A Boeing monta seu primeiro centro de pesquisas na América do Sul para, junto com a Embraer, criar um querosene renovável, principal aposta da indústria aeronáutica para deixar de ser líder em poluição
Ana Carolina NunesDe um lado, a americana Boeing, uma das maiores produtoras de aeronaves do mundo. De outro, a brasileira Embraer, líder na fabricação de jatos regionais. Na frente, o desafio que a indústria aeronáutica se impôs de, até 2020, neutralizar o crescimento da emissão de dióxido de carbono. Entre as várias possibilidades de atingir essa meta, a aposta que tem se mostrado mais promissora é a do biocombustível, campo em que o Brasil tem tecnologia de ponta. E é isso que está unindo as indústrias.
PRONTOS
Linha de montagem do Boeing 737, que não perde desempenho ao
ser abastecido com bioquerosene, assim como o Embraer 170 (abaixo)
“O mais interessante é que podemos valorizar a economia local, priorizando as ofertas regionais. No Brasil, a fonte que dará origem ao bioquerosene pode não ser a mesma que a da China”, diz o vice-presidente do centro de pesquisa da Boeing no Brasil, Al Bryant. Além de melhorar o ambiente, a empresa acredita que combustíveis sustentáveis podem ajudar a fechar a conta no fim do mês. O abastecimento das aeronaves responde por 40% dos custos das operações. Uma fonte alternativa pode reduzir esse gasto. Isso, claro, desde que ela seja economicamente viável. Essa viabilidade é o maior desafio que Boeing, Embraer e concorrentes têm pela frente.
EM BREVE
Até 2016 o Boeing 787 será abastecido com bioquerosene brasileiro
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