Caminhoneiros bloqueiam rodovias em dez estados

Acesso ao porto de Santos foi liberado após ação da polícia; São Paulo tem protesto de motoristas e cobradores

Caminhoneiros bloqueiam os dois sentidos da Rodovia Castello Branco, na altura do km 30, em Itapevi (SP), na manhã desta segunda-feira (1), durante protesto contra o preço do óleo diesel e pedágios - Alex Falcão/Futura Press

A terça-feira começou com mais protestos de caminhoneiros em rodovias. Pela manhã, houve bloqueios em estradas federais e estaduais de dez estados. É o segundo dia em que caminhoneiros ligados ao Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), grupo que representa a classe e empresas do setor, promove o fechamento de estradas. Na maioria dos trechos bloqueados, apenas caminhões são impedidos de passar. Veículos comuns têm que usar apenas uma pista.
Na segunda-feira, caminhoneiros já haviam bloqueado estradas em São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais, entre outros.

SP tem protesto em terminais

Em São Paulo, um protesto de motoristas e cobradores de ônibus passou a bloquear a partir de 10h o acesso aos terminais Parque D. Pedro II, Bandeira na região central, e o Expresso Tiradentes. Os manifestantes, membros de sindicatos da categoria, pediam melhores condições de trabalho e mudanças na lei que regulamenta o trabalho de cobradores. Os ônibus que usam os terminais acabaram sendo desviados para ruas próximas. Mais de noventa linhas de ônibus foram afetadas, segundo a SPTrans. A situação só foi normalizada por volta de 12h.

Em São Paulo, um bloqueio na Cônego Domênico Rangoni, um dos acessos ao porto de Santos, terminou por volta das 10h, mais de vinte horas depois de a estrada ter sido fechada por caminhoneiros. A estrada só foi liberada depois da intervenção da Tropa de Choque, que lançou bombas de gás lacrimogênio nos manifestantes.
Caminhoneiros também chegaram a bloquear a Marginal Pinheiros, na capital, por uma hora e meia.
Sudeste – Os bloqueios afetam duas rodovias federais no Rio de Janeiro. A BR-116 (Via Dutra) teve o trânsito interrompido nos dois sentidos por volta das 10 horas, próximo a Resende.
Em Itaipava, na região serrana, a BR-040 foi bloqueada por volta das 8h. O trânsito segue em meia pista também nos dois sentidos.
Mais cedo, a BR-101 (que liga Rio de Janeiro ao Norte Fluminense) foi completamente interditada em Itaboraí), entre 4h50 e 8h30. No Espírito Santo, um trecho da BR-262 no município de Viana, na região metropolitana de Vitória, está bloqueado desde a segunda-feira. Apenas veículos menores conseguem passar. 
Minas Gerais registra bloqueios na Fernão Dias (BR-381) e na BR-040. Na Fernão Dias, os bloqueios ocorrem em cinco cidades diferentes: em Antônio Dias, João Monlevade, Igarapé, Carmópolis de Minas e  em Oliveira. Já na BR-040, o bloqueio ocorre na cidade de Matias Barbosa.
Outros -  Na Bahia, caminhoneiros mantêm fechados trechos da BR-116 e da BR-242. Na BR-116 o bloqueio ocorre na altura de Cândido Sales. Na BR-242 são registrados dois protestos: um no trecho de Barreiras e o outro no Luís Eduardo Magalhães. Em Rondônia, caminhoneiros bloqueiam a BR-364 no trecho que corta a cidade de Vilhena. Em Mato Grosso, caminhoneiros realizam bloqueios na mesma BR-364, em trecho próximo de Cuiabá, e na BR-163 próximo a Sorriso.
Sul - A BR-277 em Guarapuava, na região centro-oeste do Paraná, está bloqueada desde segunda-feira. No momento, apenas veículos pequenos, ônibus, veículos com carga perecível e de emergência estão passando.
Em Santa Catarina, a BR-282 está interditada em Xanxerê. Os caminhoneiros protestam desde as 10h contra o atraso de obras na rodovia. Já no Rio Grande do Sul há registro de bloqueios nas BRs 472 e 392.
Protestos - Os bloqueios foram convocados pelo MUBC, que protesta contra o preço de pedágios, combustíveis e por mudanças em regras de descanso por parte dos motoristas.
No domingo, a Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu liminar que impede o MUBC de realizar manifestações que interrompam o tráfego nas rodovias federais. A decisão vale para todo o Brasil. O descumprimento pode render multa de 10.000 reais.