Hoje pode ser um dia decisivo para o futuro dos candidatos a Presidência. O último debate entre os postulantes ao cargo mais importante do país Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) transmitido à noite pela Rede Globo, é importante porque tem o poder de atrair os votos dos eleitores indecisos e, também, consolidar a escolha de quem já tomou sua decisão. As estratégias dos candidatos são imprevisíveis e dependem do objetivo de cada um.
A expectativa é que Dilma Rousseff, líder nas pesquisas de intenção de voto, mantenha uma postura mais neutra. Quanto a Serra e Marina, o mistério é maior, já que ambos lutam para chegar a um segundo turno.
No caso de Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), como as chances dele seguir para um possível segundo turno são remotas, ele poderá ser um franco atirador, já que não teria nada a perder, e sempre manteve uma postura crítica frente aos demais candidatos.
Para o presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos (Abcop), Carlos Manhaneli, os indecisos serão objeto de adoração dos candidatos. Ele afirma que essa parcela do eleitorado ainda está analisando as propostas para tomarem sua decisão.
A primeira coisa que é preciso ter em mente é que o debate não é uma arena, mas uma passarela. Quem já decidiu o voto, a tendência é manter a decisão avalia. Atacar seria ruim.
A bala de prata
A ameaça da chamada bala de prata uma última cartada contra adversários faltando pouco tempo para o pleito é vista como remota. O professor de comunicação da UnB, com experiência em marketing político, Hélio Doyle, avalia que o tempo é curto para uma estratégia como essa:
É muito difícil. Até pode existir, mas o tempo de repercussão é muito curto. Essas coisas precisam de uns dias para serem sedimentadas afirma o professor.
Doyle diz ainda que o potencial desse debate é o de fazer com que a disputa se encerre no primeiro turno ou siga para o segundo. Para isso, as estratégias de Serra e Marina devem ser nesse sentido.
David Fleischer, cientista político da UnB, acredita que sempre há o risco de uma notícia explosiva surgir na última hora e mudar os rumos da eleição. Mas ele não cê na possibilidade de que possa acontecer hoje.
Mas a melhor estratégia é sempre a cautela observa.
Debate histórico em 1989
Os debates já tiveram o poder de definir a eleição presidencial. O clássico embate de 1989, entre os então candidatos Fernando Collor de Melo, do extinto PRN, e o petista Luiz Inácio Lula da Silva, no segundo turno das eleições é considerado um divisor de águas.
Faltando três dias para o último debate, Collor apresentou a ex-mulher de Lula, Miriam Cordeiro, que acusou o ex de espancá-la e de querer que abortasse quando soube de sua gravidez.
No dia do debate, Lula estava visivelmente abalado, e o que se sabe é que Collor trazia pastas que teriam deixado o petista atordoado, prejudicando seu desempenho durante a última discussão. Para completar, a Rede Globo foi acusada de manipular a edição do debate, exibida nos jornais da emissora de maneira a favorecer Collor.
Como será
Mediado por William Bonner, o debate terá cinco blocos. Enquanto o primeiro e o terceiro terão temas pré-determinados, o segundo e o quarto serão com temas livres. A última parte será destinada apenas às considerações finais.
Tempos
Cada candidato terá 30 segundos para perguntas, dois minutos para respostas, um minuto para réplica e um minuto para tréplica. A concessão de direito de resposta será analisada por Bonner e pela equipe de produção. Caso seja atendido, o candidato terá um minuto para se defender. O posicionamento dos candidatos no estúdio foi definido por sorteio. Da esquerda para a direita estarão José Serra (PSDB), Marina Silva (PV), Dilma Rousseff (PT) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL).
Perguntas e respostas
As perguntas serão feitas sempre de candidato para candidato, ou seja, sem a par ticipação do público ou de jornalistas. Para que todos os candidatos perguntem e respondam ao menos uma vez em cada bloco, na abertura de cada parte Bonner sor teará o candidato que fará a primeira pergunta, que se dirigirá ao candidato de sua livre escolha. Quem respondeu faz a próxima pergunta a qualquer debatedor que ainda não perguntou, nem respondeu, e assim por diante. O último a perguntar no bloco formulará a questão, necessariamente, a quem o iniciou. No bloco de temas determinados, a mecânica é a mesma, com o mediador sorteando, antes de cada questão, o tema a ser abordado.
Se alguém faltar
Se algum candidato faltar, em cada bloco, um dos candidatos presentes poderá relatar ao público, em 40 segundos, a pergunta que faria ao ausente, e deverá escolher um dos candidatos presentes para fazer outra pergunta. O lugar destinado ao candidato ausente ficará vazio, com uma placa indicando seu nome.
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