Brasília -  O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, na noite de quarta-feira, manter a política de corte de juros e reduziu a Selic em 0,5 ponto percentual. A decisão leva a taxa básica de juros da economia brasileira para o menor patamar da história — 7,5% ano ano.
Foto: Arte: O Dia
Arte: O Dia
No dia a dia do brasileiro, a redução da Selic terá impacto na oferta de crédito. A partir dessa semana, os consumidores podem assistir à nova onda de redução de juros cobrados pelos bancos em empréstimos pessoais para financiamento de bens de consumo e varejo, como carro — veja como ficarão as taxas na tabela ao lado.
Segundo o coordenador de estudos econômicos da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel de Oliveira, a queda deve girar em torno de 0,04 ponto percentual ao mês. Um efeito pequeno nas operações de crédito, mas que vem reforçar a intenção do governo de reaquecer o consumo do brasileiro.
“O Estado vem adotando medidas, como a redução da Selic e do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) como meio de fazer a economia crescer, já que os resultados do primeiro semestre foram decepcionantes. A queda de juros acaba sendo um motivador a mais para a compra, além, é claro, da retomada do sentimento de segurança em relação ao emprego e renda do brasileiro”, avalia.
De acordo com o economista, a tendência é que o País feche o ano com novos cortes na taxa básica. “Daqui para frente o Copom vai avaliar como se comportará a inflação e a atividade da economia. Se a produção industrial ganhar força, os cortes serão cessados. Mas a tendência é que no dia 9 de outubro seja anunciada uma nova queda na Selic, em torno de 0,25”, conclui Miguel de Oliveira.
Poupança é ainda atrativa
Com a queda da Selic, muda também o rendimento da poupança. Pela nova regra, aprovada este ano, a caderneta passa a ser corrigida de acordo com 70% da Selic, mais TR (Taxa Referencial). Dessa maneira, todos os depósitos feitos depois do dia 4 de maio de 2012 passaram ou passarão a ser corrigidos pela nova metodologia. Já o montante aplicado antes da data terá como correção 0,5% ao mês mais TR.
O economista Miguel de Oliveira calcula que o rendimento da poupança chegue a 0,43% ao mês, com a Selic a 7,5%. Ainda assim, a caderneta continuará mais vantajosa que os fundos de renda fixa.
“Fundos com taxas de administração de 0,50% ao ano ou mais repelem os investidores, que acabam recorrendo à poupança, que não tem desconto de Imposto de Renda”, avalia.