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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Novo balanço aponta 741 mortos após chuva na região serrana do RJ

O número de mortos na região serrana do Rio em consequência das chuvas da semana passada subiu para 739, segundo balanço divulgado na noite desta quarta-feira pela Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil. Segundo levantamento do Ministério Público, há mais de 200 pessoas desaparecidas.

De acordo com a secretaria, são 355 mortos em Nova Friburgo, 302 em Teresópolis, 63 em Petrópolis e 21 em Sumidouro. Há desalojados (temporariamente em casa de amigos ou parentes) e desabrigados (aqueles que perderam suas casas e dependem de abrigos públicos). Já a Polícia Civil informou que 730 corpos foram identificados até a noite desta quarta-feira.

Os órgãos municipais informaram que não há mais áreas totalmente isoladas nas cidades atingidas. Muitas ainda continuam com difícil acesso, mas já estão recebendo socorro.

O PIV (Programa de Identificação de Vítimas), do Ministério Público, cadastra os desaparecidos na região serrana. As informações passadas por parentes e amigos são checadas com dados de hospitais e do IML (Instituto Médico Legal). Ontem, a Promotoria instalou uma central do PIV em Petrópolis. No primeiro dia de funcionamento, o serviço registrou 22 desaparecimentos em consequência das chuvas.

A lista de desaparecidos na região serrana é atualizada frequentemente e pode ser consultada no site do Ministério Público. Familiares e amigos também podem registrar desaparecimentos pela internet ou pelos telefones 0/xx/21/2283-6466, 0/xx/21/2283-6460, 0/xx/21/2283-5674, 0/xx/21/2283-6489 e 0/xx/21/2283-6498, das 8h às 18h.

VÍTIMAS

O número de desalojados e desabrigados permanece impreciso. A Defesa Civil estadual soma mais de 10 mil. Mas segundo dados das prefeituras são mais de 20 mil.

O "Diário Oficial da União" publicou nesta quarta-feira as portarias de reconhecimento do estado de calamidade pública nos municípios de Nova Friburgo e Petrópolis. Somente por meio da portaria de reconhecimento, a cidade e a população afetada podem fazer uso de benefícios como a dispensa de licitação para a contratação de obras emergenciais e o saque do FGTS.

CRIANÇAS

Os governos federal e estadual criaram, em Teresópolis, o Comitê Emergencial de Proteção à Criança e ao Adolescente, para dar segurança e prestar atendimento às crianças e adolescentes vitimadas pelas chuvas. A informação foi dada nesta quarta-feira pela ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Ela visitou Teresópolis para verificar pessoalmente as condições em que estão vivendo crianças e adolescentes nos diversos abrigos improvisados na cidade.

Rosário afirmou que, em Teresópolis, as 2.892 crianças abrigadas na cidade já recebem assistência de ao menos um responsável legal de sua própria família. Ela informou, ainda, que serão criados comitês emergenciais também em Nova Friburgo e Petrópolis para garantir que todas as crianças abrigadas sejam assistidas dentro do que reza as normas do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

"Isto significa que as crianças não fiquem abrigadas no mesmo espaço dos adultos, salvo nos casos em que esse adulto seja o pai ou a mãe, ou ainda um parente próximo. A criança tem que ficar protegida por quem é o seu responsável legal."

Caso sejam encontrados, em outros municípios, menores de idade sem parentes que possam assumir a responsabilidade legal, a ministra disse que serão providenciados alojamentos separados dos adultos, "um abrigo só para crianças sob a tutela do Estado".

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