O coronel Eduardo Artur Rodrigues Silva disse que vai apresentar sua carta de demissão do cargo de diretor de Operações dos Correios nesta segunda-feira.
O coronel tinha ligações com a empresa Master Top Linhas Aéreas (MTA), pivô da crise que derrubou a ex-ministra Erenice Guerra, e estaria atuando para transformar a MTA na empresa de carga aérea oficial dos Correios após as eleições.Silva seria ainda o testa de ferro do empresário argentino Alfonso Rey, dono da MTA.
O coronel presidiu a empresa até assumir a diretoria da estatal.
"Peço demissão porque não aguento mais tanta pressão, tanta mentira. Tudo isso está destruindo minha vida e minha família", afirmou Silva. Ele admitiu conhecer o empresário argentino, mas negou qualquer irregularidade. "Quero que mostrem provas, estou pronto para responder a qualquer investigação", disse ele.
ORIGEM
A crise na Casa Civil começou com uma negociação envolvendo a MTA (Master Top Airlines) e os Correios. Os planos envolviam a compra da empresa aérea pela estatal.
Isso seria possível com a edição de uma medida provisória que transformaria os Correios em uma sociedade anônima, abrindo a possibilidade à empresa pública de ter participação acionária em outras companhias ou criar a sua própria transportadora aérea de cargas.
Vinte dias depois da posse de Silva, a MTA arrematou o contrato de uma das principais linhas dos Correios, a que opera o trecho Manaus-Brasília-São Paulo, com um lance de R$ 44,9 milhões.
A entrada do ex-presidente da MTA na diretoria dos Correios fez ressuscitar os planos então enterrados de aquisição, pela estatal, de uma empresa aérea --no caso a própria MTA.
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