Dependerá dos demais ministros a publicação do documento que pode definir o momento da prisão de parte dos réus
Brasília.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, deve
concluir a revisão de seus votos e produção do texto que resume as
decisões da fase de análise dos recursos do julgamento do mensalão até
hoje.
Joaquim
Barbosa passou os últimos dias trabalhando na revisão e viajará no fim
da tarde de hoje para os Estados Unidos FOTO: AGÊNCIA BRASIL
Com
isso, a publicação do documento que pode definir o momento da prisão de
parte dos réus dependerá apenas da liberação dos votos revisados pelos
demais ministros.
Após a publicação do acórdão, 13 réus que não
possuem direito aos chamados embargos infringentes - que garantirá a
revisão de seus processos - poderão ser intimados a cumprir suas penas.
Neste
grupo de réus estão o delator do mensalão, Roberto Jefferson, e os
deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT), todos com
penas abaixo de oito anos, o que os levará ao regime semiaberto.
Análise
Para
que o documento seja publicado, todos os ministros do Supremo devem
analisar as transcrições feitas pela assessoria do Supremo de seus
votos. Após a análise, o material é enviado para a coordenadoria de
acórdãos da corte, que é responsável pela organização da publicação.
A
prisão dos condenados, mesmo com a publicação do documento, ainda
dependerá de novas discussões no tribunal. Parte dos ministros acredita
que ainda será preciso aguardar um novo recurso dos condenados, chamados
de embargos declaratórios.
Eles servem para esclarecer trechos
das decisões dos ministros, sanar contradições ou omissões. Outro grupo
avalia que os primeiros recursos desse tipo apresentados, que pediam a
redução de penas e acabaram sendo negados, foram meramente
protelatórios. Por isso, poderia haver prisões antes mesmo da
apresentação de uma nova rodada de recursos.
Ministros como Marco
Aurélio Mello, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso deram sinais de quem vão
liberar a revisão de seus votos rapidamente.
Na primeira fase do julgamento, o último a entregar a revisão foi Celso de Mello.
Joaquim
Barbosa passou os últimos dias trabalhando na revisão e viajará no fim
da tarde de hoje para os Estados Unidos, onde dará palestra em Yale.
Beneficiados
A
decisão do Supremo Tribunal Federal de permitir um novo julgamento para
parte dos condenados no processo do mensalão - a partir do acolhimento
dos embargos infringentes -, pode beneficiar, de acordo com
especialistas, réus de 306 ações penais que se arrastam na corte, sem
previsão de conclusão.
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