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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Aliança preservada

PMDB celebra candidatura de Dilma para 2014, mas não consegue garantia da vice-presidência

Josie Jeronimo
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O PMDB vestiu seu melhor terno para jantar com Dilma Rousseff na esperança de que o encontro seria coroado com o anúncio da renovação dos votos da aliança com o PT. A expectativa era de que a chapa que venceu a disputa presidencial de 2010, com um peemedebista na vice-presidência, seria novamente ungida. Mas os convidados para o jantar de terça-feira 6 no Palácio da Alvorada saíram da residência oficial com uma mensagem diferente: o posto de vice na chapa de Dilma nas eleições de 2014 é coisa para se conquistar. O sucesso do futuro noivado, inclusive, ainda precisa passar pelo desempenho que será conferido nos próximos dois anos na Câmara e no Senado. O PT disse que sim, cumprirá o acordo e dará ao PMDB o comando das duas casas. Mas, se os peemedebistas aproveitarem a concentração de poder no Congresso para pregar peças no governo, correm o risco de perder o posto de “noivo preferencial” como vice de Dilma. “Na construção de uma chapa para a reeleição, o atual vice tem apenas a preferência. Você tem o direito a ser noivo, não significa que vai casar”, resumiu o senador Wellington Dias (PT-PI).
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Parlamentares que participaram do jantar relataram à ISTOÉ que o PMDB percebeu que ainda há muito namoro pela frente. O líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), afirma que o PMDB inaugurou a série de encontros, mas a presidenta vai se reunir com todos os partidos da base para conversar. “Dilma está segura, tranquila, e vai repetir a conversa com todos os partidos”, disse ele. O assunto reforma ministerial também fez parte do cardápio do jantar. Mas a presidenta tocou no assunto apenas para deixar claro que a coalizão é ampla, e todos devem ser contemplados com espaço no governo, aliados antigos e novos. PSB e PSD não foram citados nominalmente na conversa. “Mas todos têm que fazer parte do processo, pois coalizão não é só ônus, é bônus”, afirmou o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP). “Não se definiu nada, mas é importante conversar para acabar com a tensão”.
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Dividindo a mesa com ministros petistas e peemedebistas, líderes e presidentes do Congresso, o PMDB escalou o presidente da sigla, o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), para puxar assunto com Dilma sobre as eleições de 2014 e a disputa por cargos na Esplanada na reforma ministerial, que ocorrerá até fevereiro de 2013. Em tom de brincadeira, o presidente do PMDB falou sobre a repetição da aliança dizendo que, em 2014, o partido ficaria com a cabeça de chapa em 20 Estados e o PT com o restante. Apenas o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, respondeu à provocação, mas o assunto foi logo encerrado por Dilma: “A harmonia da base aliada não será quebrada”, disse. Apesar da insistência de Raupp, a presidenta se esforçou para imprimir clima descontraído no jantar, sem negociações políticas explícitas.
Fotos: Adriano Machado; Carlos Moura/CB/D.A Press

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