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domingo, 12 de fevereiro de 2012

Policiais militares encerram greve na BA após 12 dias

Os policiais militares baianos decidiram encerrar a greve da categoria após assembleia realizada na noite deste sábado. A categoria estava paralisada deste o dia 31 de janeiro deve voltar ao trabalho neste domingo (12).

A reunião foi realizada no ginásio do sindicato dos bancários, em Salvador. Nos discursos, líderes da greve alegaram não ter mais como manter a mobilização do policiais no interior do Estado, que já voltaram ao trabalho.

Não foi divulgado o número de participantes da assembleia. A imprensa não foi autorizada a acompanhar o encontro.

Antes da assembleia, os líderes do movimento se reuniram com o comando geral da PM. No encontro, que durou 40 minutos, ficou definido que não haveria punição administrativa para os grevistas. Foi mantida no entanto a proposta do governo, de conceder aos policiais reajuste de 6,5% --o mesmo das outras categorias do funcionalismo-- e incorporar gratificações de modo escalonado, até 2015.

Em um dos pronunciamentos, o deputado estadual e capitão da PM Tadeu Fernandes (PSB) disse, se dirigindo aos policiais presentes, que não haveria mais como sustentar o movimento, mas que os grevistas "lavaram a alma" e precisavam sair "com a cabeça erguida".

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Policiais militares deixam assembleia que decidiu fim da greve na Bahia, que durou 12 dias
Policiais militares deixam assembleia que decidiu pelo fim da greve na Bahia; movimento durou ao todo 12 dias

De acordo com Fernandes, as negociações com o governo vão continuar mesmo com o fim da greve.

Um dos líderes do movimento, o soldado Ivan Leite disse que os policiais decidiram retornar ao trabalho "em respeito à população que apoiou a categoria quando ela precisava. Não pelo governo, que não merece".

Ele avalia que "a categoria não conseguiu nenhum de seus objetivos" e diz que não vão parar de negociar com o governo mesmo com o fim do movimento.

Segundo Leite, o presidente da Aspra (Associação de Policiais e Bombeiros do Estado da Bahia), Marco Prisco, foi informado sobre a decisão dos policiais de voltar ao trabalho e teria dito que "entendia e aceitava a decisão da maioria". Prisco está preso desde a última quinta-feira, acusado de incitar atos de vandalismo durante o movimento.

Na saída do ginásio, alguns policiais choravam. Um grupo hostilizou os jornalistas que acompanhavam a reunião do lado de fora com vaias e xingamentos de "mentirosos" e "corruptos".

Moacyr Lopes Junior-10.fev.2012/Folhapress
Helicóptero do Exército faz patrulhamento aéreo na orla de Salvador, após início da greve de policiais militares
Helicóptero do Exército faz patrulhamento aéreo na orla de Salvador, devido à greve dos policiais militares

GREVE

A greve dos PMs da Bahia, decretada na semana passada, tinha como objetivo conseguir a incorporação de gratificações aos salários. O movimento foi deflagrado por praças --oficiais decidiram nãoaderir.

Após o começo da greve, o governador Jaques Wagner (PT) disse que não pagaria nada acima do reajuste já concedido ao funcionalismo do Estado.

Na terça (7), porém, o governo passou o dia negociando com líderes grevistas, mas a reunião foi suspensa sem acordo.

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ASSASSINATOS NA REGIÃO DE SALVADOR: 171

dia 31dia 1ºdia 2dia 3dia 4dia 5dia 6dia 7dia 8dia 9dia 10dia 11
7143219192414131113

¹Depois das 19h30 ²Até as 21h

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O impasse ficou por conta de 12 mandados de prisão expedidos pela Justiça contra PMs grevistas. A categoria exigia a anistia deles para deixar o prédio da Assembleia Legislativa, invadida por cerca de 300 PMs e cercada por soldados do Exército.

O governo do Estado afirmou hoje que haverá anistia apenas aos policiais que não cometeram irregularidades, mas que os mandados de prisão são de competência da Justiça. Também venceu a proposta de incorporar as gratificações de modo escalonado, até 2015.

No começo da semana, diversos focos de tumulto ocorreram no local, e os militares usaram balas de borracha e bombas de efeito moral para conter os ânimos. O local só foi desocupado na quinta-feira.

O ex-policial Marco Prisco foi preso após deixar a Assembleia, junto com outro líder grevista, Antônio Paulo Angelini. Outros dois PMs já tinham sido presos.

Prisco foi flagrado por escutas telefônicas incentivando atos de vandalismo no Estado. As gravações foram divulgadas pelo "Jornal Nacional", da TV Globo. Em uma das escutas um interlocutor de Prisco identificado como David Salomão diz que vai "queimar viatura" e "duas carretas" na rodovia Rio-Bahia.

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