A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira, em Maceió (AL), o ex-chefe da Receita Federal em Caruaru (a 136 km de Recife, PE) Saulo de Tarso Muniz dos Santos, suspeito de envolvimento em um esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
Segundo a PF, as investigações, iniciadas há dois anos, revelaram que Santos teria acumulado R$ 12 milhões em patrimônio com as supostas fraudes. O valor foi considerado incompatível com o salário do servidor, que é auditor da Receita Federal.
Foram detectados cerca de 40 bens que pertenceriam ao suspeito, entre eles imóveis de alto padrão, lotes em condomínios, pousadas, casas de veraneio e carros de luxo.
Os bens estariam espalhados em Pernambuco, nas cidades de Caruaru, Gravatá, Recife e Jaboatão dos Guararapes, e em Alagoas, na praia de Maragogi e em Maceió.
O esquema que teria permitido os desvios consistia, de acordo com a PF, na "blindagem" patrimonial de pessoas físicas e jurídicas, por meio de declarações forjadas de Imposto de Renda. Também havia, ainda segundo a polícia, lavagem de dinheiro com a compra de imóveis registrados em nome de 'laranjas'.
A operação da PF, batizada de "Incongruência" em alusão à incompatibilidade dos bens encontrados com a renda do auditor, conta com a participação de 60 policiais. Estão sendo cumpridos um mandado judicial de prisão e 17 ordens de busca e apreensão. A reportagem não conseguiu conversar com Saulo de Tarso Muniz dos Santos nem com seu advogado.
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