O ministro-relator Joaquim Barbosa entendeu que o então presidente do PL (atual PR), deputado Valdemar Costa Neto, e o tesoureiro da legenda, Jacinto Lamas, executaram o crime de lavagem de dinheiro
Agência Brasil
O ministro-relator da Ação Penal 470, Joaquim Barbosa, entendeu que
dois réus ligados ao PL (atual PR) atuaram em quadrilha para a execução
do crime de lavagem de dinheiro no esquema conhecido como mensalão. A
condenação foi anunciada assim que o Supremo Tribunal Federal (STF)
voltou do intervalo, mas o ministro ainda não proclamou o resultado
oficialmente.
De acordo com Barbosa, o então presidente do PL, deputado Valdemar
Costa Neto, e o tesoureiro da legenda, Jacinto Lamas, se uniram aos
sócios da empresa Guaranhuns, José Carlos Dias e Lúcio Funaro, para
ocultar o repasse de dinheiro do chamado “valerioduto” ao PL. Barbosa
esclareceu que, embora Funaro e Dias não figurem na Ação Penal 470, é
essencial que eles sejam citados nesta etapa para justificar a formação
de quadrilha. O ministro lembrou que ambos só não foram denunciados ao
STF porque estavam negociando acordo de delação premiada na época dos
fatos. Posteriormente, os acusados desistiram do acordo e foram
denunciados pelos mesmos crimes na Justiça de primeiro grau.
Barbosa entendeu que ficou comprovada a associação do quarteto para
ocultar os repasses originalmente feitos pelo PT. Segundo depoimentos,
as transferências eram constantes e ocorriam às sextas-feiras. “Através
da Guaranhuns, Valdemar Costa Neto recebeu 36 cheques e 27
transferências eletrônicas”, contabilizou Barbosa.
O ex-assessor do PL Antônio Lamas foi inocentado da acusação de
formação de quadrilha porque, segundo o relator, participou de apenas um
repasse e não há provas de que conhecia o esquema criminoso. Barbosa
ainda lembrou que o deputado Bispo Rodrigues não foi denunciado por
formação de quadrilha porque não participou do acordo com a Guaranhuns.
O relator reforçou que só analisará as acusações de corrupção ativa,
que envolvem o núcleo do PT, em outro momento. Ele já havia informado
que adotaria essa tática na semana passada, quando começou a analisar as
acusações aos réus ligados ao PP.
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