha com outro ex-jogador, Bebeto, que foi eleito deputado estadual no Rio. Na Assembleia, Bebeto terá a companhia do ex-jogador do Vasco Roberto Dinamite (PMDB), reeleito ao receber 39.730 votos. No Rio Grande do Sul, o ex-goleiro do Grêmio Danrlei foi o candidato a deputado federal mais votado no estado. Outro ex-boleiro eleito foi o ex-atacante do Atlético-MG Marques, que será deputado estadual de Minas Gerais. Ele será companheiro do ex-goleiro do Atlético-MG João Leite (PSDB), que também se reelegeu.
Outros ex-jogadores não conseguiram se eleger: Reinaldo, ex-atacante do Atlético-MG; os ex-corintianos Marcelinho Carioca (PSB), Dinei (PDT) e Vampeta (PTB); e o ex-palmeirense Ademir da Guia (PPS). No Paraná, os ex-goleiros Raul Plasmann e Rafael Camarota também foram derrotados. O técnico Valdir Espinosa (PDT) não conseguiu se tornar deputado estadual no Rio.
Fenômeno
Deputado federal mais votado do Brasil, com 1,3 milhão de votos, Tiririca terá de se explicar na Justiça. Ontem, o juiz da 1ª. Zona Eleitoral de São Paulo, Aloísio Sérgio Rezende Silveira, aceitou denúncia oferecida pelo Ministério Público Eleitoral contra o humorista. Conforme a sentença, a prova técnica apresentada sobre alfabetização de Tiririca justifica o recebimento da denúncia, anteriormente rejeitada, para início da ação penal. Segundo o juiz, “a prova técnica produzida pelo Instituto de Criminalística aponta para uma discrepância de grafias”, o que leva a uma razoável dúvida sobre uma das “condições de elegibilidade inseridas em declaração firmada pelo acusado, no momento do pedido de registro de candidatura a deputado federal para concorrer às eleições 2010, por meio da qual afirma que sabe ler e escrever”. O prazo para apresentação de defesa é de dez dias. A pena prevista para esse crime é de até 5 anos de reclusão e o pagamento de cinco a 15 dias-multa por declaração falsa ou diversa da que deveria ser escrita para fins eleitorais em documento público. Ainda cabe recurso ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Tiririca viajou para Fortaleza (CE) para descansar após as eleições. “Não falei com ele ainda, mas o Tirulipa [também palhaço, filho de Tiririca] disse que ele quer um tempo para descansar”, disse Reginaldo Calvo, sócio do filho do novo deputado. Segundo Reginaldo, Tiririca vai passar cerca de 20 dias no Ceará e deve ir para uma praia do estado. No domingo, Tiririca apareceu para votar com sua “identidade secreta”: sem o chapeuzinho e a peruca de seu personagem, Francisco Everardo Oliveira Silva chegou à zona eleitoral do bairro da Aclimação, às 8h40, vestido com calça jeans e camisa azul. O candidato foi “desmascarado” pelos jornalistas que faziam plantão à sua espera. Diante da insistência de alguns repórteres, preferiu não revelar os nomes que digitou na urna: “O voto é secreto”, disse.

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