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domingo, 11 de novembro de 2012

É de Mozart que eles gostam!


Que a música é uma linguagem universal com efeitos relaxantes e estimulantes, todo mundo sabe. Mas essa influência se estenderia também aos bichos? O psicólogo de animais Charles Snowdon, da Universidade de Wisconsin-Madison, e o violoncelista David Teie, da Universidade de Maryland, ambas nos Estados Unidos, descobriram que sim. Segundo eles, os animais gostam de música, porém não de ritmos consagrados para os humanos, como rock ou blues, e sim do que os especialistas chamam de música específica à espécie.
“As músicas de que gostamos são feitas por humanos para humanos, seguindo tons de nossa escala vocal e batidas similares às de nosso coração. Por isso, para agradar aos ouvidos animais, as composições devem respeitar a frequência cardíaca e a escala vocal de cada espécie”, explica Snowdon, uma autoridade mundial no tema, em entrevista por e-mail. “De outra forma, as músicas podem se tornar irritantes ou passar despercebidas, ao invés de ter efeito relaxante e de diminuir as estripulias dos bichos”.
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Confira as canções criadas por Charles Snowdon e David Tele para gatos. Elas podem ser adquiridas no site www.musicforcats.com
A dupla de cientistas produziu com sucesso canções para gatos, que podem ser adquiridas na internet por menos de US$ 2. “Ao contrário dos felinos, cujas raças são bem similares, os cães variam muito em tamanho, escala vocal e batimento cardíaco. Cachorros de grande porte, como boxers, por exemplo, têm alcance vocal semelhante ao humano, e poodles, não”, afirma Teie. Agora, o próximo passo é desenvolver músicas para cada uma das raças de cães.
Mas, até lá, quem quiser relaxar o pet com uma música deve recorrer a obras de Mozart e outros compositores clássicos, segundo o especialista em comportamento animal Hermann Bubna-Littitz, da Universidade Veterinária de Viena. “As obras clássicas são sua melhor chance de alcançar um território comum com os animais”, escreve o austríaco.
Som ambiente
Ao colocar uma música para o pet, é preciso tomar cuidado com o volume. A recomendação é do zootecnista Paulo Parreira, professor de Medicina Veterinária da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). “A audição de cães e gatos é bastante sensível. Além de captarem sons em outras frequências, que ultrapassam o espectro sonoro humano, eles também conseguem ouvir ruídos até quatro vezes mais longe do que o homem. O que é alto para nós torna-se insuportável para os animais”, explica Parreira. Portanto, o mais indicado é optar por um volume ambiente ou baixo. LUAN GALANI, ESPECIAL PARA A GAZETA DO POVO

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