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terça-feira, 14 de agosto de 2012

País supera meta no Ideb, mas ensino médio piora em 9 Estados


De acordo com o MEC, o objetivo é atingir níveis educacionais de países desenvolvidos até o ano de 2022

Do Portal Terra
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Os dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2011, divulgados nesta terça-feira (14) pelo Ministério da Educação (MEC), mostram que o ensino avançou nos últimos dois anos acima da estimativa nas séries iniciais e finais do ensino fundamental. No entanto, o desempenho dos estudantes no levantamento é preocupante no ensino médio, onde nove Estados apresentaram resultado inferior ao alcançado em 2009, último ano de levantamento.
 
A avaliação foi criada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em 2007, com dados contabilizados a partir de 2005, e leva em conta dois fatores que interferem na qualidade da educação: o rendimento escolar (aprovação, reprovação e abandono) e médias de desempenho nas avaliações da pasta (Prova Brasil e Saeb). Os exames avaliam o conhecimento dos alunos em língua portuguesa e matemática no final dos ciclos do ensino fundamental, de 4ª série (5º ano) e 8ª série (9º ano), e no terceiro ano do ensino médio.
 
Nos anos iniciais, a média nacional no exame - que vai de zero a 10 - atingiu um índice igual a 5, superando a meta proposta pelo MEC que era de 4,6. Nesta etapa, todos os Estados cumpriram as suas metas específicas, que variam de acordo com cada região - Norte e Nordeste, por exemplo, têm metas inferiores aos Estados do Sul e Sudeste. Nos anos finais do ensino fundamental, a média nacional ficou em 4,1, superando a estimativa em 0,2 pontos. No entanto, sete Estados não cumpriram suas metas específicas: Rondônia, Roraima, Pará, Amapá, Sergipe, Espírito Santo e Rio Grande do Sul.
 
Já no ensino médio, o Brasil está praticamente estagnado desde 2009, quando cresceu apenas 0,1 ponto em relação a 2007. No Ideb de 2011, houve um crescimento novamente de 0,1 ponto, ficando em 3,7. Porém, apesar de a média ter sido atingida, o Ideb caiu em relação ao desempenho alcançado em 2009 nos Estados de Acre (passou de 3,5 em 2009 para 3,4 em 2011), Pará (de 3,1 para 2,8), Maranhão (de 3,2 para 3,1), Paraíba (de 3,4 para 3,3), Alagoas (de 3,1 para 2,9), Bahia (de 3,3 para 3,2), Espírito Santo (de 3,8 para 3,6), Paraná (de 4,2 para 4) e Rio Grande do Sul (de 3,9 para 3,7).
 
De acordo com o especialista em educação Reynaldo Fernandes, ex-presidente do Inep e atualmente professor da Universidade de São Paulo (USP), os dados do Ideb ao longo dos anos mostram a dificuldade de se avançar no ensino médio. "Esperávamos que o bom desempenho na quinta série tivesse um efeito positivo quando essa geração chegasse ao ensino médio. Mas isso não vem se efetivando. A prova disso é que o mesmo desempenho, de 0,4 pontos que temos observado desde 2005 nas séries iniciais não é acompanhado nas séries finais, quando o avanço cai para 0,2 pontos", diz Fernandes, que presidiu o Inep quando foi criado o indicador, em 2007.
 
Segundo ele, o ensino médio enfrenta diversos desafios, como elevados índices de abandono e um fluxo de alunos que antes abandonavam os estudos já nas séries iniciais. "É importante levarmos em conta que, apesar do avanço não ser grande no ensino médio, hoje temos um fluxo maior de pessoas que chegam a esse nível de educação, que antes abandonavam o estudo antes. Isso já é um fator positivo", analisa.
 
Metas para 2022
 
O objetivo estabelecido pelo MEC quando criou o Ideb foi que todas as escolas atinjam níveis educacionais de países desenvolvidos até o ano de 2022. As metas para alunos dos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano) é chegar a 6 pontos. Já para os estudantes dos anos finais (6º ao 9º ano) é de 5,5 pontos e para o ensino médio é de 5,2 pontos. De acordo com o ex-presidente do Inep, o Brasil está em um ritmo bastante positivo no ensino fundamental, mas ele pondera que o ritmo de crescimento, em média de 4 pontos nas séries iniciais, não deve se repetir nas próximas avaliações.
 
"Onde o desempenho é muito ruim, há mais espaço para crescimento, mas depois que se chega em níveis mais levados, fica mais difícil aumentar. O Ideb não é um indicador como o PIB (Produto Interno Bruto), que leva em conta o crescimento da economia todos os anos. Podemos fazer uma comparação com o Pisa (avaliação internacional do desempenho da educação), onde os países ricos mantém a mesma média, não conseguem avançar mais". Segundo ele, para os próximos anos, os avanços maiores devem ser verificados principalmente nos Estados do Nordeste que, por características econômicas e sociais, ainda apresentam indicadores inferiores aos das regiões Sul e Sudeste, por exemplo.
 
Alagoas tem os piores desempenhos
 
No levantamento das séries iniciais, o Estado de Minas Gerais ficou no topo da lista, com um índice de 5,9, apenas 0,1 ponto inferior a média esperada para 2022 em todo o País. Em segundo lugar está Santa Catarina, com 5,8 pontos, seguido do Distrito Federal (5,7), São Paulo e Paraná, ambos com 5,6. Na última colocação está Alagoas, que apesar de ter atingido a meta para o Estado, ficou abaixo da média geral, com um índice de 3,8.
 
Nas séries finais do ensino fundamental a primeira colocação ficou com o Estado de Santa Catarina, com 4,7. São Paulo aparece em segundo, com 4,6, seguido de Minas Gerais, com 4,2. Logo depois vem Mato Groso (4,5) e Paraná (4,4). Na última posição aparece mais uma vez o Estado de Alagoas, com apenas 2,9 pontos.
 
No ensino médio aparece mais uma vez em primeiro lugar Santa Catarina, com 4,3, seguida de São Paulo (4,1), Paraná (4), Minas Gerais (3,9) e Mato Grosso do Sul (3,8). Alagoas aparece na penúltima posição, com 2,9, e o Pará ficou em último, com 2,8. 

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