Funcionários terão que compensar dias não trabalhadores; retorno deve ser imediato
AEOs Correios ofereciam reajuste de 5,2%, mas os funcionários pediam mais. A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), que representa 31 das 35 regionais, pedia 43,7% de reajuste. O grupo dos "Sindicatos Unificados", reunindo os trabalhadores dos Correios da capital paulista e região metropolitana; de Bauru, no interior de São Paulo, e dos Estados do Rio de Janeiro e Tocantins, solicitava 10,2% de aumento salarial.
Além de fixar a volta ao trabalho a partir desta sexta (28), o TST estabeleceu que deverá haver compensação dos dias não trabalhados. O início da greve não ocorreu ao mesmo tempo em todas as 35 unidades regionais. Os primeiros pontos entraram em greve em 11 de setembro. Foi firmado também nesta quinta-feira que não haverá desconto dos dias parados. Essa compensação dos dias de paralisação deverá ser feita no prazo de seis meses, determinou o tribunal.
Segundo a assessoria dos Correios, o impacto anual com o reajuste de 6,5% estabelecido nesta quinta é de R$ 602 milhões ao ano. A folha total anual é de R$ 8 bilhões. Também segundo a mesma assessoria, a empresa tem cerca de 120 mil servidores e, desse total, havia 11.825 funcionários parados, ou seja, cerca de 10% do total de empregados.
José Aparecido Gandara, do sindicato dos funcionários dos Correios de Bauru, disse que será automático o retorno ao trabalho, referindo-se ao grupo dos Sindicatos Unificados. Ele informa que esses quatro sindicatos reúnem 40% dos trabalhadores dos Correios e respondem por 68% do tráfego postal. O secretário-geral do Fentect, Edson Dorta, entretanto, informou que primeiro precisará consultar os trabalhadores. Se os funcionários não voltarem ao trabalho, cada sindicato receberá multa diária de R$ 20 mil. Além disso, a greve será declarada abusiva.
Na última terça-feira (25), o TST promoveu uma audiência de conciliação entre os Correios e a Fentect, mas não houve acordo. No ano passado, a greve dos funcionários dos Correios durou 28 dias e só terminou depois de o TST determinar o fim da paralisação.
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