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sábado, 28 de setembro de 2013

Vítimas da dependência digital

Com a explosão dos smartphones, cerca de 10% dos brasileiros já são viciados digitais. A medicina aprofunda o estudo do transtorno e anuncia o surgimento de novas opções de tratamento, como a primeira clínica de reabilitação especializada

Monique Oliveira
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"Eu literalmente não sabia o que fazer comigo”, disse um estudante do Reino Unido. “Fiquei me coçando como um viciado porque não podia usar o celular”, contou um americano. “Me senti morto”, desabafou um jovem da Argentina. Esses são alguns dos relatos entre os mil que foram colhidos por pesquisadores da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos. Eles queriam saber o que sentiam jovens espalhados por dez países, nos cinco continentes, depois de passarem 24 horas longe do computador, dos smartphones e tablets. As descrições, como se viu, são assombrosas. E representam exatamente como sofrem os portadores de um transtorno preocupante que tem avançado pelo mundo: o IAD (Internet Addiction Disorder), sigla em inglês para distúrbio da dependência em internet. Na verdade, o que os entrevistados manifestaram são sintomas de abstinência, no mesmo grau dos apresentados por quem é dependente de drogas ou de jogo, por exemplo, quando privado do objeto de sua compulsão.
Estima-se que 10% dos brasileiros enfrentem o problema. Esse número pode ser ainda maior dada a velocidade com que a internet chega aos lares nacionais. Segundo pesquisa da Navegg, empresa de análises de audiências online, o Brasil registrou o número recorde de 105 milhões de pessoas conectadas no primeiro trimestre deste ano. Dados da Serasa Experian mostram que o brasileiro passa mais tempo no YouTube, no Twitter e no Facebook do que os internautas do Reino Unido e dos EUA. A atividade na rede é impulsionada pela explosão dos smartphones. De acordo com a consultoria Internet Data Corporation, esses aparelhos correspondiam a 41% (5,5 milhões) dos celulares vendidos em março. Em abril, o índice pulou para 49% (5,8 milhões).
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Tantas pessoas usando esses aparelhos está levando ao surgimento de um fenômeno que começa a chamar a atenção dos estudiosos. Trata-se do vício específico em celular e da nomofobia, nome dado ao mal-estar ou ansiedade apresentados por indivíduos quando não estão com seus celulares. No livro “Vivendo Esse Mundo Digital”, do psicólogo Cristiano Nabuco de Abreu, coordenador do Grupo de Dependências Tecnológicas, do Hospital das Clínicas de São Paulo, há uma das primeiras referências ao tema. Nele, estão descritas as consequências dessa dependência. “Os usuários estão se distraindo com facilidade e têm dificuldade de controlar o tempo gasto com o aparelho”, escreveu o especialista. A obra também pontua os sintomas da dependência. O que assusta é que eles são muito parecidos com os manifestados por dependentes de drogas. Um exemplo: quando não está com seu smartphone na mão, o usuário fica irritado, ansioso (leia mais no quadro na pág.67).

No futuro, a adesão aos óculos inteligentes, à venda a partir de 2014, poderá elevar ainda mais o número de dependentes. Esses aparelhos são, na verdade, um computador colocado no campo de visão. Empresas como o Google, por meio de seu Google Glass, apostam alto nessa tecnologia.
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Como todas as dependências descritas pela psiquiatria, a digital não é facilmente reconhecida. Mas, da mesma forma que as outras, pode ser diagnosticada a partir de um critério claro. Ela está instalada quando o indivíduo começa a sofrer prejuízos na sua vida pessoal, social ou profissional por causa do uso excessivo do meio digital. Na vida real, isso significa, por exemplo, brigar com o parceiro/a porque quer ficar online mesmo com a insatisfação do companheiro/a ou cair de produção no trabalho porque não se concentra na tarefa que lhe foi delegada.

A gravidade do problema está levando a uma mobilização mundial em busca de soluções. Uma das frentes – a do reconhecimento médico do transtorno – está em franca discussão. Recentemente, a dependência foi um dos temas que envolveram a publicação da nova versão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, publicação da Associação Americana de Psiquiatria adotada como guia para o diagnóstico das doenças mentais. Na edição final, o vício, não citado em edições anteriores, foi mencionado como um transtorno em ascensão que exige a realização de mais estudos. Muitos especialistas criticaram o manual porque acreditam já ser o distúrbio uma doença com critérios diagnósticos definidos.
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Uma das vozes a defender essa posição é a psiquiatra americana Kimberley Young, reconhecida autoridade na área e responsável, agora, por dirigir uma experiência mundial inédita: a primeira rehab digital, aberta no mês passado. O centro de reabilitação fica na Pensilvânia, como um anexo do Centro Médico Regional de Bradford. O modelo é igual ao de programas de reabilitação de drogas. No local, o indivíduo passará por uma internação de dez dias. O tratamento terá como base a terapia cognitivo-comportamental, cujo objetivo é substituir hábitos nocivos por outros saudáveis, além de sessões em grupo, individuais e intervenção medicamentosa consensual, se necessária, em situações extremas. “Há uma crescente demanda para esse tipo de serviço”, disse Kimberley à ISTOÉ.

