Diário do Nordeste solicitou testes com as quatro operadoras, mas somente a Vivo se dispôs a participar
A
experiência com a tecnologia de internet para telefonia móvel 4G já é
vivida há algum tempo em países da América do Norte, Europa e Oriente.
No Brasil, este serviço chegou em abril, por uma obrigação imposta pela
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) às operadoras, em
decorrência do leilão das frequências do 4G no País.
Rapidez,
interatividade, filmes em alta definição (HD), acesso e compartilhamento
de conteúdo multimídia são os atrativos do serviço, mas que, no dia a
dia dos que aderiram a ele, ainda não são efetivamente sentidos. De
acordo com a Anatel, em Fortaleza, já são 460 linhas habilitadas.
No
entanto, o que era para ser uma experiência diferenciada do 3G torna-se
apenas o que o usuário gostaria que o 3G fosse de verdade. Ou seja, na
prática, alcança velocidade de transferência de dados que variam 1,45
megabit por segundo (Mbps) a 3,87 Mbps, medida pelo aplicativo
Speedtest. Pelo menos foi essa a experiência vivida pela equipe de
reportagem com o serviço 4G da operadora Vivo, a única que
disponibilizou de imediato o chip e o aparelho Motorola RAZR HD, para
testes.
Níveis
Nos dez bairros onde o
serviço foi testado, durante os dias 13 e 14, apenas na Praça da
Imprensa - no Dionísio Torres - no Dragão do Mar e na Estátua de Iracema
- na Praia de Iracema - o 4G da Vivo atingiu níveis altos de
transferência de dados. Na verdade, nestes locais, a velocidade foi a
esperada para o serviço compartilhado, que é de 5 Mbps a 10 Mbps, ou
seja, dez vezes mais do que o 3G.
Já em Messejana, Castelão
Aeroporto Internacional Pinto Martins, Parangaba, Aldeota, Meireles,
Centro e Bairro de Fátima, esta velocidade variou de 1,45 megabit por
segundo (Mbps) a 3,87 Mbps, o que na realidade corresponde às medidas do
3G.
A assessoria de comunicação da Vivo informou que fez testes
no Bairro de Fátima e Meireles com outros dispositivos por meio dos
quais atingiu velocidade dez vezes maior que a obtida com a tecnologia
3G. "Em alguns bairros com grande extensão territorial, quanto mais
distante estiver da antena, poderá haver uma percepção pelo cliente de
uma performance menor na velocidade", explica a nota da Vivo enviada à
redação.
Avaliação
A empresa de telefonia
móvel Oi, que não participou do teste, informou, por meio de nota, que
no momento não estavam com aparelhos nem chips disponíveis para
avaliação.
Já a Tim respondeu que ainda não está disponibilizando
chips para teste com a tecnologia 4G. Por sua vez, a operadora Claro,
até a última sexta-feira, ainda estava aguardando retorno sobre a
disponibilidade do chip e aparelho 4G para testes.
Todas as
empresas de telefonia citadas acima informaram que estão obedecendo às
determinações da Anatel em relação à cobertura do serviço em 50% da área
urbana da Cidade.
Apesar de todas ofertarem o 4G, a Anatel
informou que, das 460 linhas já habilitadas na Cidade, todas estas
pertencem a duas empresas - Vivo (85 linhas) e Claro (375).
Para o
presidente da consultoria em telecomunicações Teleco, Eduardo Tude, os
níveis de velocidade de conexão da rede de dados 4G devem melhorar a
partir da implantação de redes de fibra nas torres. Já o uso ampliado de
4G durante a Copa das Confederações, em Fortaleza, pelos 5.235
estrangeiros - pertencentes à França, EUA, Japão, Holanda, Alemanha,
Espanha, Itália, México e Argentina - não vai ser possível por questões
tecnológicas. Isso porque o Brasil adotou a frequência de 2,5 gigahertz
(GHz). Já esses países usam a faixa de 700 megahertz (MHz), que é mais
recomendada.
A Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma)
informou que nenhuma operadora fez o pedido para a instalação de novas
antenas para o 4G. No entanto, na última sexta-feira, a assessoria de
imprensa do órgão explicou que houve uma reunião com os representantes
destas empresas e que eles firmaram o compromisso de darem entrada na
solicitação de licença ambiental para tecnologia 4G em 30 dias.
Segundo
a Anatel, Fortaleza conta com 224 pontos de acesso Wi-Fi. Desse total,
223 são pagos e um é totalmente grátis, que fica no Aeroporto
Internacional.
´Popularização deve acontecer em 3 ou 4 anos´
Eduardo TudePresidente da Teleco, consultoria em telecomunicações
Quando, de fato, o Brasil e os cidadãos cearenses terão os reais benefícios da tecnologia 4G?As
operadoras iniciaram a operação de suas redes 4G em Fortaleza
utilizando as torres (ERBs) existentes. Devem agora melhorar a cobertura
acrescentando novas torres e aumentar a velocidade de conexão da rede
de dados destas torres por meio da implantação de redes de fibra.
Quais os principais entraves para essa tecnologia funcionar?A
capacidade da rede de interconexão das torres com a rede de Internet da
operadora (backhaul) que idealmente teria de ser de fibra e a cobertura
menor que a de 3G devido a estar operando no Brasil em uma frequência
mais alta.
Por que a velocidade é tão baixa no Brasil? Isso acontece em outros países?As
redes estão em uma fase inicial de implantação. O que se encontra
tipicamente em outros países são velocidades entre 5 e 12 Mbps.
Como você avalia a implementação deste serviço no Nordeste?As operadoras estão cumprindo os compromissos com a Anatel nesta fase inicial.
Quando será a melhor época para migrar para o 4G?Depende
do perfil do usuário. Se ele é um "heavy user", deve considerar uma
migração agora seja para o smartphone, seja para o modem 4G. Para a
maioria, o melhor é esperar para quando for trocar de smartphone. Se o
4G vier com um pequeno acréscimo no peço do aparelho, é a hora de
trocar.
Para qual público esta tecnologia seria destinada?Para
todos os usuários de dados. Como sempre ocorre na introdução de uma
nova tecnologia, os parelhos 4G são caros e acessíveis apenas a quem
compra aparelhos top. Com o tempo, os smartphones 4G irão ganhar escala
mundial e os preços irão cair.
Em quanto tempo haverá a popularização do 4G?Estimamos que em três ou quatro anos.
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