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domingo, 25 de agosto de 2013

Obama e Cameron discutem resposta à situação na Síria

Por telefone, eles manifestaram 'grave preocupação' com armas químicas.
EUA e Reino Unido vão avaliar possível ação externa no país.

Do G1, em Sâo Paulo
O presidente dos EUA, Barack Obama, durante entrevista nesta sexta-feira (9) na Casa Branca (Foto: Reuters)O presidente dos EUA, Barack Obama (Foto:
Reuters)
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, conversaram neste sábado (24) por telefone sobre a situação na Síria, e manifestaram sua "grave preocupação" com as informações sobre o uso de armas químicas contra civis por parte do regime em Damasco.
Em um comunicado, a Casa Branca informou que os dois líderes "continuarão mantendo consultas" em torno do suposto uso de armas químicas por parte do regime do presidente Bashar al-Assad contra a oposição armada, "assim como sobre a possível resposta da comunidade internacional".
Possível ação militar
O Pentágono mobiliza forças para uma possível ação militar contra a Síria caso o presidente Barack Obama decida por esta opção, revelou na sexta-feira o secretário americano de Defesa, Chuck Hagel.
"O presidente solicitou opções ao departamento de Defesa. Como sempre, o departamento de Defesa está preparado para proporcionar todas as opções para todas as contingências ao presidente dos Estados Unidos", destacou Hagel.
Segundo um funcionário do Pentágono, a Marinha americana manteve no Mediterrâneo um quarto destróier equipado com mísseis de cruzeiro, o USS Mahan, que permanecerá na VI Frota e não retornará ao porto de Norfolk.
A princípio, o USS Mahan seria substituído pelo USS Ramage na VI Frota, que agora terá quatro destróiers - Gravely, Barry, Mahan e Ramage - equipados com dezenas de mísseis de cruzeiro Tomahawk.
Este reforço permite ao Pentágono agir mais rapidamente caso Obama decida por uma ação militar contra Damasco.
Diante dos apelos para uma intervenção militar após o suposto ataque com armas químicas por parte do regime sírio esta semana, os comandantes americanos preparam uma gama de "opções" para o caso de Obama decidir lançar um ataque contra o regime de Damasco, disse Hagel à imprensa a bordo de um avião a caminho da Malásia.
Vítimas
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) anunciou neste sábado ter contabilizado 322 mortos vítimas de "gases tóxicos" nas proximidades de Damasco na última quarta-feira, incluindo "54 crianças, 82 mulheres e dezenas de rebeldes".
Segundo a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), cerca de "3.600 pacientes com sintomas neurotóxicos" chegaram na quarta-feira a três hospitais da província de Damasco após o suposto ataque com armas químicas.
Dezenas de pessoas, sendo muitas crianças, morreram nos ataques com gases lançados na última quarta (Foto: Shaam News Network/AP)
Dezenas de pessoas, sendo muitas crianças,
morreram nos supostos ataques com gases
lançados na última quarta (Foto: Shaam News
Network/AP)
Governo sírio
O ministro da Informação do governo da Síria, Omran al-Zoubi, descartou neste sábado (24) um possível ataque dos EUA ao país e disse que a atitude aumentaria a violência no Oriente Médio.
"A repercussão [de um ataque dos EUA à Síria] seria uma 'bola de fogo' que arderia não apenas na Síria mas em todo o Oriente Médio", disse al-Zoubi em entrevista à rede de TV do Líbano Al-Mayadeen. "Um ataque à Síria não seria um movimento fácil", ele completou.
Acusações mútuas
O regime sírio e os rebeldes se acusavam mutuamente neste sábado pelo emprego de armas químicas em um ataque na quarta-feira contra os subúrbios de Damasco, em meio à crescente pressão internacional por uma intervenção militar no país.
O regime sírio acusou neste sábado os rebeldes de usarem armamento químico na periferia de Damasco, o que provocou pelo menos 20 casos de asfixia entre os soldados governamentais, segundo as Forças Armadas sírias.
Imagem divulgada pela agência Sana mostra produtos químicos que seriam usados pelos rebeldes (Foto: SANA/AFP)Imagem divulgada pela agência Sana mostra
supostos produtos químicos que seriam usados
pelos rebeldes (Foto: SANA/AFP)
Em comunicado, uma fonte militar assegurou que soldados sírios "tiveram contato com elementos químicos e sofreram asfixia" quando entravam em refúgios dos rebeldes em Yobar, na periferia de Damasco.
Já a oposição síria rejeitou as acusações do regime de que teria usado armas químicas e afirmou que trata-se de uma estratégia do governo para desviar a atenção de seus próprios "crimes".
"A Coalizão Nacional Síria nega energicamente as informações mentirosas emitidas pelo regime de (presidente Bashar al) Assad e considera que trata-se de uma tentativa desesperada para desviar atenção dos contínuos ataques contra civis".
ONU
A acusação do regime aconteceu pouco depois da chegada neste sábado em Damasco da representante da ONU para Assuntos de Desarmamento, Angela Kane, para tentar convencer as autoridades sírias a permitirem o acesso imediato dos inspetores da ONU à região do suposto ataque com armas químicas na periferia da capital esta semana.
Angela chegou a Damasco através da uma estrada que une esta cidade com Beirute e entrou em seu hotel sem dar declarações à imprensa, disseram à Agência EFE fontes oficiais.
A representante da ONU deve se reunir com urgência com altos cargos do governo, a quem vai pedir permissão imediata para a entrada da missão das Nações Unidas que investiga se houve uso de armas químicas no subúrbio de Guta Oriental, onde teriam morrido mais de 1,3 mil pessoas, segundo a oposição.
Até o momento, as autoridades sírias, que negaram imediatamente a responsabilidade por esses fatos, não ofereceram uma resposta às reivindicações da comunidade internacional para que se permita o acesso dos investigadores da ONU ao local.
 Foto divulgada pela agência Sana mostra o presidente Bashar al-Assad em um discurso pronunciado durante um 'iftar', refeição feita na última semana do Ramadã. (Foto:   AFP Photo/HO/Sana) Foto divulgada pela agência Sana mostra o presidente Bashar al-Assad em um discurso pronunciado durante um 'iftar', refeição feita na última semana do Ramadã. (Foto: AFP Photo/HO/Sana)

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