Levantamento da SAC e do Embratur avaliou quesitos fundamentais, como check-in e inspeção de segurança
A infraestrutura
e os serviços prestados no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em
Fortaleza, tem deixado usuários insatisfeitos. Uma pesquisa realizada
pela Secretaria de Aviação Civil (SAC) e pelo Instituto Brasileiro de
Turismo (Embratur) durante a Copa das Confederações deste ano revelou
que o equipamento da Capital foi considerado o pior do Brasil em
quesitos básicos, como check-in e inspeção de segurança. O índice de
satisfação geral dos que frequentaram o local no período também foi o
mais baixo do País.
Passageiros
reclamam que o aeroporto não cresceu conforme a demanda. Segundo os
usuários, o espaço é pequeno e insuficiente para atender ao grande
número de pessoas que devem aportar na Cidade nos próximos meses Foto:
Alex COsta
As reclamações não se restringem aos períodos de
grandes eventos. Quem utiliza o Aeroporto de Fortaleza no dia a dia
também se queixa do espaço e da qualidade do atendimento. O ambiente
aeroportuário, uma das principais reclamações, obteve, na pesquisa da
SAC, nota 6,42 em uma escala de zero a 10. O resultado se reflete nas
críticas dos usuários, que julgam a área pequena e insuficiente para
atender à demanda de pessoas que devem aportar na Cidade nos próximos
meses.
O servidor público aposentado Joaquim Carvalho passa pelo
Aeroporto Pinto Martins pelo menos uma vez por mês e já conhece o lugar
como a palma da mão. O serviço de check-in, segundo ele, é um dos
maiores gargalos do equipamento. "Dependendo do horário, a fila é enorme
e, muitas vezes, somente dois ou três guichês ficam funcionando, no
máximo", conta.
Para Joaquim, a estrutura do local não acompanhou
o crescimento da demanda. Ele destaca que, com o maior fluxo de
passageiros, a quantidade de banheiros, restaurantes na praça de
alimentação, lojas e até mesmo esteiras para o despacho de bagagens
tornou-se muito aquém do necessário. "O turismo aumentou muito, mas não
houve ampliação do Aeroporto. Esse foi o problema", pontuou.
Críticas
As
deficiências apontadas pela pesquisa também são motivo de crítica do
analista de marketing Washington Alves. Além da lentidão do check-in em
horários de pico, ele ressalta os altos valores das mercadorias nos
pontos de comércio e nas lanchonetes do local, incoerentes com a
qualidade e variedade dos produtos ofertados. "Aqui, tudo é vendido pelo
mesmo preço que em São Paulo ou no Rio de Janeiro. Isso não faz nenhum
sentido, considerando o custo de vida das pessoas", diz ele.
Embora
tenha sido um dos quesitos mal avaliados pela pesquisa, a inspeção de
segurança não é um problema para o analista, que, em suas viagens, já
passou por diversos aeroportos, inclusive do exterior do Brasil.
"Acredito que a inspeção daqui segue o padrão de todos os lugares",
analisa. No entanto, ele destaca a necessidade de ampliações para
atender a demanda nos próximos anos.
Na opinião do produtor de
eventos Marcus Trindade, o Aeroporto de Fortaleza, assim como todos no
País, precisa de melhorias se quiser oferecer um bom atendimento na Copa
do Mundo. "Comparado com outros, o aeroporto de Fortaleza é razoável,
mas falta estrutura, espaço, melhor acesso. Isso é uma questão de
organização dos funcionários e das próprias companhias aéreas", avalia.
A
Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) informou,
por meio da assessoria de comunicação, que não irá comentar a pesquisa
da SAC, pois não sabe como o levantamento foi feito, quais critérios
foram utilizados e nem chegou a ver os questionários aplicados no
Aeroporto Pinto Martins.
Estado teve 12 acidentes aéreos em dez anos
Nos
últimos dez anos, o Estado contabilizou 12 acidentes civis aéreos. A
maior parte das ocorrências (3) foi registrada no município de Jijoca de
Jericoacoara. Além desse, também tiveram casos as cidades de Fortaleza
(2), Iguatu (2), Crateús (1), Aquiraz (1), Apuiarés (1), Guaiúba (1) e
Guaramiranga (1).
Além de falhas em infraestrutura, os aeroportos
do Ceará também enfrentem problemas relacionados à segurança aérea. De
2011 para cá, segundo informações do Sistema de Gerenciamento de Risco
Aviário (Sigra), o Estado teve 548 registros de colisões e quase
colisões entre aeronaves e pássaros, além de avistamentos de aves nas
proximidades de aeroportos. Dependendo do caso, situações do tipo podem
ser causa de acidentes, principalmente nos momentos da decolagem e do
pouso.
De acordo com o Centro de Investigação e Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), existem restrições para a realização de
atividades no entornos dos equipamentos que possam atrair pássaros,
como lixões e frigoríficos, por exemplo.
VANESSA MADEIRAREPÓRTER
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