Em países como Japão, China e Coreia do Sul, a dependência já é tratada como questão de saúde pública. Programas desses governos foram criados na tentativa de mitigar o problema. O Ministério da Educação japonês lançou um projeto que atenderá 500 mil adolescentes. Além de psicoterapia, a iniciativa definirá áreas ao ar livre nas quais os jovens serão exortados ao convívio social por meio da prática de esportes, com uso restrito às mídias digitais. Na China, o programa é militarizado, o que desperta críticas no Ocidente. “É um tratamento militar, com total restrição à mídia”, diz Rosa Farah, coordenadora do Núcleo de Pesquisa e Psicologia em Informática da PUC-SP, serviço que atende os dependentes por meio de orientações transmitidas por e-mail. Na Coreia do Sul, onde cerca de 30% dos adolescentes são viciados, os jovens passam 12 dias internados.
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 No Brasil, a assistência aos dependentes é feita em serviços vinculados a universidades (leia quadro abaixo). O tratamento se baseia em terapia, intervenção familiar e remédios, se necessário. “Damos atendimento de acordo com o caso”, explica Dartiu Xavier, diretor do Programa de Orientação e Assistência a Dependentes, da Universidade Federal de São Paulo.

Em Israel, cientistas da Universidade de Tel-Aviv criaram uma terapia de exposição gradual às mídias digitais. É uma tentativa de ajudar o indivíduo a treinar o autocontrole até o ponto no qual seja capaz de acessar a rede e dela sair depois de um tempo curto. A instituição foi uma das primeiras a considerar o vício um transtorno vinculado ao transtorno do impulso, dando uma dimensão da gravidade dos casos. “Essa dependência é um transtorno grave similar aos que vemos, como a obsessão por lavar as mãos”, diz o psiquiatra Pinhas Dannon, da Universidade de Tel-Aviv.

Outro recurso são os aplicativos que controlam a intensidade da navegação na web. É possível bloquear sites como o Facebook por meio de programas (plug-ins) instalados em navegadores como Internet Explorer e Chrome, ou impedir o uso da internet 3G no celular. Também se pode lançar mão de aplicativos como o “AppProtector”, que não permite o uso de aplicativos e de jogos em tablets e celulares.

Nos laboratórios, os cientistas tentam conhecer melhor as causas e repercussões do transtorno. Algumas certezas estão colocadas. “A humanidade está condenada a ficar presa em um modelo de interrupções mentais frequentes e sem se aprofundar em nada”, diz o psicólogo Cristiano de Abreu. Para Peter Whybrow, da Universidade da Califórnia, a internet induz a ciclos de mania, seguidos por ciclos de depressão. “O computador é como a cocaína”, disse à ISTOÉ. “O abuso leva à compulsão.” De fato, pesquisas mostram que o vício digital aciona o sistema cerebral de recompensa, o mesmo estimulado pelas drogas. Quanto mais se cede à compulsão, mais sensação de prazer o cérebro produz. E isso vai até um ponto no qual a pessoa não consegue mais ficar sem essa sensação, tornando-se dependente de seu foco de compulsão.

Também é sabido que adolescentes que apresentem déficit de atenção, fobia social e depressão estão mais propensos a desenvolver o vício. Pesqui­­­sadores da Universidade de Kaohsiung, Taiwan, ana­lisaram a relação entre esses trans­tornos em cerca de 2,3 mil adolescentes. Cerca de 10% dos adolescentes eram dependentes, e todos apresentavam sinais de algum dos transtornos associados (o de déficit de atenção foi o mais prevalente).

