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sábado, 11 de setembro de 2010

EUA evitam falar de polêmicas em cerimônias por vítimas do 11 de Setembro

Com expectativas de um dia de tensão nos Estados Unidos, políticos e familiares das vítimas preferiram não citar as polêmicas sobre os planos do pastor evangélico de queimar o Alcorão ou da construção de uma mesquita perto do Marco Zero, em Nova York, em um dia de cerimônias solenes, discursos emocionados e muitas homensgens aos 2.976 mortos nos atentados terroristas de 11 de Setembro.
Americanos contrários e a favor da construção do centro islâmico e mesquita começaram a se reunir depois das cerimônias, mas ainda não há sinais de manifestações.
Mais cedo, uma série de cerimônias solenes no Marco Zero, em Nova York, no Pentágono, em Washington, e no local onde caiu o quarto avião sequestrado pelos terroristas, na Pensilvânia, marcou neste sábado os nove anos dos atentados de 11 de setembro de 2001. "Os Estados Unidos não estão e jamais estarão em guerra com o islã", afirmou o presidente Barack Obama, ao abrir a cerimônia do Pentágono, onde depositou uma coroa de flores brancas em memória das 184 pessoas que morreram quando um dos aviões atingiu a sede do Departamento da Defesa americano. Obama foi o único a falar, indiretamente, sobre a tensão religiosa que marcou os eventos deste sábado.
Na principal solenidade de Nova York, o vice-presidente Joseph Biden e o prefeito Michael Bloomberg participaram do rito anual da leitura dos nomes das 2.753 pessoas mortas no ataque às torres gêmeas do World Trade Center, atingidas por dois aviões.
A cerimônia teve início com um coro de jovens, que cantou o hino nacional em pleno Marco Zero, onde os trabalhos de reconstrução começam a tomar corpo. Muito emocionados, familiares das vítimas exibiam cartazes com fotos de seus entes queridos mortos no ataque.
"Não viemos para chorar, mas sim para relembrar e reconstruir", declarou Biden.
Uma terceira cerimônia aconteceu em Shanksville, na Pensilvânia, onde caiu o voo 93 da United Airlines, cujo alvo até hoje é desconhecido. Informados por telefone sobre os ataques em Nova York, os passageiros tentaram retomar o controle da aeronave e evitaram que os quatro sequestradores a bordo atingissem seu objetivo.
A primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, e sua antecessora, Laura Bush, participaram da solenidade. Emocionadas, as duas primeiras-damas renderam uma homenagem aos passageiros, que derrubaram o avião e impediram que os quatro sequestradores o fizessem chegar a seu destino. "Eles vinham de diferentes caminhos e tinham vidas distintas, mas quando chegou o terrível momento de tomar essa decisão impossível, todos mostraram uma grande coragem. Ligaram para suas casas, explicaram o que fariam e lhes disseram que tudo ia ficar bem", disse Michelle Obama. "Quando chegou o momento agiram em uníssono e mudaram o curso da história. Não sabiam o que iram a salvar, e mesmo assim decidiram dar sua vida por isso".
Na esplanada onde caiu o Voo 93 começará em breve a construção de um monumento em homenagem às vítimas, que deve estar pronto no próximo ano, no aniversário de 10 anos do atentado.
O aniversário do 11/9 este ano foi marcado por uma perigosa polêmica religiosa, provocada por um pastor evangélico que pretendia atear fogo a exemplares do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos, para homenagear a data. Em seu discurso solene no Pentágono, Obama tentou encerrar a controvérsia. "Nós não fomos atacados por uma religião naquele dia de setembro. Foi a Al-Qaeda, um grupo infeliz de homens que desfiguram a religião", destacou o presidente, que também pediu unidade aos americanos.
"São tempos difíceis para nosso país. E frequentemente em momentos como este alguns tentam alimentar o ressentimento, para nos dividir apoiando-se em nossas diferenças, ocultando tudo o que temos em comum", disse Obama.
"Nós condenamos a intolerância e o extremismo no mundo todo, e defendemos os direitos fundamentais de todos os homens e mulheres, inclusive o direito a praticar livremente sua religião", disse o presidente americano, em um dia no qual estavam previstos protestos em Nova York contra a construção de uma mesquita nas proximidades de onde se localizavam as Torres Gêmeas.

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