Grevistas pedem restruturação da carreira, reajuste e saída do diretor da PF
Em protesto realizado em julho, policiais federais fizeram enterro simbólico do diretor da PF, Leandro Daiello (Alan Marques/Folhapress)
Os funcionários da Polícia Federal paralisam oficialmente suas atividades nesta terça-feira em decorrência de uma greve nacional por tempo indeterminado. A expectativa é de que a adesão seja de pelo menos 80% dos policiais federais de todo o país. A greve foi decidida na quarta-feira da semana passada pelo conselho de representantes da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) e atinge aeroportos, portos e fronteiras.
Os cerca de 9.000 agentes, escrivães e papiloscopistas reividicam a restruturação da carreira, aumento salarial e a saída do atual diretor-geral da PF, Leandro Daiello. Segundo dirigentes da Fenapef, Daiello privilegia os delegados – junto com os peritos da PF, eles recebem entre 13.400 e 19.600 reais por mês. Para as demais funções, o salário varia entre 7.000, piso pargo para quem possui o Ensino Médio, e 11.000 reais. Os policiais exigem remuneração de 12.000 reais.
Entre os diveros serviços afetados em razão da greve estão as investigações sobre tráfico de drogas, fislalização de empresas de segurança, vistoria em agências bancárias, liberação de portes de armas, atendimento a estrangeiros e emissão de passaportes, excetuando-se os emergenciais. "Sabemos que qualquer movimento de greve traz dificuldades à vida das pessoas, mas queremos minimizar esses impactos e ter o apoio da população", afirmou o presidente da Fenapef, Marcos Wink.
Segundo ele, a categoria negocia há dois anos com o Ministério do Planejamento a reestruturação das carreiras e a exigência de nível superior. A portaria que regulamenta a atividade ainda é de nível médio, diz Wink. Em São Paulo, o sindicato dos policiais federais programou um ato simbólico para as 9 horas desta terça-feira, com entrega de armas e distintivos na sede do Departamento de Polícia Federal, no bairro da Lapa, zona oeste da capital.
Operação-padrão – Com o início da greve, os aeroportos devem concentrar os principais problemas. Os agentes planejam implantar uma operação-padrão, que consiste na averiguação da documentação e bagagem de todos os passageiros que embarcarem ou desembarcarem. O resultado do procedimento deve ser a formação de longas filas e atrasos. Normalmente, o procedimento é feito por amostragem somente em alguns voos.
A operação-padrão também deve ocorrer nas pontes de Foz do Iguaçu, que ligam o Brasil ao Paraguai e à Argentina. Em 2004, a última greve nacional da Polícia Federal durou cerca de dois meses. Ao todo, 12.000 servidores compõem o quadro de funcionários da PF em todo o Brasil.
(Com Agência Estado)
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