Na Alemanha, pesquisadores da Universidade de Bonn descobriram que os dependentes apresentam uma variação genética já identificada naqueles com propensão ao vício da nicotina. “Essa alteração eleva a probabilidade de comportamentos compulsivos”, diz Christian Montag, um dos autores da pesquisa.
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Mais crianças e adolescentes estão sofrendo de dores nas costas e no pescoço por culpa do excesso de horas manuseando consoles de videogames ou jogando em tablets e celulares. A constatação é de cientistas holandeses liderados pelo cirurgião ortopédico Piet van Loon. Em artigo escrito para a principal revista médica da Holanda, a “Medisch Contact”, Van Loon adverte que o vício postural pode originar dores persistentes de coluna, hérnias de disco e alterações como a hipercifose (curvatura anormal para a frente na região do tórax). “Ficar sentado muito tempo em posição errada comprime as cartilagens e discos vertebrais. Pais e escolas precisam ficar atentos”, disse ele à ISTOÉ.
O problema se agrava se for aliado ao sedentarismo. “A prática de esportes e exercícios ajuda a restaurar a boa postura e a prevenir problemas crônicos”, diz o médico Miguel Akkari, membro do Comitê de Ortopedia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. Porém, se forem usadas de modo exagerado, versões de games que simulam exercícios e esportes, a exemplo do Wii Fit, Xbox Kinect ou Playstation Move, também podem causar danos. “Há casos de tendinite em pernas e braços por exagero nos gestos em jogos virtuais que dispensam o console e o movimento do jogador é o que comanda a ação”, relata o médico Akkari. Foi o que aconteceu à sua filha Gabriela, 10 anos, que teve mais restrito o acesso aos jogos. “Precisei limitar a uma hora nos fins de semana o uso de plataformas para simular jogos e dança por causa de dores nos joelhos”, diz o especialista.

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 Um estudo feito pela Universidade de Nova York (EUA) já havia alertado para os riscos das diversões eletrônicas em função dos gestos repetitivos que impõem. A comparação entre 257 estudantes com idades entre 9 e 15 anos mostrou que as dores no punho e nos polegares provocadas pelos videogames eram maiores do que os sintomas de quem digitava em smartphones. Observou-se também que as meninas sentiam duas vezes mais dores do que os meninos por causa do envio de mensagens de celular.
Mônica Tarantino
Estima-se que 10% dos brasileiros enfrentem o problema. Esse número pode ser ainda maior dada a velocidade com que a internet chega aos lares nacionais. Segundo pesquisa da Navegg, empresa de análises de audiências online, o Brasil registrou o número recorde de 105 milhões de pessoas conectadas no primeiro trimestre deste ano. Dados da Serasa Experian mostram que o brasileiro passa mais tempo no YouTube, no Twitter e no Facebook do que os internautas do Reino Unido e dos EUA. A atividade na rede é impulsionada pela explosão dos smartphones. De acordo com a consultoria Internet Data Corporation, esses aparelhos correspondiam a 41% (5,5 milhões) dos celulares vendidos em março. Em abril, o índice pulou para 49% (5,8 milhões).
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Tantas pessoas usando esses aparelhos está levando ao surgimento de um fenômeno que começa a chamar a atenção dos estudiosos. Trata-se do vício específico em celular e da nomofobia, nome dado ao mal-estar ou ansiedade apresentados por indivíduos quando não estão com seus celulares. No livro “Vivendo Esse Mundo Digital”, do psicólogo Cristiano Nabuco de Abreu, coordenador do Grupo de Dependências Tecnológicas, do Hospital das Clínicas de São Paulo, há uma das primeiras referências ao tema. Nele, estão descritas as consequências dessa dependência. “Os usuários estão se distraindo com facilidade e têm dificuldade de controlar o tempo gasto com o aparelho”, escreveu o especialista. A obra também pontua os sintomas da dependência. O que assusta é que eles são muito parecidos com os manifestados por dependentes de drogas. Um exemplo: quando não está com seu smartphone na mão, o usuário fica irritado, ansioso (leia mais no quadro na pág.67).

No futuro, a adesão aos óculos inteligentes, à venda a partir de 2014, poderá elevar ainda mais o número de dependentes. Esses aparelhos são, na verdade, um computador colocado no campo de visão. Empresas como o Google, por meio de seu Google Glass, apostam alto nessa tecnologia.
Como todas as dependências descritas pela psiquiatria, a digital não é facilmente reconhecida. Mas, da mesma forma que as outras, pode ser diagnosticada a partir de um critério claro. Ela está instalada quando o indivíduo começa a sofrer prejuízos na sua vida pessoal, social ou profissional por causa do uso excessivo do meio digital. Na vida real, isso significa, por exemplo, brigar com o parceiro/a porque quer ficar online mesmo com a insatisfação do companheiro/a ou cair de produção no trabalho porque não se concentra na tarefa que lhe foi delegada.

A gravidade do problema está levando a uma mobilização mundial em busca de soluções. Uma das frentes – a do reconhecimento médico do transtorno – está em franca discussão. Recentemente, a dependência foi um dos temas que envolveram a publicação da nova versão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, publicação da Associação Americana de Psiquiatria adotada como guia para o diagnóstico das doenças mentais. Na edição final, o vício, não citado em edições anteriores, foi mencionado como um transtorno em ascensão que exige a realização de mais estudos. Muitos especialistas criticaram o manual porque acreditam já ser o distúrbio uma doença com critérios diagnósticos definidos.
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Uma das vozes a defender essa posição é a psiquiatra americana Kimberley Young, reconhecida autoridade na área e responsável, agora, por dirigir uma experiência mundial inédita: a primeira rehab digital, aberta no mês passado. O centro de reabilitação fica na Pensilvânia, como um anexo do Centro Médico Regional de Bradford. O modelo é igual ao de programas de reabilitação de drogas. No local, o indivíduo passará por uma internação de dez dias. O tratamento terá como base a terapia cognitivo-comportamental, cujo objetivo é substituir hábitos nocivos por outros saudáveis, além de sessões em grupo, individuais e intervenção medicamentosa consensual, se necessária, em situações extremas. “Há uma crescente demanda para esse tipo de serviço”, disse Kimberley à ISTOÉ.

