Ceará teve o 7º maior crescimento do País
Mapa revela a descentralização da violência FOTO: REPRODUÇÃO
Em 2001, 442 jovens de 15 a 24 anos foram vítimas de homicídios. Já em 2011, esse número passou para 1.105 assassinatos. Em comparação com os outros estados, Ceará é classificado como o 7º em que houve maior crescimento, ficando atrás de Rio Grande do Norte (313%), Bahia (271%), Pará (232%), Paraíba (213%), Alagoas (182%) e Amazonas (162%).
Quanto às taxas de homicídios de jovens por 100 mil habitantes, a variação em igual período foi de 126% no Ceará. Em 2001, essa taxa era 28,9, saltando para 65,6 em 2011.
Homicídios de jovens crescem 160% na Capital
O Mapa da Violência também revelou que o número de assassinatos de jovens em Fortaleza teve um crescimento de 160%, ocupando, entre todas as capitais, a 5º posição no ranking. A Capital fica atrás somente de Natal (267%), Salvador (232%), João Pessoa (175%) e Manaus (172%).
Aumento da violência demonstra omissão, diz relatório
Segundo o mapa, o aumento da violência entre pessoas dessa faixa etária demonstra a omissão da sociedade e do Poder Público em relação aos jovens, especialmente os que moram nos chamados polos de concentração de mortes, no interior de estados mais desenvolvidos; em zonas periféricas, de fronteira e de turismo predatório; em áreas com domínio territorial de quadrilhas, milícias ou de tráfico de drogas; e no arco do desmatamento na Amazônia que envolve os estados do Acre, Amazonas, de Rondônia, Mato Grosso, do Pará, Tocantins e Maranhão.
De acordo com o estudo, a partir “do esquecimento e da omissão passa-se, de forma fácil, à condenação” o que representa “só um pequeno passo para a repressão e punição”. O autor do mapa, Julio Jacobo Waiselfisz, explicou à Agência Brasil que a transição da década de 1980 para a de 1990 causou mudanças no modelo de crescimento nacional, com uma descentralização econômica que não foi acompanhada pelo aparato estatal, especialmente o de segurança pública.
O deslocamento dos interesses econômicos das grandes cidades para outros centros gerou a interiorização e a periferização da violência, áreas não preparadas para lidar com os problemas.
“O malandro não é otário, não vai atacar um banco bem protegido, no centro da cidade. Ele vai aonde a segurança está atrasada e deficiente, gerando um novo desenho da violência. Não foi uma migração meramente física, mas de estruturas”, destacou Waiselfisz.
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