Trajeto foi montado após cancelamento de vigília e missa em Guaratiba.
Caminhada é tradicional na Jornada Mundial da Juventude.
Os jovens iniciarão a caminhada – tradicional na JMJ – na Central do Brasil, no centro da cidade. Inicialmente, a peregrinação, a vigília e a missa de envio seriam realizadas em Guaratiba, na Zona Oeste. A transferência para Copacabana foi feita após as chuvas dos últimos dias alagarem o terreno.
A caminhada feita pelos jovens até a vigília é uma tradição das Jornadas, e a manutenção dela, fazendo com que os peregrinos andem um longo percurso, foi um pedido feito pela organização à Prefeitura do Rio, segundo o prefeito Eduardo Paes.
O prefeito pediu novamente a compreensão da população de Copacabana, que “terá um grande evento nesta sexta, sábado e no domingo. Nós sabemos dos constrangimentos que isso gera para os moradores, faremos o possível para minimizar os efeitos da transferência para Copacabana.”
Bloqueio em Copacabana
O bairro de Copacabana será fechado totalmente a partir das 12h de sábado, com 24 pontos de bloqueio, conforme é feito no réveillon, e do mesmo modo que foi feito na quinta e nesta sexta-feira.
“Vamos trabalhar o tempo todo tentando flexibilizar, se a gente sentir que o fluxo de pessoas ainda não é suficiente grande que justifique impedir o acesso de carros, a gente pode adiar um pouco. Mas as pessoas devem se basear nesses horários”, disse Paes sobre os bloqueios.
O prefeito também pediu que os peregrinos sigam as vias disponibilizadas para a peregrinação. A partir das 7h da manhã as vias da rota serão bloqueadas, e haverá faixas em todas elas dedicadas aos pedestres. A Avenida Presidente Vargas ficará fechada entre a Central do Brasil e a Avenida Rio Branco.
Durante o sábado, não haverá bolsão de estacionamento em Botafogo, que será o ponto de chegada da peregrinação. Entretanto, a partir das 21h do sábado, serão disponibilizados ônibus no local para que os peregrinos que não queiram dormir em Copacabana voltem para seus alojamentos.
Os ônibus fretados que levariam peregrinos a Guaratiba serão desviados e informados que devem se dirigir à ilha do Fundão, onde haverá um ponto de estacionamento. De lá, ônibus urbanos levarão os peregrinos à Central do Brasil.Na volta, se houver uma quantidade de peregrinos que queira voltar de ônibus fretado – o que a Prefeitura acredita que não irá acontecer – haverá ônibus da prefeitura.
Acesso a Central do Brasil será feito por trem, metrô e ônibus. Quem sair da Zona Oeste deve usar preferencialmente o trem. O BRT Transoeste trabalhará em plena capacidade para ligar Santa Cruz ao Terminal Alvorada, na Barra, de onde sairão outros ônibus para a Central ou a Zona Sul.
Os sistemas de ônibus, trem e metrô funcionarão 24 horas. Pode haver um movimento de volta para casa na noite de sábado, e a prefeitura prevê um grande movimento de chegada a Copacabana no início da manhã de domingo, para a missa de envio.
Após o fim das atividades em Copacabana, prevista para 12h, a Prefeitura prevê o escoamento dos peregrinos até as 18h, com liberação total das vias às 19h.
Entre outros bloqueios de trânsito, está prevista a proibição de estacionamento no Saara, para a passagem dos peregrinos, no sábado. Nos bairros de Ipanema e Leblon, a área de lazer será montada a partir de 12h no sábado e no domingo. Um total de 1600 agentes da CET-Rio farão a orientação do trânsito.
Metrô
Não haverá pré-venda de passagens para o metrô, e quatro estações estarão fechadas - Presidente Vargas, Cinelândia, Catete e Cantagalo - serão fechadas para atender aumento do fluxo em direção a Copacabana. Metrô recomenda que quem for usar o Metrô antecipe sua ida porque poderá haver retenção de passageiros dependendo do fluxo de pessoas.
Segundo Paes, a Prefeitura está fazendo um reforço na estrutura de saúde, banheiros e postos de informação em Copacabana – a estrutura que estava em Guaratiba está sendo transferida.
Questionado sobre as grandes distâncias que as pessoas tiveram que andar para deixar Copacabana após os eventos, Paes disse que isso é natural em um evento com tantas pessoas.
“Não há infraestrutura no mundo que receba 1,5 milhão de pessoas, e que as pessoas saiam juntas, que não vai ter fila. É inviável, impossível. Nós tivemos ontem (quinta-feira) uma saída ordeira. É diferente de Réveillon, que alguns saem depois dos shows, dos fogos. Não estamos falando de 70 mil pessoas saindo do Maracanã, que em uma hora estava livre”, afirmou. “A gente tem reaberto Copacabana todos os dias muito antes do previsto. Tem que entender que vai ter que andar, se deslocar a pé.”
Sobre a escolha de Guaratiba
O prefeito foi questionado novamente sobre os custos da construção do Campo da Fé em Guaratiba e da transferência de Copacabana, e de quem foi a decisão de fazer o campo em Guaratiba. Paes voltou a lembrar que a presença do Papa é uma alegria para a cidade, e não pode ser resumida em gastos, e que a realização de parte dos eventos fora da Zona Sul da cidade, em áreas mais carentes, foi um pedido da Igreja Católica e da organização da JMJ.
O prefeito também ressaltou que não houve gastos públicos no terreno de Guaratiba, apenas na infraestrutura do entorno.
“Nós procuramos em conjunto, comitê e poder público, áreas para levar para a Zona Oeste. Não há área nessa cidade que tenha dois lugares para juntar 2 milhões de pessoas. Tínhamos Copacabana e o Parque do Flamengo, mas ia ficar burguês demais, vocês iam reclamar que é só na Zona Sul. E a vigília tem a característica de pernoitar, e quanto mais você cercar, melhor. A decisão foi do comitê organizador respaldada pela prefeitura”, disse Paes.
O prefeito também questionou a informação dada de que o Exército já havia alertado há alguns meses sobre os problemas no terreno de Guaratiba. “Se alguém avisou, não teve força suficiente para fazer valer sua opinião.”
“A vigília vai ocorrer, a peregrinação vai ocorrer, a missa com o Santo Padre vai ocorrer. Só num lugar diferente. Eu diria que num ponto de vista de logística e infraestrutura é muito mais fácil que em Guaratiba”, disse Paes. “É possível ficar [para a vigília], mas não vai ter o mesmo conforto, no padrão do peregrino, que teria em Guaratiba.”
“A infraestrutura de Guaratiba foi preparada para receber esses jovens. Em Copacabana não teremos de tempo de trazer tudo”, disse o Padre Renato Martins, do comitê organizador.
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