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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Ataque a centro de comunicação mata militante islâmico

Ele seria membro de alto escalão do grupo Jihad Islâmica - ligado ao Hamas

Palestino ferido após ataque aéreo israelense, em um edifício que também abriga escritórios de imprensa internacional, na Cidade de Gaza
Palestino ferido após ataque aéreo israelense, em um edifício que também abriga escritórios de imprensa internacional, na Cidade de Gaza - Suhaib Salem/Reuters
Um membro de alto escalão do grupo terrorista Jihad Islâmica, ligado ao Hamas, morreu num bombardeio a um centro de comunicação na Cidade de Gaza, informa a rede BBC. Nesta segunda-feira, dezenas de outros redutos de militantes foram atacados na Faixa de Gaza, e os palestinos continuaram disparando foguetes contra o sul israelense. O número de mortos palestinos já ultrapassa 100 desde o início dos ataques, na quarta-feira passada. As autoridades locais dizem que mais de metade das vítimas é composta por não combatentes. Do lado isralense, três civis também foram mortos.
Fontes da facção identificaram Ramez Harb, chefe de propaganda, como sendo o membro do grupo morto no ataque. O Exército israelense disse que atacou o esconderijo onde estavam outros integrantes do braço armado da Jihad islâmica responsáveis pelo lançamento de foguetes contra Israel.
Mais cedo, depois de uma madrugada de relativa calma, militantes da Faixa de Gaza dispararam doze foguetes contra o sul de Israel num intervalo de dez minutos, sem causar vítimas, segundo a polícia israelense. Um dos projéteis caiu perto de uma escola, que estava fechada. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, é esperado no Cairo para dar peso às tentativas de mediação de uma trégua feitas pelo governo do Egito, enquanto ministros das Relações Exteriores da União Europeia pedem um "cessar-fogo imediato" das hostilidades, afirmando que é do "interesse de todos".
Mediação - Os esforços diplomáticos do Egito para negociar uma trégua entre Israel e os palestinos estão "andando", e um acordo para encerrar a violência pode estar próximo, disse nesta segunda-feira o premiê egípcio, Hisham Kandil, em entrevista no Cairo. Kandil admitiu, porém, que a natureza desse tipo de negociação "é muito difícil de prever". O Egito, tradicionalmente, é mediador entre israelenses e palestinos, mas o atual governo, do presidente Mohamed Mursi, ligado à Irmandade Muçulmana, tem ideologia mais próxima à do Hamas.
Uma importante autoridade ligada ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, confirmou nesta segunda-feira que Israel prefere uma solução diplomática, embora não descarte a hipótese de uma invasão terrestre na Faixa de Gaza. "Preferimos uma solução diplomática que garanta a paz para a população do sul de Israel. Se isso for possível, não será mais necessária uma operação por terra", disse a fonte, pedindo anonimato. "Mas, se a diplomacia fracassar, nós poderemos não ter alternativa a não ser enviar forças terrestres."
Exigências - De acordo com o Canal 2 da TV israelense, o governo de Netanyahu acompanha muito de perto os últimos esforços de mediação do Cairo e é partidário de uma "trégua de longa duração" com as facções armadas palestinas, condicionada a algumas garantias. Uma exigência é o fim dos ataques com foguetes lançados de Gaza, por parte de qualquer grupo armado, incluindo contra as tropas israelenses que patrulham a fronteira. Israel também reivindica o direito de perseguir terroristas em caso de ataque ou se obtiver informação de um atentado iminente, e que a passagem fronteiriça de Rafah, entre Gaza e Egito, permaneça aberta, enquanto as vias a Israel continuem fechadas.
Caso contrário, os israelenses advertem que seu Exército está preparado para expandir a operação "Pilar Defensivo". Seis dias após o início da operação, 84% dos israelenses a apoiam, e 12% são contra a ofensiva, de acordo com uma pesquisa do Haaretz-Dialog divulgada neste domingo. No caso de um eventual acordo, o grupo terrorista Hamas exige o fim dos bombardeios israelenses e o abandono da política de assassinatos seletivos sob garantias da comunidade internacional, assim como o fim do bloqueio imposto à Faixa de Gaza, entre outros requisitos.
Parceria - As facções rivais palestinas Fatah e Hamas afirmaram nesta segunda-feira que decidiram terminar com anos de disputas em uma demonstração de solidariedade pela crise de Gaza. "A partir daqui, anunciamos, junto com outros líderes (de facções), que estamos acabando com a divisão", afirmou o oficial Jibril Rajoub, do Fatah, a uma multidão que se reuniu para um protesto em Ramallah, a capital política da Cisjordânia.
Dentre os presentes, estavam integrantes do alto escalão do Hamas na Cisjordânia, assim como funcionários da liderança de sua rival, a Jihad Islâmica. A praça Manana de Ramallah tornou-se um mar de bandeiras palestinas, enquanto a multidão gritava "Unidade!" e "Atinjam, atinjam Tel Aviv", em um apelo aos militantes do Hamas que dispararam ao menos cinco foguetes contra a cidade costeira desde quinta-feira. "Quem fala sobre divisão depois de hoje é um criminoso", disse o líder do Hamas, Mahmud al-Ramahi, à multidão.
(Com agências EFE, Reuters e France-Presse)

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