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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Cadeira de jovem morta no Hopi Hari pode ter saído destravada do chão

A perícia técnica feita no brinquedo do Hopi Hari do qual uma adolescente foi arremessada a 25 metros do chão na semana passada apontou indícios de que o assento onde ela estava já saiu do chão destravado.

Gabriela Yukay Nychymura morreu na manhã de sexta-feira (24) após cair do La Tour Eiffel, no parque de Vinhedo (SP). Nessa espécie de elevador, cada visitante sobe cerca de 70 metros em uma cadeira com trava individual e despenca em simulação de queda livre, podendo chegar a 94 quilômetros por hora.

Segundo testemunhas, apenas a cadeira de Nychymura estava com a trava levantada quando chegou ao chão. Os outros dez visitantes que estavam no brinquedo fizeram a descida normalmente.

De acordo com o perito criminal Nelson Patrocínio da Silva, se o equipamento de segurança estivesse travado antes de o brinquedo subir ele não teria se soltado durante a descida. "Pelos testes que realizamos, não teria chance de isso acontecer. Mas só o laudo final vai dizer se, no caso dela, o brinquedo saiu destravado [do chão]", afirmou. "O problema pode estar na liberação do brinquedo antes de subir."

FALHA HUMANA

Durante quase três horas desta segunda-feira (27), peritos realizaram avaliações no brinquedo acompanhados pelo delegado Álvaro Santucci Noventa Júnior e do promotor Rogério Sanches Cunha.

"A meu ver, há mais chances de ter havido falha humana do que no mecanismo do brinquedo", afirmou o delegado, ressalvando que ainda é cedo para apontar responsáveis.

Para Cunha, houve negligência no caso. "Agora, quem foi negligente e qual foi o grau da negligência só saberemos com o andar da investigação." Segundo ele, tanto a manutenção do aparelho quanto a fiscalização e o momento de liberar o brinquedo para a subida serão analisados.

O Ministério Público acompanha o inquérito policial que apura o acidente e também instaurou um inquérito civil para investigar a segurança do parque para os visitantes.

O Hopi Hari afirmou que está prestando apoio à família da vítima e aos responsáveis pela investigação.


Jefferson Coppola - 24.fev.12/Folhapress
Funcionários fazem teste no brinquedo Torre Einffel do parque de diversões Hopi Hari, em Vinhedo (SP)
Funcionários fazem teste no brinquedo Torre Einffel do parque de diversões Hopi Hari, em Vinhedo (SP)

O ACIDENTE

Gabriela Yukay Nychymura caiu do brinquedo por volta das 10h20 de sexta (24). Ela foi encaminhada ao hospital com traumatismo craniano, mas chegou sem vida ao local. O acidente ocorreu no brinquedo La Tour Eiffel, um elevador com 69,5 metros.

Gabriela vivia no Japão e estava passando as férias na casa de familiares em Guarulhos (Grande SP). Segundo a polícia, ela estava no parque com a mãe e o pai, que são brasileiros.

"Uma testemunha que estava entrando no parque disse categoricamente que viu o corpo ser lançado depois da trava abrir", afirmou o delegado de Vinhedo, Álvaro Santucci.

O brinquedo foi vistoriado anteontem, mas a prioridade foram os blocos que estavam em funcionamento.

No sábado, o parque de diversões reabriu regularmente, mas a La Tour Eiffel continuava interditada.

Em nota, o parque informou que recebeu os visitantes que, como em todos os finais de semana, se programam com antecedência para visitá-lo.

"No momento da freada brusca, olhei para cima. Vi quando a trava se levantou e ela caiu. O barulho da pancada foi forte. Fiquei muito apavorada", disse a turista mineira Cátia Damasceno, 30, ainda transtornada na porta da delegacia.

Segundo o delegado Álvaro Santucci Jr., outras duas testemunhas que prestaram depoimento disseram ter visto o equipamento de segurança destravado.

O músico Victor Kawamura, 20, foi um dos que presenciaram o acidente. "Fiquei olhando e, na hora da brecada, a menina caiu. Ela chegou a gritar e, depois, deu para ouvir o barulho. A trava estava levantada e ela caiu de cabeça. Foi horrível", relatou.

A professora Lilian Galdino, 29, estava ao lado da vítima, no brinquedo. "Ela estava como todo o mundo fica, mas estava segurando embaixo e não na trava", disse.

O inquérito deve ficar pronto em até 30 dias.


Editoria de arte/Folhapress

Editoria de Arte/Folhapress

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