“As músicas de que gostamos são feitas por humanos para humanos, seguindo tons de nossa escala vocal e batidas similares às de nosso coração. Por isso, para agradar aos ouvidos animais, as composições devem respeitar a frequência cardíaca e a escala vocal de cada espécie”, explica Snowdon, uma autoridade mundial no tema, em entrevista por e-mail. “De outra forma, as músicas podem se tornar irritantes ou passar despercebidas, ao invés de ter efeito relaxante e de diminuir as estripulias dos bichos”.
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Confira as canções criadas por Charles Snowdon e David Tele para gatos. Elas podem ser adquiridas no site www.musicforcats.com
A dupla de cientistas produziu com sucesso canções para gatos, que podem ser adquiridas na internet por menos de US$ 2. “Ao contrário dos felinos, cujas raças são bem similares, os cães variam muito em tamanho, escala vocal e batimento cardíaco. Cachorros de grande porte, como boxers, por exemplo, têm alcance vocal semelhante ao humano, e poodles, não”, afirma Teie. Agora, o próximo passo é desenvolver músicas para cada uma das raças de cães.
Mas, até lá, quem quiser relaxar o pet com uma música deve recorrer a obras de Mozart e outros compositores clássicos, segundo o especialista em comportamento animal Hermann Bubna-Littitz, da Universidade Veterinária de Viena. “As obras clássicas são sua melhor chance de alcançar um território comum com os animais”, escreve o austríaco.
Som ambiente
Ao colocar uma música para o pet, é preciso tomar cuidado com o volume. A recomendação é do zootecnista Paulo Parreira, professor de Medicina Veterinária da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). “A audição de cães e gatos é bastante sensível. Além de captarem sons em outras frequências, que ultrapassam o espectro sonoro humano, eles também conseguem ouvir ruídos até quatro vezes mais longe do que o homem. O que é alto para nós torna-se insuportável para os animais”, explica Parreira. Portanto, o mais indicado é optar por um volume ambiente ou baixo. LUAN GALANI, ESPECIAL PARA A GAZETA DO POVO
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