SELVA

SELVA

PÁTRIA

PÁTRIA

sábado, 14 de setembro de 2013

Do Brasil -Aeroporto de Fortaleza é considerado o pior

Levantamento da SAC e do Embratur avaliou quesitos fundamentais, como check-in e inspeção de segurança
A infraestrutura e os serviços prestados no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, tem deixado usuários insatisfeitos. Uma pesquisa realizada pela Secretaria de Aviação Civil (SAC) e pelo Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) durante a Copa das Confederações deste ano revelou que o equipamento da Capital foi considerado o pior do Brasil em quesitos básicos, como check-in e inspeção de segurança. O índice de satisfação geral dos que frequentaram o local no período também foi o mais baixo do País.

Passageiros reclamam que o aeroporto não cresceu conforme a demanda. Segundo os usuários, o espaço é pequeno e insuficiente para atender ao grande número de pessoas que devem aportar na Cidade nos próximos meses Foto: Alex COsta

As reclamações não se restringem aos períodos de grandes eventos. Quem utiliza o Aeroporto de Fortaleza no dia a dia também se queixa do espaço e da qualidade do atendimento. O ambiente aeroportuário, uma das principais reclamações, obteve, na pesquisa da SAC, nota 6,42 em uma escala de zero a 10. O resultado se reflete nas críticas dos usuários, que julgam a área pequena e insuficiente para atender à demanda de pessoas que devem aportar na Cidade nos próximos meses.

O servidor público aposentado Joaquim Carvalho passa pelo Aeroporto Pinto Martins pelo menos uma vez por mês e já conhece o lugar como a palma da mão. O serviço de check-in, segundo ele, é um dos maiores gargalos do equipamento. "Dependendo do horário, a fila é enorme e, muitas vezes, somente dois ou três guichês ficam funcionando, no máximo", conta.

Para Joaquim, a estrutura do local não acompanhou o crescimento da demanda. Ele destaca que, com o maior fluxo de passageiros, a quantidade de banheiros, restaurantes na praça de alimentação, lojas e até mesmo esteiras para o despacho de bagagens tornou-se muito aquém do necessário. "O turismo aumentou muito, mas não houve ampliação do Aeroporto. Esse foi o problema", pontuou.

Críticas
As deficiências apontadas pela pesquisa também são motivo de crítica do analista de marketing Washington Alves. Além da lentidão do check-in em horários de pico, ele ressalta os altos valores das mercadorias nos pontos de comércio e nas lanchonetes do local, incoerentes com a qualidade e variedade dos produtos ofertados. "Aqui, tudo é vendido pelo mesmo preço que em São Paulo ou no Rio de Janeiro. Isso não faz nenhum sentido, considerando o custo de vida das pessoas", diz ele.

Embora tenha sido um dos quesitos mal avaliados pela pesquisa, a inspeção de segurança não é um problema para o analista, que, em suas viagens, já passou por diversos aeroportos, inclusive do exterior do Brasil. "Acredito que a inspeção daqui segue o padrão de todos os lugares", analisa. No entanto, ele destaca a necessidade de ampliações para atender a demanda nos próximos anos.

Na opinião do produtor de eventos Marcus Trindade, o Aeroporto de Fortaleza, assim como todos no País, precisa de melhorias se quiser oferecer um bom atendimento na Copa do Mundo. "Comparado com outros, o aeroporto de Fortaleza é razoável, mas falta estrutura, espaço, melhor acesso. Isso é uma questão de organização dos funcionários e das próprias companhias aéreas", avalia.

A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) informou, por meio da assessoria de comunicação, que não irá comentar a pesquisa da SAC, pois não sabe como o levantamento foi feito, quais critérios foram utilizados e nem chegou a ver os questionários aplicados no Aeroporto Pinto Martins.

Estado teve 12 acidentes aéreos em dez anos
Nos últimos dez anos, o Estado contabilizou 12 acidentes civis aéreos. A maior parte das ocorrências (3) foi registrada no município de Jijoca de Jericoacoara. Além desse, também tiveram casos as cidades de Fortaleza (2), Iguatu (2), Crateús (1), Aquiraz (1), Apuiarés (1), Guaiúba (1) e Guaramiranga (1).

Além de falhas em infraestrutura, os aeroportos do Ceará também enfrentem problemas relacionados à segurança aérea. De 2011 para cá, segundo informações do Sistema de Gerenciamento de Risco Aviário (Sigra), o Estado teve 548 registros de colisões e quase colisões entre aeronaves e pássaros, além de avistamentos de aves nas proximidades de aeroportos. Dependendo do caso, situações do tipo podem ser causa de acidentes, principalmente nos momentos da decolagem e do pouso.

De acordo com o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), existem restrições para a realização de atividades no entornos dos equipamentos que possam atrair pássaros, como lixões e frigoríficos, por exemplo.

VANESSA MADEIRAREPÓRTER

Nenhum comentário:

Postar um comentário