Autor dos atentados que traumatizaram a Noruega em 2011 matou 77 pessoas
Riso: Anders Breivik ouve o veredicto que o condenou a 21 anos de prisão
(Odd Andersen/AFP)
Entenda o caso
- • No dia 22 de julho de 2011, dois ataques coordenados espalham pânico pela capital norueguesa, Oslo, deixando 77 mortos.
- • No primeiro, um carro-bomba explodiu no distrito governamental atingindo a sede do governo e matando oito pessoas.
- • Pouco tempo depois, um homem invade a ilha de Utoya e atira a esmo contra um acampamento da juventude social-democrata, matando 69 pessoas.
- • O norueguês ultradireitista Anders Behring Breivik, de 32 anos, é preso e assume a autoria dos atentados.
A questão mais polêmica do julgamento, que durou de 16 de abril a 22 de junho – apenas o veredicto foi anunciado nesta sexta-feira –, era a saúde mental do réu. A primeira análise psiquiátrica concluiu que Breivik não era penalmente responsável, mas a segunda análise o considerou mentalmente responsável por seus atos.
Breivik admitiu ser o autor dos homicídios, mas se declarou inocente: ele alegou ter cometido "atos atrozes, mas necessários" para salvar a Noruega do multiculturalismo. Ele queria ser reconhecido como mentalmente capaz para legitimar sua ideologia racista e xenófoba e deu a entender durante o julgamento que não recorreria no caso de condenação a uma pena de prisão.
Massacre - No dia 22 de julho de 2011, Breivik estacionou uma caminhonete carregada com quase uma tonelada de explosivos em frente a um edifício em Oslo que abrigava o escritório do primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg, que neste momento se encontrava em sua residência oficial. Após este atentado, que deixou oito mortos, Breivik se dirigiu à ilha de Utoeya e começou a disparar contra jovens que participavam de uma reunião da juventude trabalhista. Neste atentado morreram 69 pessoas, em sua maioria adolescentes. No total, 77 pessoas perderam a vida nos dois crimes.
Os ataques traumatizaram a normalmente tranquila nação escandinava e
colocaram em evidência a falta de preparação das autoridades,
principalmente da polícia, cujo chefe, Oeystein Maeland, anunciou sua
renúncia. Pouco antes da destituição, foi divulgado um relatório que
concluía que o criminoso poderia ter sido detido naquele dia, antes de
realizar o massacre. Apesar de ter reconhecido os incidentes, Breivik
declarou-se inocente e pediu sua absolvição, afirmando ter cometido os
ataques para proteger o país da "invasão muçulmana" e explicando que
atacou os trabalhistas por sua política de imigração favorável ao
multiculturalismo.
(Com agência France-Presse)
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