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domingo, 25 de agosto de 2013

Bancos negarão compras em reais no exterior a partir de setembro

Consumidor assumirá risco de alta do câmbio; medida vale também para sites estrangeiros

iG
Quem usa o cartão de crédito para fazer compras em sites estrangeiros ou lojas no exterior em reais (R$) pode ter o pedido recusado a partir de setembro. Bancos como Itaú e Bradesco passarão a bloquear, no mês que vem, a conversão imediata para a moeda nacional, transferindo para o consumidor o risco de uma possível alta no câmbio ao pagar a fatura do cartão.
Banco Central fez duas intervenções no mercado de câmbio para conter o crescimento, e mesmo assim a moeda ainda operava em alta
Foto:  Reuters
As compras pelo sistema Dynamic Currency Conversion (DCC) – que permite transações em reais no estrangeiro – obrigam atualmente os emissores de cartões no Brasil a assumir os custos da variação cambial futura, já que eles devem liquidar a operação na moeda estrangeira.
Algumas operadoras decidiram abandonar o sistema. As bandeiras Visa, Mastercard e Visa Electron já iniciaram uma divulgação nos estabelecimentos que utilizam o DCC em outros países, para que os brasileiros façam compras somente em moeda estrangeira.
Sugerida aos bancos pela Associação Brasileira de Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) por meio de uma normativa, a mudança é facultativa, e deve ser divulgada aos clientes com 30 dias de antecedência.
“A compra era feita em reais, mas o consumidor recebia a fatura em dólares e com a cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), obrigatória em operações no exterior. Isso gerou muitas reclamações em órgãos de defesa do consumidor”, argumenta o diretor-executivo da Abecs, Ricardo Vieira.
Mas na visão do consultor financeiro do Vida Investe, programa da Fundação Cesp, Wilson Muller, a nova regra pode ser resultante da alta volatilidade do dólar. “O consumidor deve ficar atento para não ter surpresas desagradáveis a partir de agora, pois o risco cambial será transferido para ele”, alerta.
Outras formas de pagamento
Quem não quiser arcar com o risco de uma escalada do dólar entre o momento da compra e o pagamento da fatura – que pode chegar a 40 dias – pode optar por formas alternativas de pagamento no exterior. Uma delas é o cartão pré-pago, oferecido em casas de câmbio e operadoras.
“Eles são uma ótima opção para quem acha que o dólar pode subir muito após a viagem”, recomenda Muller. O consumidor já carrega o cartão na moeda estrangeira antes da viagem, e pode utilizá-lo como débito ou sacar o valor em caixas eletrônicos durante a viagem.
Outra vantagem dos pré-pagos é que eles cobram IOF de 0,38% sobre as compras, enquanto a taxa do cartão de crédito é de 6,38%. Para fugir das surpresas na fatura, o consultor também recomenda levar dinheiro em espécie durante a viagem, e deixar o cartão de crédito apenas para situações emergenciais.
Quanto às compras em sites estrangeiros como a Amazon, que vende seus produtos na moeda nacional, o consumidor certamente estará sujeito à volatilidade do dólar.
É possível antecipar a fatura?
Segundo o Bradesco informou ao iG , algumas bandeiras permitem antecipar o pagamento da fatura em aberto até dois dias antes da data do processamento. É o caso da Visa, Mastercard e Elo. Já os cartões Amex permitem antecipar até o dia do fechamento da fatura, em pelo menos 10 dias antes do vencimento.
O consumidor deve acionar a emissora do cartão para pedir a antecipação. Pode adotar essa estratégia quem fez compras com o cartão em sites estrangeiros ou em outros países e quer se proteger de uma possível alta cambial, diminuindo o período entre a compra e o fechamento da fatura, quando é feita a conversão.
As informações são da repórter Taís Laporta

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