Como as regalias e os privilégios dos parlamentares cresceram nos últimos 30 anos respaldados por atos das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado
Josie Jeronimo
Na década de 1980, um político eleito pelo
voto popular recebia um salário equivalente ao de um engenheiro,
dispunha de três ou quatro assessores e recebia uma pequena ajuda de
custo para pagar as contas do gabinete. Pegar carona em aviões da FAB só
mesmo em missões oficiais. Quem quisesse mais regalia deveria pagar do
próprio bolso. Assim, um integrante do Congresso Nacional custava ao
erário, incluídos aí seus vencimentos, 25 mil cruzeiros, o equivalente a
33 salários mínimos ou US$ 2 mil. Já não era pouco para a época. De lá
para a cá, as mordomias só aumentaram. O resultado dessa escalada de
privilégios é que hoje um parlamentar recebe, entre benefícios e
salários, quase R$ 140 mil, o que corresponde a 203 salários mínimos ou
US$ 62 mil.
As benesses desfrutadas atualmente pelos integrantes do Legislativo foram sendo ampliadas pelos próprios parlamentares a partir, principalmente, do fim da década de 1990, por meio da edição de centenas de atos das Mesas Diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado. Em 1997, os deputados aproveitaram a brecha na lei e oficializaram a figura do secretário parlamentar. Sem vínculo com o departamento de recursos humanos da Câmara, os deputados passaram a contratar até 25 pessoas para prestar serviços ao gabinete. Para fazer as nomeações, eles contam hoje com R$ 78 mil mensais para distribuir em salários. Em 2001, os parlamentares ganharam orçamento próprio para administrar – a chamada verba indenizatória. O benefício começou com uma caixinha de R$ 7 mil para pagar despesas de escritório, apesar de Câmara e Senado já fornecerem o básico de infraestrutura de trabalho. O valor foi crescendo e, quando estava em R$ 15 mil, o Congresso decidiu reunir, em 2009, todos os benefícios, no chamado “cotão”, que chega hoje a R$ 38 mil mensais. É a verdadeira Bolsa Parlamentar.
As benesses desfrutadas atualmente pelos integrantes do Legislativo foram sendo ampliadas pelos próprios parlamentares a partir, principalmente, do fim da década de 1990, por meio da edição de centenas de atos das Mesas Diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado. Em 1997, os deputados aproveitaram a brecha na lei e oficializaram a figura do secretário parlamentar. Sem vínculo com o departamento de recursos humanos da Câmara, os deputados passaram a contratar até 25 pessoas para prestar serviços ao gabinete. Para fazer as nomeações, eles contam hoje com R$ 78 mil mensais para distribuir em salários. Em 2001, os parlamentares ganharam orçamento próprio para administrar – a chamada verba indenizatória. O benefício começou com uma caixinha de R$ 7 mil para pagar despesas de escritório, apesar de Câmara e Senado já fornecerem o básico de infraestrutura de trabalho. O valor foi crescendo e, quando estava em R$ 15 mil, o Congresso decidiu reunir, em 2009, todos os benefícios, no chamado “cotão”, que chega hoje a R$ 38 mil mensais. É a verdadeira Bolsa Parlamentar.
O subsídio é concedido àqueles que não são agraciados com apartamentos funcionais. Esses imóveis, que eram simples e austeros há 30 anos, hoje são moradias de luxo, equipados com hidromassagem e mobiliados nas principais grifes de arquitetura da capital. A Câmara investiu R$ 600 mil em cada uma das 432 unidades de 240 metros quadrados. Manter cada apartamento custa à mesma Câmara R$ 2,2 mil mensais, incluindo lavanderia para higienização de cortinas e jardinagem da área externa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário