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Foto: Divulgação
"Tudo acaba em pizza"
De acordo com o site Veja, a expressão surgiu com o radialista esportivo paulistano Milton Peruzzi, um palmeirense que, entre os anos 1950 e 60, não se cansava de falar em “terminar em pizza” ou “assar uma pizza”.
O radialista sempre utilizava a expressão quando queria informar a seus ouvintes que depois de algum conflito, nos bastidores do clube, tudo acabará bem.
Ainda de acordo com o site, num primeiro momento a expressão de Peruzzi ficou restrita à São Paulo e ficou equivalente à expressão carioca “acabar em samba”.
Nesse tempo “acabar em pizza” ainda estava associado a um problema ou denúncia que não deu em nada, ao contrário, a expressão fazia referência ao talento brasileiro para os desfechos festivos e a amizade peculiar do jeitinho brasileiro.
Ressignificação
Somente durante a crise da deposição de Fernando Collor, quando os “caras pintadas” tomaram às ruas, foi que a expressão se transformou no que é hoje: um dura crítica ao vício nacional da acomodação e da impunidade nos momentos em que a guerra política ameaça de fato ferir os poderosos.
O atual sentido da expressão tem até dia de nascimento, 31 de julho de 1992.
Sandra Fernandes de Oliveira, paulista de Araraquara, depôs na CPI do PC Farias e desmontou sozinha a chamada “Operação Uruguai”, bolada pela turma de Collor para vender à nação a mentira de que a fortuna pessoal do presidente não provinha da corrupção, mas de um empréstimo feito no país vizinho.
“Se isso realmente acabar em pizza, como querem alguns, acho que é o fim do país”, disse a secretária ao microfone da CPI.
É impossível superestimar a importância daquele depoimento. Sem Sandra, talvez Collor tivesse cumprido seu mandato até o fim e o “acabar em pizza” não fosse uma das expressões mais utilizadas no Brasil.
O exemplo mais recente para o qual se aplica a expressão é o julgamento dos embargos infringentes do mensalão, no fim das contas há quem diga que “tudo acabou em pizza”.
Redação O POVO Online
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