A coalizão da chanceler alemã, Angela Merkel, decidiu no começo da madrugada desta segunda-feira (30) que o país deve desligar seus reatores nucleares até 2022.
Os cristãos-democratas da CDU de Merkel, o partido aliado União Social-Cristã na Baviera (CSU) e o parceiro menor na coalizão, os Democratas Livres (FDP), se reuniram neste domingo (29) depois que uma comissão de ética encerrou suas deliberações nesse final de semana.
Como esperado, eles concordaram com as propostas de fechar dentro de uma década todas as 17 usinas nucleares do país. Em março, após o terremoto seguido de tsunami no Japão, sete reatores alemães foram fechados temporariamente.
O ministro do Meio Ambiente alemão, Nobert Röttgen, comunicou à imprensa no começo da madrugada de segunda (30) que as três usinas nucleares mais modernas atrasarão eventualmente seu fechamento para 2022 no caso de surgirem problemas com a provisão de energia.
“É definitivo: o final máximo para as últimas três plantas nucleares é 2022", disse o ministro depois do encontro. "Não haverá cláusula para revisão".
Essas unidades devem ser vistas como "reserva de segurança", disse Röttgen, que comentou que o acordo entre as três legendas prevê que no ano de 2018 se decida se o blecaute pode ser realizado em 2021 ou um ano mais tarde.
A decisão dos partidos da coalizão dirigida por Merkel supõe um retorno à decisão tomada no ano de 2000 pela então coalizão de social-democratas e verdes às ordens de Gerhard Schröeder que tinha aprovado por lei o fim da era nuclear em 2021.
Merkel e sua equipe se retratam assim da lei que aprovaram no ano passado para prolongar a vida das usinas nucleares em uma média de 14 anos e que atrasava para 2036 o fechamento da última usina atômica na ativa.
No fim de semana, milhares de alemães foram às ruas pedir o fim da energia nuclear no país. Ativistas do Greenpeace penduraram banner no Portão de Brandeburgo, cartão postal de Berlim, em protesto contra o uso de energia nuclear na Alemanha.
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