Em países como Japão, China e Coreia do Sul, a dependência já é tratada como questão de saúde pública. Programas desses governos foram criados na tentativa de mitigar o problema. O Ministério da Educação japonês lançou um projeto que atenderá 500 mil adolescentes. Além de psicoterapia, a iniciativa definirá áreas ao ar livre nas quais os jovens serão exortados ao convívio social por meio da prática de esportes, com uso restrito às mídias digitais. Na China, o programa é militarizado, o que desperta críticas no Ocidente. “É um tratamento militar, com total restrição à mídia”, diz Rosa Farah, coordenadora do Núcleo de Pesquisa e Psicologia em Informática da PUC-SP, serviço que atende os dependentes por meio de orientações transmitidas por e-mail. Na Coreia do Sul, onde cerca de 30% dos adolescentes são viciados, os jovens passam 12 dias internados.

No Brasil, a assistência aos dependentes é feita em serviços vinculados a universidades (leia quadro abaixo). O tratamento se baseia em terapia, intervenção familiar e remédios, se necessário. “Damos atendimento de acordo com o caso”, explica Dartiu Xavier, diretor do Programa de Orientação e Assistência a Dependentes, da Universidade Federal de São Paulo.
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Em Israel, cientistas da Universidade de Tel-Aviv criaram uma terapia de exposição gradual às mídias digitais. É uma tentativa de ajudar o indivíduo a treinar o autocontrole até o ponto no qual seja capaz de acessar a rede e dela sair depois de um tempo curto. A instituição foi uma das primeiras a considerar o vício um transtorno vinculado ao transtorno do impulso, dando uma dimensão da gravidade dos casos. “Essa dependência é um transtorno grave similar aos que vemos, como a obsessão por lavar as mãos”, diz o psiquiatra Pinhas Dannon, da Universidade de Tel-Aviv.

Outro recurso são os aplicativos que controlam a intensidade da navegação na web. É possível bloquear sites como o Facebook por meio de programas (plug-ins) instalados em navegadores como Internet Explorer e Chrome, ou impedir o uso da internet 3G no celular. Também se pode lançar mão de aplicativos como o “AppProtector”, que não permite o uso de aplicativos e de jogos em tablets e celulares.

Nos laboratórios, os cientistas tentam conhecer melhor as causas e repercussões do transtorno. Algumas certezas estão colocadas. “A humanidade está condenada a ficar presa em um modelo de interrupções mentais frequentes e sem se aprofundar em nada”, diz o psicólogo Cristiano de Abreu. Para Peter Whybrow, da Universidade da Califórnia, a internet induz a ciclos de mania, seguidos por ciclos de depressão. “O computador é como a cocaína”, disse à ISTOÉ. “O abuso leva à compulsão.” De fato, pesquisas mostram que o vício digital aciona o sistema cerebral de recompensa, o mesmo estimulado pelas drogas. Quanto mais se cede à compulsão, mais sensação de prazer o cérebro produz. E isso vai até um ponto no qual a pessoa não consegue mais ficar sem essa sensação, tornando-se dependente de seu foco de compulsão.

Também é sabido que adolescentes que apresentem déficit de atenção, fobia social e depressão estão mais propensos a desenvolver o vício. Pesqui­­­sadores da Universidade de Kaohsiung, Taiwan, ana­lisaram a relação entre esses trans­tornos em cerca de 2,3 mil adolescentes. Cerca de 10% dos adolescentes eram dependentes, e todos apresentavam sinais de algum dos transtornos associados (o de déficit de atenção foi o mais prevalente).

Na Alemanha, pesquisadores da Universidade de Bonn descobriram que os dependentes apresentam uma variação genética já identificada naqueles com propensão ao vício da nicotina. “Essa alteração eleva a probabilidade de comportamentos compulsivos”, diz Christian Montag, um dos autores da pesquisa.
Fonte: Miguel Akkari, do Comitê do Ortopedia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT)
Fonte: Grupo de Dependências Tecnológicas do Programa Integrado dos Transtornos do Impulso (PRO-AMITI) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
fotos: Gabriel Chiarastelli; divulgação
fotos: Rafael Hupsel/ag. istoé; Pedro Dias/ag. istoé
Fontes: Kimberley Young (Centro Médico Regional de Bradford) e Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo
foto: Vinicius Yamada

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