A Tokyo Electric Power Company (Tepco), operadora da usina nuclear de Fukushima Daiichi, detectou na quarta-feira um novo vazamento de água altamente radioativa ao mar, controlando a situação horas depois.
Na água do mar na região da central foi detectada uma concentração de césio-134 32 mil vezes além do permitido, enquanto os níveis de césio-137 são 22 mil vezes superiores ao limite legal.
Os técnicos da central detectaram que um encanamento próximo ao reator 3 vertia água a uma fossa, que por sua vez vazava ao mar, segundo a emissora NHK.
Na fossa em questão, o nível de césio-134 na água era 620 mil vezes superior ao permitido, e o de césio-137, 430 mil.
Acredita-se que o vazamento pode proceder de áreas alagadas do edifício de turbinas do reator 3, onde o nível de água registrou queda desde terça-feira.
A Tepco interrompeu o vazamento de água na noite desta quarta-feira após bloquear o encanamento e cobrir a fossa com concreto e outros materiais.
Aparentemente, algumas substâncias radioativas passaram através das barreiras colocadas no mar junto à central para evitar que os vazamentos se estendessem. Por isso, desta vez pode ser maior a área contaminada no Oceano Pacífico, segundo a Tepco.
VISITA DO IMPERADOR
Na quarta-feira, dia em que o terremoto e tsunami que provocaram o acidente nuclear em Fukushima completaram dois meses, o imperador do Japão visitou nesta quarta-feira pela primeira vez a província onde fica a usina para um encontro com refugiados.
Chefe de Estado e símbolo da unidade do povo japonês, Akihito viajou ao lado da mulher, a imperatriz Michiko, para visitar um centro de refugiados próximo da cidade de Fukushima, a 60 quilômetros da central Fukushima Daiichi (Fukushima Nº1).
O casal imperial tentou reconfortar os moradores que foram obrigados a abandonar as casas que ficavam próximas dos reatores, em consequência de vazamentos radioativos.
Akihito e a imperatriz já haviam visitado outras regiões afetadas pelo terremoto de 9 graus de magnitude e o tsunami que arrasaram o nordeste do arquipélago em 11 de março, com um balanço, ainda considerado provisório, de 14.949 mortos e 9.880 desaparecidos.
A visita desta quarta-feira foi a primeira a vítimas diretas do acidente nuclear que provocou a retirada de 85 mil pessoas dos arredores da central.
VOLTA PARA CASA
Na terça-feira, com trajes de proteção brancos, máscaras e medidores de radiação, quase cem deslocados pela crise de Fukushima retornaram às suas casas para recolher pertences.
No total, 92 moradores do povoado de Kawauchi foram os primeiros deslocados a entrarem no perímetro de exclusão de 20 quilômetros ao redor da central, informou a emissora NHK.
Os retirados de outros oito municípios afetados pelas emissões da central poderão visitar seus lares durante esta semana.
Em 22 de abril, o governo declarou ilegal a entrada em um raio de 20 quilômetros da usina nuclear de Fukushima Daiichi, danificada pelo terremoto e o devastador tsunami de 11 de março, em catástrofe que deixou 14.919 mortos e 9.893 desaparecidos, segundo o último boletim.
No território transformado em zona de exclusão viviam em torno de 80 mil pessoas antes do tsunami, que desencadeou uma grave crise nuclear ao paralisar o sistema de resfriamento da central.
A urgência da situação de 11 de março fez com que os moradores deixassem para trás documentos de identidade, dinheiro, passaportes e pertences importantes em suas casas, e por isso haviam pedido ao governo para que fossem autorizados a retornarem a seus lares.
Durante duas horas, os moradores de Kawauchi recolheram os pertences que cabiam na bolsa de 70 x 70 centímetros disponibilizada e revisaram o estado no qual se encontram seus animais de estimação e animais de fazenda.
Os deslocados também usavam luvas e levaram "walkie talkies" para comunicar-se com o exterior caso fosse necessário.
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