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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Estudo aponta Castelão como estádio mais poluente da Copa do Mundo de 2014

  Gustavo de Negreiros   > Siga o Diário na Copa no Twitter –> @diariocopa 
Ter uma das maiores áreas construídas entre as arenas contribuiu negativamente para a Arena Castelão, segundo a pesquisa. Foto: Divulgação
Um estudo inédito levantou dados sobre a emissão de gases poluentes durante a Copa do Mundo de 2014. A análise da consultoria Personal CO2 Zero apontou o impacto do evento na atmosfera através da emissão de tCO2e (toneladas de CO2 equivalente, medida global para calcular a emissão de gases de efeito estufa) que a Copa vai gerar.
Dentre vários fatores analisados, desde a distância entre as sedes e a dependência do transporte aéreo para promover o deslocamento, a construção dos arenas também foi levada em consideração e, nesse aspecto, o Ceará se destacou negativamente.
A Arena Castelão foi apontada como a mais poluente dentre as 12 que receberão jogos da Copa. O estádio deve liberar, durante o evento, 197,98 toneladas de gás carbônico. Levou-se em consideração a área construída do estádio em metros quadrados e o ciclo de vida de 30 anos de cada arena. O Gigante da Boa Vista é o que conta com a segunda  maior área construída, 355 mil metros quadrados, sendo este um dos aspectos que contribuíram para a maior emissão da construção e o destaque netativo, frente aos outros estádios.

Vilão da construção
O relatório ainda aponta “vilões” como a produção do clínquer, principal matéria-prima do cimento na construção civil, que emite muitos gases nocivos ao meio ambiente.
Segundo os especialistas, se a utilização deste material diminuísse e fosse gradualmente substituída por outras alternativas, como filer carbonático e cinzas volantes, a emissão de CO2 diminuiria em até 65%. No caso da produção do aço e do alumínio, a reciclagem dos materiais também ajudaria a reduzir a poluição.
Energia elétrica
Outro ponto ambientalmente desfavorável para a Arena Castelão, segundo a pesquisa, é o gasto de energia elétrica. De acordo com o estudo, o estádio cearense será o terceiro com maior consumo de eletricidade durante todo o evento, com 285,23 MWh por partida. Fortaleza receberá seis jogos, contando a Copa do Mundo e da Copa das Confederações.
A Arena Castelão só perdeu em consumo energético para o Maracanã, que consumirá por jogo 336,32 MWh, e para o Mané Garrincha, em Brasília, que consumirá por jogo 298 MWh.

Emissões por obras de mobilidade
O estudo da Personal CO2 Zero também analisou dados da poluição gerada pelas obras de infraestrutura e mobilidade urbana. Nesse aspecto, Fortaleza não está tão mal na fita, já que é o segundo com menor emissão de gases poluentes nesse aspecto. As obras em Fortaleza devem gerar 232.718 toneladas de gás carbônico.
No entanto, o que coloca Fortaleza como menos poluidora nesse aspecto é o investimento reduzido em comparação às outras capitais. Com R$ 1,060 bi investidos nas melhorias de mobilidade, aeroporto e porto, a cidade é a terceira com menor gasto, ficando a frente somente de Curitiba e Recife.
Governo rebate 
Ao contrário do que foi divulgado na pesquisa, o secretário especial da Copa de 2014 no Estado do Ceará, Ferruccio Feitosa, afirmou que um dos grandes diferenciais da obra é ter um baixo impacto no meio-ambiente. O secretário afirma que desconhece o estudo e não vê sentido no que foi divulgado. “Tem sido adotada uma série de procedimentos. A obra é extremamente limpa e organizadíssima”, acrescentou. Ele ainda afirmou que a obra é uma referência em pesquisa.
O secretário informou que vai analisar o estudo com os técnicos da Secretaria e enviar um posicionamento oficial. Ele ressaltou que não recebeu o documento da consultoria responsável pelo estudo. O levantamento foi enviado pelo Blog à Secretaria.
Secopa
A Secopa declarou, por meio de nota, que dos nove itens analisados pelo estudo, apenas um deles aborda o estadio Castelão.  Este único item leva em consideração um índice geral de poluição com base no fator de emissões por metro quadrado, desconhecendo o projeto de sustentabilidade que é adotado pela Arena há mais de dois anos. A secretaria ainda divulgou que o estudo não fez um levantamento das ações de sustentabilidade tomadas por cada estádio para diminuir as emissões de CO2.

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